Unchained

Knowing Yourself


Olhei os alvos, respirei fundo e puxei o gatilho as 6 vezes. Ao abaixar a arma vejo que não acertei nenhum tiro em qualquer manequim que fosse.

— Você errou...todos? - Pergunta Gwen não acreditando.

— Huuum...bom...essa arma parece quebrada. - Digo enquanto tento abrir um sorriso exageradamente falso para ela.

— Parece que teremos mais dificuldade que eu imaginava. - Ela dizia retornando o olhar para as fichas.

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Eu não poderia aceitar isso. Preciso ter uma utilidade em campo que não se limite em dar suporte. Precisava de alguma idéia.

Olhei para suas mãos e enquanto lia a ficha, girava a caneta entre os dedos da mão direita.

— Espere, eu tive uma idéia! - Disse animada caminhando até ela.

— O que vai fazer?

— Você tem mais canetas? - Pergunto a olhando animada nos olhos.

— Sim. Mas por quê? - Ela pergunta em dúvida.

— Apenas me empreste. - Abro um sorriso esticando a mão.

Ela me entrega 3 canetas do mesmo tamanho e eu olho fixamente para os alvos.

— Olha só isso. - Digo enquanto miro e em seguida arremesso as 3 canetas que cravam exatamente cada uma no meio da testa de cada manequim.

— Como você sabia que faria isso? - Ela diz, abismada.

— Nunca fui bem com armas de fogo. Mas sempre fui boa em arremessos! Talvez esse soro tenha potencializado essa habilidade. - Disse enquanto cruzava os braços me sentindo a Silvester Stallone das canetas.

— Faz sentido, o soro pode não ter melhorado tudo o que você precisava para ser um super soldado, mas te ajudou a ser mais furtiva que já é. - Ela conclui. - Começaremos nosso treinamento amanhã.

Seis meses seguiram e treinavamos durantes horas quase todos os dias da semana. Treinei a velocidade que conseguia sair em disparada, a altura que eu alcançava pulando e a agilidade em escalar lugares altos.

Foi uma honra ter capitã Gwen do meu lado por todo esse tempo. Mas quando estava começando a criar um laço maternal com ela, as Forças Unidas a mandam de voltar para o campo e dizem que posso ter a primeira missão após quase 2 anos depois de minha última.

Por mais que não me sentisse totalmente segura, queria acreditar que estava mais que preparada para voltar a campo. Aliás, agora sou uma tenente e poderia ter minha própria equipe.

Em uma manhã alguém bate em minha porta enquanto eu dormia com Sr. Capitão em meus pés. Levanto sonolenta e sem arrumar o cabelo ou lavar o rosto vou atender e descalça por estar mega curiosa.

— Senhori...

— Maeve! - Interrompi virando os olhos novamente.

— Perdão. Vim trazer a ficha de sua missão. - Disse o jovem garoto, possivelmente ainda mais velho que eu por mais novo que parecesse.

— Claro, muito obrigada. - Pego os papéis de sua mão e digo virando as costas e fechando a porta com o calcanhar antes que ele pudesse dizer qualquer coisa.

Estava muito ansiosa para saber em que tipo de missão eles me mandariam. Esperava algo como um cerco ou emboscada. Qualquer coisa em que eu pudesse colocar em prática todas as coisas que aprendi com Gwen.

— Escolta? Vão me mandar em uma missão de escolta? Quais são as chances de enfrentar alguém? - Digo me jogando decepcionada no sofá.

Alguém bate na porta novamente.

— Senhorita Maeve? - Diz uma conhecida voz.

— Já vai. - Respondo me arrastando do sofá até a porta.

— Viemos te dar detalhes sobre a missão que recebeu. - Diz o agente Z que estava junto com L, assim que abro a porta.

— Acabei de receber a ficha com instruções. Podem ir já. - Respondo ainda decepcionada enquanto vou fechando a porta até que o pé de L impeça denovo.

— Essa pode parecer, mas não é qualquer missão, precisamos falar sobre isso. - O loiro explica.

Suspiro enquanto viro os olhos e respondo - Bom... entrem, pra estarem aqui essa hora deve ser mesmo. - Viro as costas e abro a porta como da primeira vez e vou indo em direção a cozinha, que fica do lado da sala de estar. - Está cedo! Estão com fome? - Digo enquanto pego algumas torradas com geleia e sento sob a mesa.

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— Bom... não senhorita, viemos a trabalho e... - Antes de terminar de falar, o grisalho olha em meus olhos e vê que estou cerrando a visão em sua direção, como se não estivesse satisfeita com algo.

— Sentem! - Disse o encarando com o mesmo olhar enquanto colocava uma torrada na boca.

— Certo. - Respondem juntos enquanto puxam cada um uma cadeira e sentam em minha frente na mesa. Tiram os óculos escuros e o loiro ameaça pegar a ficha da missão, que eu havia deixado em cima da mesa.

Assim que ele estica o braço, eu coloco a mão em cima da ficha enquanto engolia o que estava mastigando. - Peguem uma torrada! - Eu disse enquanto com a outra mão empurrava o prato na direção deles e olhava para os olhos do loiro da mesma forma que olhei para o grisalho.

