Com a ajuda do Cascão me levanto com dificuldades daquele chão frio e caminho até a calçada, todos estão olhando-me desconfiados... Como se eu tivesse feito alguma coisa ao pobre homem que mal sabia o nome. O céu se torna nublado novamente como o clima que estava presente naquele local. Tenso... Ainda estou confuso e me perguntando o porquê de nem a polícia, os bombeiros ou até mesmo as equipes de telecomunicação não estavam cobrindo esse tal acidente... Talvez a DI.NA.MI.CA esteja escondendo muito mais coisas do que eu imaginava. Sento no meio-fio com dificuldades, observando a movimentação e mapeio em minha mente o lugar de cada pessoa ferida e agentes daquele local, tentando montar um plano infalível para entrar no centro empresarial.

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— E então careca?! – Cascão põe sua mão direita em meu ombro dando três leves tapas. – Qual é o plano?! Sei que você está formulando algo.

— E-es-tou p-pensando... – Digo quase sussurrando, ainda estava roco e sentindo fores dores no meu pescoço que agora encontra-se roxo. – P-pre-cissamos d-de uma dis-tra-tra-ção.

— Okay, isso nós já sabemos. – Aslas fala com um tom de sarcasmo na voz. – Mas como?! Eu distraio o Agente X enquanto você três entram?!

— Isso pode funcionar se... – Cascão se anima com a ideia do garoto.

— É claro que isso não iria funcionar! – O garoto dos cabelos arrepiados corta o cascão ainda falando. – Você é mais inteligente que isso! Todos esses agentes estão nos observando, se eu conversar com o Agente X mais de oito mil outros agentes vão continuar de olhos em vocês.

— T-temos que-que c-cha-mar a aten-ten-ção d-de todos... – Complemento a ideia do menino, que não me dar muita atenção.

— Cê não force a voz... – A morena faz um cafuné em meus cabelos, que me faz lembrar o quando eu a amo, e não queria que ela passasse por tudo isso. – Deixa conosco, vamos entrar naquele prédio e tirar seu pai dali... Apenas descanse. – Ela me dar um pequeno sorriso me passando segurança, contudo não poderia ficar apenas esperando, já pedir a Maria Cebolinha hoje, não posso perder meu pai também.

— N-não – Ainda foço minha voz, sinto minha garganta em chamas, ainda assim me levanto sentindo dores no corpo, por ter caído no asfalto da rua. – É-é o Me-meu p-pa-pai, tenho que fa-zer-zer i-i-sso.

— E o que você vai fazer?!

— C-chamar a atenção p-para aquele lo-lo-cal. – aponto para o meio da rua no espaço visível que todos podem notar bem em frete a entrada do edifício.

— E como vamos chamar a atenção gênio?! – Aslas fala de forma como se houvesse uma grande falha no meu plano, que ele ainda nem havia ouvido. – Ir no meio e gritar “olhem para mim”?

— V-você é inteligente, n-não é? – Olho para o Aslas o interrogando.

— É o que dizem... – Ele sorrir com um tom de convencido. – Mas o que isso tem a ver com nossa situação?!

— S-sabe construir u-uma pequena bom-bomba que faça b-barulho?! – Pergunto esperando uma resposta do garoto que apenas tenta entender o que eu quero?

— O que você está pensando Cê?! – A morena ainda não havia compreendido minha genial ideia também, e não fazia ideia do estava ocorrendo ali.

— N-não é obvio?! – Digo ainda forçando minha voz roca fazendo aspas com minhas mãos. – V-vamos simular um a-acidente...

— Você acha que isso vai realmente funcionar careca? – Cascão diz colocando a mão na cintura não muito confiante na minha ideia. – Perceba é algo muito estranho uma bomba explodir do nada...

— Não! N-não é não... – Engulo seco tentando não chorar... Queria está errado que essa possibilidade ser realmente verdade. – E-eles v-vão... Explodir... O p-prédio e tudo que es-está lá dentro. – Falo pausadamente para não alertar os agentes em volta.

— Explodir?! – Todos ficam abismado com essa ideia, entretanto falam baixo. – O que faz você pensar isso?

