Unchained

End of The Line


Acordo cedo no dia seguinte e me preparo para minha nova missão. Devo me encontrar com o senhor que vou escoltar, as 7 horas na estação de trem da cidade.

Uma das coisas que mais gostei, era de poder usar roupas casuais para a missão. Mas por não saber o quanto tempo ficarei longe de casa, preciso escolher bem o que vou vestir, pois será a roupa que vou usar nos próximos dias.

Sem pensar muito visto uma de calça skinny cinza escuro e uma bota marrom que ia até os joelhos. A calça era até que elástica, o que permitia que me movimentasse bem.

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Acima da cintura escolhi uma regata preta por baixo de uma blusinha branca sem detalhes e por cima um grande sobretudo azul escuro desbotado que havia no armário de Elizabeth. Coloquei um par de luvas sem dedos que gostava e algumas roupas extras aleatórias em uma mochila para a viagem.

Em sequência faço a primeira refeição do dia e rasgo o saco de ração para o Sr. Capitão. Na ficha da missão informava que eles tomariam conta de minha casa e de quem eu deixasse, mas não confio deixar somente na responsabilidade deles.

Saio de casa e após alguns minutos andando chego até a estação e espero pelo senhor, que chega logo em seguida acompanhado pelo agente L.

— Senhorita Maeve, esse é o senhor Rodríguez. - Diz o grisalho.

— Será um prazer viajar com você, minha linda jovem. - Diz o simpático senhor com uma expressão simpática no rosto.

— Será uma honra proteger o senhor. - Digo simpáticamente a ele. Em seguida olho para o agente. - Cadê sua outra metade? - Pergunto ironizando.

— Z foi chamado para uma missão em um laboratório não longe daqui. - Responde enquanto olhava as pessoas em volta.

— Que pena, vai ficar bem até ele voltar? - Tento fazer uma piada.

— Pode acreditar que sim. - Ele responde virando as costas e seguindo de volta para seu carro.

— Vamos senhor. - Digo para ele mostrando o caminho.

Entramos no trem em um dos últimos vagões e sentamos um a frente do outro. Assim que o trem parte, ele começa a ler um livro que estava em sua bolsa e eu começo a olhar a vista da cidade.

A cidade foi fundada junto com as Forças Unidas, sendo chamada de Capital Unida. Foi planejada para ser a cidade mais segura e desenvolvida da França, além de ser a sede das próprias Forças. Cada país da União criou uma cidade com o mesmo nome e mesmo intuito. Ser a cidade mais protegida e desenvolvida do país. Eu só achava injusto eles estarem transformando os países em pequenas cidades, enquanto as outras cidades murchavam como uma flor em chamas.

Duas horas se passam e eu estava de olho em todos os que entravam e saiam do vagão durante algumas estações que passávamos em outras cidades. O senhor continuava lendo o mesmo livro durante todo o tempo.

Nada de interessante acontecia até chegarmos na fronteira com a Espanha. Três homens suspeitos entraram no vagão aparentemente procurando por alguém, mas sem dizer nem uma palavra. Após 2 minutos que estavam em pé, sentaram próximos de nós e começaram a conversar cochichando.

Eu apenas fico de olho e pensando em como reagir caso eles tentassem algo, era o único motivo de eu estar ali, não deixar que o senhor corresse perigo.

Duas estações depois uma mulher de cabelos pretos com as pontas roxas, que usava uma blusa de lycra preta com decote, de mangas longas, uma calça do mesmo tecido e cor e uma bota de couro com salto, entra e senta do meu lado. Atrás dela entra um homem alto e charmoso até, vestia uma camisa, calça e sapato social e por cima um sobretudo. Ele senta na frente dela, do lado do senhor, que continuava sua leitura sem ver nada em volta.

Continuo sentado ansiosa na viagem enquanto presto atenção nos 5 suspeitos que me cercaram, até que a mulher decidir falar comigo.

— Existe uma bomba nesse vagão e eu sei que você está escoltando esse senhor. Se você não descer na próxima estação sem ele, isso aqui não vai acabar bem. - Ela diz sem nem olhar para mim. Eu começo a tremer e suar frio, pois a única coisa que esperava era um ataque indireto.

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— Tem centenas de pessoas inocentes nesse trem. Você não faria isso. - Digo falando baixo e abaixando a cabeça enquanto começo a ranger os dentes. Torcia totalmente para ela estar blefando.

— Quer apostar? - Ela diz virando o rosto pra mim e dando uma risadinha baixa.

Em seguida os 3 caras levantam juntos e param em nossa frente. Cada um deles sacam 2 pistolas e apontam para a gente.

— É o seguinte, vocês vão ficar aí quietinhos e o vovô vem com a gente. Isso se vocês não quiserem se machucar, entenderam? - Disse um deles, possivelmente o que mandava nos outros dois.