Eles olham um para o outro com um ar de medo. Não medo de estar lidando com a tenente mais jovem das Forças Unidas! Mas medo por estar lidando com uma adolescente irritada e com fome.

Em seguida olham para o prato e cada um pega uma torrada e voltam a olhar para mim.

— Quer que eu mastigue pra vocês ou os ensine a comer? - Digo impaciente sem mudar o olhar.

Eles colocam na boca e começam a mastigar. Vendo isso eu mudo minha expressão para uma satisfeita. - Finalmente. Agora podemos ser amigos! - Digo colocando um sorriso no rosto e pegando mais uma torrada. - O que tem a dizer sobre a missão? - Digo de boca cheia.

Eles terminam de mastigar ao engolir, o grisalho começa a falar. - Recebemos a informação de que sua missão seria sobre a escolta de um senhor de uma família rica. Esse senhor estava aqui na França a negócios e precisa chegar em segurança até sua casa na Espanha.

— Até aí eu sei. - Respondo mastigando a metade de outra torrada, enquanto encaro a outra metade. Como não estivesse tão interessada em saber o que eles iriam dizer, como estava para descobrir sobre qual seria minha missão.

— Acontece que queríamos te revelar que existem mais pessoas com dons especiais como você. Nós a escolhemos para o experimento, por acreditarmos ser determinada e inteligente para esse tipo de missões. - Ele completa.

— Mais pessoas que passaram por esse mesmo experimento? Elas são como eu? - Pergunto, dessa vez depois de mastigar.

— Não exatamente como você, alguns deles desenvolvem habilidades diferentes. Você desenvolveu agilidade e boa pontaria por ser excelente em furtividade. Mas outros podem desenvolver habilidades diferentes, como: boa mira, força, resistência e até fator regenerativo.

— Uau, vocês criaram uma legião de super-heróis. - Respondo ironizando.

— Essa guerra começou por conta desse maldito soro. E depois de tanta gente sofrendo, chegamos a conclusão de que a única forma de combater ele seria também o usando. Você foi escolhida e treinada para com essa guerra. - Disse o grisalho

— Bom... agora entendo onde querem chegar. - Digo pensando em Elizabeth. - Será que Elizabeth foi emboscada por uma dessas pessoas como eu?

— Possivelmente sim. Assim como nós, eles não escolhem qualquer um para utilizarem esse soro! Apenas os soldados de maior confiança. - Responde novamente o grisalho.

— Agora vamos ao ponto. - Diz o loiro. - Um desses soldados estão em busca do senhor que você irá escoltar. Ele é de uma família rica e você terá a maior parte do tempo com ele sozinha. - Ele completa.

— Como assim a maior parte? Vamos nos encontrar com mais alguém? - Pergunto duvidosa.

— Exatamente. Entrando na Espanha vocês se encontrarão com seu filho. Espero que esteja preparada para trabalhar com alguém, pois ele será seu parceiro de lá em diante. - Responde o loiro, enquanto o grisalho apenas acompanha de braços cruzados.

— Vão me colocar para trabalhar com alguém normal ? Não posso aceitar isso. Eu disse que queria trabalhar sozinha. - Digo indignada.

— Sabemos disso. Por isso escolhemos ele. Ele passou pelos mesmos experimentos que você, tem habilidades diferentes mas vocês dois são da mesma patente.

— Por acaso o senhor está correndo algum perigo? - Questiono curiosa.

— Digamos que sim. Na vinda para a França ele sofreu uma tentativa de sequestro. O lado positivo é que sabemos que quem quer ele, precisa dele vivo. Então concluímos que não é uma tentativa de assassinato.

— Quantos eram? - Pergunto enquanto ia colocar uma torrada na boca.

— Apenas uma mulher. - Responde o grisalho.

Ouço antes de colocar a torrada na boca e a devolvo ao prato. - Alguém que passou pelos mesmo experimentos que eu. - Afirmo em voz baixa.

— Exatamente. Por isso você é a mais adequada para essa missão. Caso tenha problemas, será questão de tempo para receber suporte. - O grisalho completa enquanto os dois se levantam para poderem ir.

— Entendi, obrigada pelos avisos. - Respondo enquanto olho fixamente para a mesa.

— Sem problemas! Caso precise, entre em contato conosco. - O grisalho diz enquanto me entrega um cartão e vai indo em direção a porta.

— Espere! Qual é o nome do meu futuro parceiro? - Pergunto curiosa enquanto levanto e vou os acompanhando até a porta.

— Seu nome é Fernando! - Responde o loiro.

— Obrigado pelas torradas senhorita. - O grisalho diz passando pela porta.

— Na próxima avisem antes de vir, vai que faço um bolo. - Respondo tentando fazer uma piada. Mas eles apenas olharam novamente um para o outro como de costume.

— Tenha um bom dia senhorita. - Eles dizem e seguem para a calçada.

Em seguida fecho a porta e me jogo novamente no sofá. Não sabia se estava preparada para uma missão assim. Mas se não estava, era hora de me preparar. Daqui uns dias ia conhecer meu novo parceiro de missões, Fernando.