— Observem que tem h-homens das DI.NA.MI.CA entrando c-com uns pacotes dentro do e-edifício. – Começo a explicar a minha teoria. – O-ouvi o Agente X falando com a-alguém com um tipo de celular na sua mão a-alguma coisa sobre e-explosão... E que estava p-próximo... Ele n-não sai de perto daquela porta.

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— Como podem explodir um prédio empresário sem chamar a atenção?! Alguma hora os bombeiros vão chagar, como eles iriam explicar isso?! – Aslas busca entender a verdade, realmente é uma ideia muito estranha, entretanto aquilo fazia sentido para mim, pelo menos na minha cabeça sim, e levando em consideração o Agente X espero qualquer coisa.

— P-perceberam que não temos a polícia, nem o-os bombeiros por perto? – Dou um pequeno suspiro e continuo. – A fumaça q-que sai do quinto andar n-não é real. Eles v-vão explodir o prédio co-colocando a desculpa em u-um vazamento de gás q-que não existe! E deve apagar a-a memória de todos os funcionários para não dizerem a verdade.

— Meu Deus?! – A Mô coloca suas mãos tampando seus lindos lábios entendendo o que estamos enfrentando. – Eles querem de todo modo destruir o que tem ali dentro. Não importa a quem possa está destruindo. Eles vão mata-los...!

— Eles não sabem o que está dentro do centro empresarial, e querem garantir que ele não saia dali. – Cascão começa a entender a gravidade da situação.

— Entendi o que você está querendo. – Aslas complementa. – Você está pensando em explodir uma bomba de mentira, para eles pensarem que é uma de verdade, e chamar assim a atenção de todos para um local liberando a porta, para a gente entrar?

— P-parece loucura, mas é p-praticamente isso. – Olho para eles em busca do apoio dos meus amigos, estou fisicamente fraco, e por isso precisava deles.

— Eu estou dentro... – Cascão é o primeiro a apoia-me. – Alguém tem uma ideia melhor? – Ficamos calados alguns segundos esperando objeções, porém ninguém havia um outro plano, era o momento perfeito para continuamos.

— Então A-aslas?! – Falo diretamente com o garoto. – O que v-você necessita para construir e-essa bomba.

— Bom... – Ele começa pegando seu caderno com um desenho de uma mulher loira de óculos usando uma camisa azul, em suas mãos ela segurando uma espada pronta para atacar, e um lápis amarelo de sua mochila azul com os puxadores rosas, procurando uma folha limpa no meio de vários cálculos. – Precisamos primeiramente de uma bomba simples e rápida de ser feita, afinal estamos correndo contra o tempo... tem uma bomba fácil de ser feita, só que ela apenas faz barulho, feita com bicabornato de sódio e vinagre, ou algum outro ácido qualquer, quando maior a quantidade melhor.

— E como isso ocorre?! – A Mô procura entender mais.

— É uma das reações mais simples e mais utilizadas na química. – Aslas continua mostrando ser um gênio desenhando cada etapa da bomba no seu caderninho. – Para detonar a bomba basta um potinho com tampa, enchemos com vinagre, que é uma solução de ácido acético e em cima uma tampinha de plástico cheia de bicarbonato de sódio. A tampinha vai boiar no vinagre depois é só tampar e a bomba está pronta. – Ficamos impressionados como ele explicava química de uma forma tão simples, parecendo ser fácil. – Se viramos o potinho de ponta cabeça, o gás vai se expandir fazendo pressão sobre a tampa até... Boom!! Explodir. – Ele terminar mostrando um desenho de uma explosão no caderno. – Não se preocupe só faz barulho não machuca ninguém.

— M-mas precisamos de algo, além d-de um barulho, temos que fa-fazer-los correrem até aquele local... – Aponto novamente para o espaço vazio em frente a porta dupla do prédio.

— E se mostrássemos um “acidente” como você disse antes?! – A morena tenta contribui com o plano. – Alguém que se machucasse com a bomba, eles deveriam ter que correr para tentar esconder uma falha no plano deles, fazendo uma movimentação maior.

— C-como variamos i-isso? – Pergunto.