Haviam poucas pessoas no vagão, mas todos ouviram eles falando e viram as armas. Eles levantaram e se afastaram para um ponta do vagão, surpreendentemente sem pânico. Talvez isso fosse comum nas cidades longe da capital.

— Ele não vai a lugar algum! - Respondo olhando séria para o cara que falava.

— Como é garo... - Ele ia dizendo quando o homem sentado do lado do senhor, levantou dando uma joelhada em seu abdômen e tomando suas duas pistolas. Assim que o atingido caiu ao chão, o homem de preto apontou as armas para os outros dois capangas.

— Larguem as armas! - Ele disse e em seguida notou que a mulher do meu lado tinha uma espécie de besta de pulso, que continham pequenas flechas que exalavam uma discreta fumaça roxa, como se estivessem com algum veneno.

— Acho melhor você largar a arma bonitão! - Ela afirmou e novamente em seguida todos notaram eu com uma pistola encostada em sua cabeça.

— Por que não se junta a eles? - Eu digo enquanto tento manter a calma mentalmente. Enquanto isso o senhor só olhava assustado para todos nós.

— Tem uma bomba nesse trem e eu posso a explodir a qualquer momento. Não pretendo ferir tantas pessoas, então se quiserem colaborar comigo, eu vou levar o homem e ninguém se machuca.

— Ela está blefando! - O capanga no chão diz.

— Você tem muita sorte de eu ter uma arma na cabeça nesse momento. - Diz a moça. Em seguida o homem de preto, que o derrubou, o dá um chute no queixo e o desmaia.

— Se você tem uma bomba, ela seria inútil caso eu te matasse, certo? - Pergunto enquanto todos estamos parados na mesma posição, apontando uns para os outros.

Ela responde calmamente. - Lá vamos nós! - Ela aponta rapidamente a besta para o abdômen de um dos capangas e dispara uma pequena flecha e o mesmo cai instantâneamente no chão. Ao mesmo tempo ela gira e com o outro braço segura meu pulso, me fazendo soltar a arma no chão. Em menos de um segundo enquanto está de frente pra mim, vira o braço para trás atirando mais uma flecha, acertando o braço e um chute de sola para trás no homem de preto, o jogando ao chão, suas armas caem longe. Em seguida mira a besta para o outro capanga e atira da mesma forma que no primeiro homem, também o arremessando ao chão e para apontando a besta para mim.

Estou em choque e nervosa com a situação. Minha primeira missão depois de 1 ano e vou fracassar?

— O senhor vem comigo, docinho. - Ela diz e em seguida mira em minha cabeça.

— Não vai não! - Digo olhando em seus olhos. Em seguida o homem de preto que estava ao chão lhe da uma rasteira a derrubando no chão também. Eu ajoelho sobre seus braços e coloco a mão direita sobre seu pescoço e com a esquerda arranco a flecha que estava sobre sua besta e aponto em seu pescoço.

— Você não vai me matar, eu sei disso. Você nunca fez isso antes. - Ela responde rindo. Nesse mesmo momento eu me recordo do pesadelo que tive enquanto estava na cadeira do experimento. O pesadelo em que não acertei o atirador em minha primeira missão.

Ela tenta me jogar para cima e sair por baixo, mas nesse momento seguro seu braço direito e cravo a flecha em sua besta que começa a soltar algumas pequenas faíscas.

— Não! sua garota miserável. - Ela responde revoltada enquanto gira suas pernas me jogando para trás e caindo em pé. Em seguida arranca a flecha de sua besta e segura meu pescoço contra a parede do trem, me enforcando. - Fim da linha pra você, docinho! - Ela diz me olhando com raiva. Em seguida tenta me apunhalar com a flecha, mas eu seguro seu braço. Vou ficando sem ar e fica mais difícil segurar o braço, até que ela consegue cravar com força a flecha em meu ombro esquerdo.

Eu instantaneamente caio sentada e não consigo mais me mover, minha visão começa a escurecer e vou ficando com dificuldades de respirar.

— Você não tem mais como atirar. - Ouço o homem de preto em pé dizendo, enquanto aponta a pistola para ela. Eu acreditava que ele estava desmaiado ou morto como os outros. - Você blefa mal, se preocupa demais com sua pobre vidinha pra arrisca-la com uma bomba. - Ele diz para ela.

— Talvez eu estivesse blefando! Mas pode ter certeza que vamos nos encontrar outra vez, bonitão. - Ela diz enquanto aperta um botão em seu casaco. Em seguida uma escotilha de ventilação que estava a cima de nós, estoura e sai voando. - Até logo. - Ela diz enquanto pula pela escotilha e aproveita do trem estar reduzindo a velocidade por estar chegando em uma estação, para pular dele e escapar.

Noto que a missão acabou muito diferente do que eu esperava. Minha última visão é do homem de preto guardando sua arma e vindo em minha direção. Após isso eu apago pensando em uma última coisa. Me desculpe Elizabeth, eu falhei.