Elements : Apocalypse battles

Capítulo 7 : Diálogo



Algumas horas depois do ocorrido no campo de testes, Kaito acorda, abrindo os olhos lentamente, e vê que está em uma cama de hospital, cheio de equipamentos pelo seu corpo e deitado com a cama reclinada para cima, como se estivesse apenas escorado, com um braço recebendo soro e um curativo no rosto.

Kaito - M-mas o que... ai, ai, por que meu corpo está todo dolorido? – Falava, enquanto olhava ao redor e via Kouma dormindo em uma poltrona ao lado da cama.

Kaito – Idiota, nunca mais desista de sua vida tão facilmente. – Falou, enquanto abria um sorriso feliz e olhava para o pé da cama, como se pensasse em algo.

Kouma – Ok. Eu nunca mais vou repetir essa besteira. E se repetir, tenho você comigo pra me trazer de volta à razão. – Falou Kouma, que falou ainda na mesma posição que estava, e levantou a cabeça em seguida.

Kaito – Você estava acordado? Bem seu tipo dormir de olhos abertos. – falou Kaito, que se assustou com a voz do pai, o fazendo voltar de seus pensamentos.

Kouma – Eu não estava dormindo, estava fazendo vigia não-monitorada. – Brincou Kouma, levantando da poltrona.

Kouma – Kaito, antes de tudo, obrigado por me salvar daquele tanque, não tenho formas de te agradecer o bastante. – Falou Kouma, se curvando diante do filho, em agradecimento.

Kaito – Para com isso, pai. Não precisa agradecer. Que filho não faria isso por um pai? – Falou Kaito, que ficou envergonhado pelo ato do pai.

Kouma – Ok, mas do mesmo, obrigado, filho. – Falou Kouma, levantando a cabeça e recolocando seu chapéu de militar que havia caído quando se abaixou, e abraçando Kaito.

Kaito – AAAAAAH. – Gritou Kaito.

Kouma – O que foi? Eu sei que eu quase nunca te abraço, mas agora é de verdade.

Kaito – Não é isso, eu não me importo com o abraço, mas você está me apertando muito, e eu NÃO ESTOU APERTÁVEL NO MOMENTO.

Kouma – AH, OS FERIMENTOS, DESCULPA. – gritou Kouma, soltando o filho, assustado.

Kaito – Sem problemas, mas vê se avisa na próxima. Aliás, que horas são? Que dia é?

Kouma – São 9 da manhã de domingo.

Kaito – DE DOMINGO? Por quanto tempo eu dormi?

Kouma – Aproximadamente 15 horas.

Kaito – Nossa. Bom, eu estava mesmo exausto.

Kouma – Percebi, mas agora... – falou, olhando, e indo em direção da porta, para trancá-la.

Kaito – O que foi? Por que trancou a porta?

Kouma – Preciso falar sério com você agora. Eu estou extremamente agradecido que você me salvou daquela máquina desgovernada, mas-

Kaito – Máquina desgovernada que você desgovernou, por derrubar aquele bendito controle, não esqueça. – Falou Kaito, olhando sério pro pai, o interrompendo.

Kouma – Sim, você tem razão, eu sou um imprestável mesmo, me desculpe. É que eu fico muito empolgado com armamento novo. – disse Kouma, se escorando na parede.

Kaito – Mas do que você quer falar? Desembucha logo. – Falou Kaito, curioso.

Kouma – Do que, você pergunta? VOCÊ AINDA PERGUNTA DO QUE? QUE RAIO DE PODER FOI AQUELE QUE VOCÊ USOU? AQUILO FOI DEMAIS. QUERO EXPLICAÇÕES SOBRE ISSO IMEDIATAMENTE. – Gritou Kouma, não sabendo se ficava empolgado ou ficava sério pra falar do assunto.

Kaito – Ah, você está falando daquilo? Eu também não sei o que aconteceu, foi tudo muito rápido, ai, ai, droga, por que eu estou todo machucado? – falou Kaito, reclamando de dores pelo corpo.

Kouma – Isso não importa agora. Vamos, me explique detalhe por detalhe como você virou aquela tocha humana e parou aquela bala de canhão.

Kaito – Ai, droga, eu devo ter me ferrado todo em algum lugar, mas enfim. Vou te contar o que aconteceu, de acordo com minhas lembranças. – falou Kaito, procurando algo ao lado da cama.

Kouma – Fala logo. Aliás, tá procurando o que ai? – falou Kouma, curioso.

Kaito – Quero chamar a enfermeira, estou com dores latentes por todo o corpo.

Kouma – Também, aquela queda foi alta pra caramba.

Kaito – Queda? Ah, sim, eu estou lembrando agora, eu caí do meio do ar direto no solo, não é?

Kouma – Isso mesmo. Mas chega de enrolação. Fale logo o que houve, e como você chegou lá tão rápido para me salvar.