— Quando eu namorava o DC... – A Mô cita o seu antigo namorado e não nego que sentir um pouco de ciúmes naquela hora, ainda acho que ele tem algo que não possuo, todavia aquela não era a hora para se pensar nisso. – ....Fizemos um curso de como maquiar um zumbir em cinco minutos em casa. – Entreolhamos tentando compreender o que faria uma pessoa em sã consciência a fazer esse tipo de curso. – Não me pergunte o porquê de ter perdido meu domingo naquilo... Era o Do Contra pessoal... Mas o que importa é que eu aprendi a fazer umas feridas simples.

— Então como vamos conseguir essas coisas?! – Cascão indagar.

— O bicarbonato de sódio e o potinho. – Aslas começa. – Podemos conseguir em qualquer farmácia, vi uma abandonada quando eu vim.

— Preciso de algodão, esmaltes e pancake nas cores vermelho e preto e um pincel de maquiagem. – A Mô continua. – Que podem ser encontrados em farmácias também.

— Há por um supermercado no final desta rua, podemos encontrar algumas coisas como o vinagre. – Cascão termina a ideia.

— Pronto t-temos tudo q-que é necessário p-para continuar. – Dou um sorriso forçado por causa das dores no meu corpo, mesmo assim tentava passar confiança para os meus colegas. – V-vamos salvar t-todos que estão lá dentro. T-temos nosso p-plano infalível.

***

Nos separamos para ganhar mais tempo e procurar os materiais o mais breve possível. Todo o tempo era precioso para conseguimos salvar as pessoas que estavam dentro daquele edifício e principalmente o meu pai. Eu e a morena fomos direto a uma farmácia que ficava numa rua a esquerda de onde estávamos anteriormente, perto das faixas amarelas que encontramos quando víamos. Os agentes da Divisão Nacional de Mistério e Catástrofes estavam muito ocupados para se preocuparem com jovens como nós e não se preocuparam com a nossa saída do local, a verdade era o que eles mais queriam... Nós longe... Cascão e Aslas foram ao mercado que ficava na mesma rua do centro, um pouco mais distante daquele caos. Andamos pela rua deserta conversando entre a gente sobre o que estavam acontecendo...

— Quando isso vai para?! – A morena indaga interrompendo uma outra conversa...

— I-isso o q-que?! – Replico.

— Essas coisas loucas que só ocorrem conosco?! – Ela continua. – Sei lá... As vezes me canso dessas “aventuras”, alguém some, quase morre, ou está em perigo e eu sinto que tenho que ajuda-las... Às vezes eu só queria ser uma garota normal, com problemas normais de adolescente... Não em ter que salvar o mundo a cada dez minutos... – Fico em silencio, esperando a hora certa de falar. – E agora você e sua família está em perigo, e aqui estou eu para salvar o dia novamente... Não quero que você pense que estou reclamando. Não é isso! É que... Cansa sabe?! Nunca contei isso para ninguém...

— Eu t-te entendo Mô, m-mas você t-tem que... – Digo me aproximando da farmácia, contudo sou interrompido por murmúrios e gritos de uma multidão.

— Você está ouvido isso?! – A morena indagar.

— S-sim... – O barulho estava próximo, vinha virando o quarteirão aonde ficava a farmácia e as faixas amarelas. Aproximamos de um banco que ficava na esquina e nos abaixamos, espiamos a rua cautelosamente e vimos cerca de cinco a sete agentes da DI.NA.MI.CA acalmando um grupo de jornalistas de várias emissoras diferentes e bombeiros tentando atravessar as faixas para saber o que está acontecendo.

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— Como e-eles chegaram a-aqui?! – Pergunto.

— Eu não sei... Mas precisamos entrar na farmácia agora. – Avisto a drogaria do outro lado da rua, como imaginava e para nossa sorte a porta estava aperta já que o dono evacuo a área as presas. Precisávamos atravessar a rua com cautela, corro do prédio até um carro abandonado ao lado do banco. O próximo passo seria um poste do outro lado da rua em frente ao nosso destino, a Mô me segui até o carro.

— Es-está m-muito longe... – Observo a distância do carro até a drogaria. – S-se a gente se a-arriscar em cor-correr até o ou-outro lado, com certeza alguém v-vai nos ver... M-Mônica?! – A morena pega uma pedra do chão e ver o peso, se afastar um pouco do carro e com toda a sua força atira a pedra. A pequena pedra voa no meio da rua passado pelos prédios e carro e viaja cerca de uns duzentos metros, batendo em cheio na lente de uma das câmeras dos jornalistas. Nesse momento um tumulto se alastra no meio daquele povo fazendo-os os agentes ficarem atordoados. – Como você sabia que...

— Eu não sabia... – A morena corre até a drogaria. – Vamos?! – Entramos na farmácia e ligamos as luzes, o ambiente claro e limpo logo se pôs entre nós, caminhamos pelas prateleiras com diversos produtos de higiene e de beleza e procuramos o que mais necessitávamos. Pegamos o tudo que era necessário e formos até uma segunda ala que ficavam os remédios, de repente um barulho ecoou na loja, alguém havia entrando e nos escondemos, os passos se aproximavam da gente, então pego vassoura que estava inclinada na parede, e fico pronto para atacar. Faço um sinal de silencio para a Mô que estava com nossos materiais e me aproximo das sombras, e com um único ataque dou uma vassourada na cabeça de um garoto que solta um grito.

— Ai Careca! – Cascão exclama acariciando a cabeça. – Somos nós...

— D-desculpa ca-cara... – Jogo a vassoura de lado e tendo ajuda-lo. – V-você também n-não fala nada, como e-eu iria a-adivinhar?!

— Conseguiram os materiais?! – A Morena pergunta. – Como passaram pelo povo?!

— Conseguimos sim! – Aslas responde levantando duas sacolas do mercado. – Os jornalistas estão muito ocupados discutindo com os agentes... E achamos até uma bomba de fumaça no super...

— Verdade, aquelas de ninjas “super-daora” sabe?! – Cascão interrompe o garoto que apenas fica observando. – Fui eu que achei...

— Okay... – Aslas bufa com as palavras do meu amigo. – Me passa as coisas aqui Mônica. – Aslas senta no balcão e monta rapidamente a bomba do nosso plano, parte por parte como uma maquina. – Pronto... Bastar coloca-la de cabeça para baixo e ela irá explodir...

— Agora precisamos da pessoa ferida... – A Mô levanta esse ponto segurando a maquiagem para a ferida. – Quem se voluntária?!

— Eu vou... – Aslas faz uma broca na sua calça jeans com a ajuda de uma tesoura que havia no balcão e levanta a perna... – Sou pequeno e muito desajeitado para entrar no prédio correndo, posso ser a isca... Além de que estou louco para usar essa fumaça.

— Tudo bem. – A Mô se abaixa e começa a fazer a maquiagem na perna de Aslas, não demora muito e já temos uma ferida extremamente feia, parecia que a alguém tinha arrancado um pedaço da pele do garoto, nunca vi algo tão nojento, mas ao mesmo tempo tão bem feito em toda minha vida.

— Nossa não imaginava que você faria isso tão bem... – Cascão admira-se.

— Nem eu para falar a verdade.

— P-pronto temos tu-tudo pronto... – deixo um dinheiro em cima do balcão. – V-vamos c-olocar nosso plano em p-pratica.

***

Deixamos a drogaria escondidos e vimos os repórteres ainda discutindo com os agentes da DI.NA.MI.CA, Corremos de volta ao prédio empresarial e vejo o caos e a movimentação dos agentes. Olho ao redor e percebo que todas as caixas haviam sido levadas para dentro do edifício, mas havia apenas a última sendo carregada por um agente já no meio do caminho, essa era nossa oportunidade, eles já estavam prontos para explodir o prédio inteiro e eu não poderia deixar aquilo acontecer.

— É agora... – Aslas se afasta da gente e vai em direção do agente com a última leva de bombas, ele para um momento com a nossa bomba em uma mão e a bomba de fumaça na outra e olha para nós. – Por favor... Traga meu pai de volta...

— E-eu p-prometo... – Ele então volta a correr de volta para o cara com a caixa... Respiro fundo e vejo o garoto soltando um sorriso, aquilo não poderia dar errado.. - F-finalmente está s-se iniciando no-nosso plano infalível.

Continua...