Kaito – Ah, está bem. Tudo que eu lembro é que você quebrou o controle, aquele tanque ficou descontrolado, e apontou o cano para você. Nessa hora, que você desistiu da vida, eu só consegui pensar em te salvar, pois você é a pessoa mais próxima que eu tenho de mim. Eu não queria te perder, igual a mamãe. – falou Kaito, olhando para os lençóis da cama onde estava acamado enquanto falava.

Kouma – Nossa. Não sabia que você se sentia assim.

Kaito – Cala a boca e escuta, idiota.

Kouma – Tá, tá, continua.

Kaito – Enfim, você viu que eu fiquei desesperado dentro daquele troço de proteção, né? Eu lembro de gritar algo como “EU NÃO QUERO PERDER MAIS NINGUÉM”, ou algo do tipo. Logo quando eu gritei, com toda as minhas forças e emoções à flor da pele, eu simplesmente fui rodeado por um manto de chamas, o qual explodiu o teto daquela sala de proteção, e me fez sair voando até você, criando aquela barreira enorme de fogo. Eu simplesmente não sei o que houve, eu sei que, do nada, quando gritei, aquele poder absurdo saiu de dentro de mim e me abraçou como um filho, me possibilitando te salvar.

Kouma – Você tá me dizendo que não sabe de onde veio aquele poder?

Kaito – Na verdade...

Kouma – O que foi? Fez pacto com satã?

Kaito – Nem brinca, claro que não, mas eu tenho um palpite do que pode ter gerado esse poder.

Kouma – E o que é?

Kaito – Aquela chama... que entrou no meu corpo pela manhã. Aposto que tem algo a ver com aquilo. Porque é muito estranho, de manhã, uma chama aleatória adentrar meu corpo e sumir, e algumas horas depois eu explodir em chamas para salvar meu pai de ser apagado do mapa por um tanque de guerra.

Kouma – Verdade, faz bastante sentido. Mas o que será que levou isso a acontecer?

Kaito – Eu não faço ideia. Talvez tenha sido escolhido para alguma coisa.

Kouma – O que, por exemplo? Ser mico de circo?

Kaito – Vá se ferrar.

Kouma – Calma, calma, hahahaha. Não precisa levar tudo que eu digo a sério.

Kaito – O que será que aconteceu? Em um momento eu sou só um banana assistindo tanques de guerra dispararem, e no outro, eu estou envolto em chamas, salvando meu pai da morte.

Kouma – Eu não sei mesmo o que pode ter ocorrido. Ah, e tem mais. E sobre aquela espada, de onde você a tirou?

Kaito – Boa pergunta, também queria saber. Quando eu fui rodeado, ela simplesmente apareceu junto comigo na minha cintura, como se fosse um símbolo de poder. Eu até testei ela em uma bala de canhão.

Kouma – Humm, interessante. Parece que ela é uma espécie de manifestação visual em forma de arma de seus poderes, não é?

Kaito – Ótima definição. E eu senti que quando a empunhei, controlei todo o fogo ao meu redor, foi como se eu fosse um feiticeiro que ao invés de varinha, utiliza uma espada.

Kouma – Entendi. Você consegue invocá-la agora?

Kaito – É CLARO QUE ai, ai, NÃO. Eu nem consigo me mexer direito e você quer que eu invoque um poder explosivo que quando usei, me quebrei todo no processo?

Kouma – Bom, você se quebrou todo por descuido. Você destruiu aquela coisa e desmaiou no ar.

Kaito – Eu usei todo aquele poder em um tiro só e gastei toda minha energia, por isso desmaiei.

Kouma – Faz sentido.

Kouma – Mas me diz.

Kaito – O que?

Kouma – O que achou desse poder? Pretende utilizá-lo novamente?

Kaito – Não sei. Eu não sei o porquê de eu ter ganhado esses poderes, mas talvez seja para uma causa maior. Não pretendo usá-los sem necessidades, só para ganhar fama ou algo do tipo, como muitos fariam.

Kouma – Entendo. Bom garoto.

Kaito - Ah, e por favor, não esaplhem pro mundo isso que aconteceu, não quero virar uma aberração mundial.

Kouma - Relaxa, todos aqui sabem manter a boca fechada.

Kaito - Que alívio. Gosto da minha vida normal

Kouma - Imagino.

Kaito – Estranho.

Kouma – O que foi?

Kaito – Na verdade, duas coisas estranhas.

Kouma – Fala logo, Kaito, odeio suas enrolações.

Kaito – É exatamente por isso que eu enrolo.

Kouma – Maldito. Enfim, vai falar ou quer um biscoito?

Kaito – Quero um biscoito.

Kouma – FALA LOGO.

Kaito – Tá, tá. A primeira coisa estranha, é que, em cenários assim, de aberrações não compreendidas pelo ser humano, as pessoas não deveriam se afastar?

Kouma – Aberração? Quem é uma aberração aqui?

Kaito – Quem mais?

Kouma – Kaito, você não é nenhuma aberração, Você é meu filho. E o pai que não se preocupa com seus filhos, não merece respeito.

Kaito – Mas eu destruí um tanque de guerra. Não é todo mundo que faz isso.

Kouma – Todos estão falando de você na base, de como você é incrível. Aquele tanque custou muito, era top de linha, e você o destruiu com um golpe. Você foi realmente incrível.

Kaito – Devo ficar orgulhoso?

Kouma – Claro que sim, garoto. E a outra coisa que você está achando estranho, o que é?

Kaito – Não sei explicar muito bem, mas parece que tem um redemoinho de fogo correndo pelo meu corpo. Eu me sinto aquecido, protegido, e, mesmo com esses ferimentos todos, eu me sinto extremamente bem.

Kouma – Deve ser aquele poder de fogo se proliferando pelo seu corpo, tentando curar seus ferimentos o mais rápido possível.

Kaito – Ok, precisa de mais alguma coisa? Eu realmente estou com dores e quero dormir.

Kouma – Desculpe, vou sair. Quer que eu chame a enfermeira?

Kaito – Sim, seria ótimo, mas antes, me responde.

Kouma – Responder o que?

Kaito – ONDE QUE A GENTE TÁ?

Kouma – Ah, claro. Estamos no hospital da base.

Kaito – A base tem um hospital próprio?

Kouma – Claro, tu acha que em uma base militar não dá merda frequentemente?

Kaito – Verdade, pergunta besta, releve.

Kouma – Ok, até mais. – falou Kouma, saindo do quarto. – ENFERMEIRA, MEU FILHO ACORDOU, VÁ LA VER SE ELE PRECISA DE ALGO, RÁPIDO, RÁPIDO. - Gritou Kouma no corredor.

Kaito – Meu deus, não basta me fazer passar vergonha na minha presença, agora me faz passar vergonha comigo ausente. Que velho maldito. Enfim, eu vou dormir pra me recuperar logo. – falou Kaito, sentindo vergonha do pai.

Quando Kaito virou para o lado para tentar cochilar, ele olhou pela janela, e consequentemente viu, no teto de outro prédio, um homem sentado com uma espada escorada sobre o corpo, olhando para ele, e quando viu que foi notado em sua posição, simplesmente desapareceu.

Kaito – MAS O QUE FOI ISSO? – gritou Kaito, tentando sentar na cama, e caindo de novo. – Droga, ferimentos malditos, sempre esqueço de vocês.

Kaito – Isso foi muito sinistro, aquele cara parecia que estava olhando dentro da minha alma. – falou, ainda arrepiado.

Kaito – Eu vou fechar essa cortina, eu hein. – falou Kaito, levantando com dificuldade, fechando a cortina, e voltando pra cama.

Então no que Kaito deitou na cama, a enfermeira chegou no quarto. Era uma mulher loira, muito bonita de olhos castanhos claros, aparentando ter de 40 a 45 anos.

Enfermeira – Olá. Precisa de algo?

Kaito – Eu só quero que você faça essa maldita dor parar.

Enfermeira – Só um minutinho, vou buscar seus remédios.

Kaito – Espera.

Enfermeira – Em que posso ajudar?

Kaito – Qual seu nome?

Enfermeira – É Nina, por que?

Kaito – Nada não, relaxa.

Nina – Kaito, certo?

Kaito – É...meu pai falou sobre mim, aposto?

Nina – É, exato, hihihi.

Kaito – Ok, pode trazer os remédios.

Nina – Ok.

Kaito então toma os remédios, e volta a dormir como uma pedra, mas antes de sair do quarto, Nina vai em seu ouvido e sussurra: “Você foi incrível ontem, meus parabéns”, dá um beijo na bochecha de Kaito, tapa o ombro dele que está para fora da coberta e sai do quarto.

Já em outra área, uma sala abandonada, escura, apenas se ouvia uma seguinte frase.

??? – Elemento fogo encontrado. Faltam mais 10. Os dois primeiros dia de buscas foram muito produtivos, já encontrei 4. HAAHAHAHAHAH, mal posso esperar para encontrar os outros. Eu falei praquele velho que as ações dele seriam todas em vão. – falava uma pessoa, riscando alguma coisa em um caderninho, enquanto ria sarcasticamente da situação e se aproximava de uma fonte de luz, revelando ser ninguém mais ninguém menos que Kuro, o homem que matou o Monge Elemental.

Kuro – HAHAHAHAHAHAH, TODOS VOCÊS ME SERVIRÃO MUITO EM BREVE, HAHAHAHAHAH. E ENTÃO, DOMINAREMOS ESSE MÍSERO PLANETA, MEUS CAROS AMIGOS ELEMENTAIS. – Falava, enquanto girava sobre a fonte de luz, rindo igual um psicopata, até cair e ficar tonto no chão.

Kuro – Esperem e verão. HAHAHAHAHAHA.

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