Prólogo

19 anos. Essa é a minha idade, que também foi a idade com a qual eu ganhei meu primeiro carro. Quando meus pais entregaram a chave nas minhas mãos, dizendo que a cidade estava muito perigosa para que eu continuasse indo de metrô para a faculdade, meu coração até bateu mais forte.

Um carro. Era um dos meus sonhos desde que... Bem, eu não era como a maior parte dos garotos, que sonha com um carro só seu desde os cinco anos de idade. Eu comecei a sonhar com um carro a partir do momento que tive que atravessar a chuva torrencial de casa para o metrô e do metrô para a faculdade (além de receber comentários sarcásticos lá, da parte de um dos riquinhos metidos, Lucius Malfoy, que tinha uma Porsche prateada, e a esbanjava a cada cinco minutos. Normalmente, ele usava os termos "veadinho molhado" e "pintinho encharcado", já que o babaca não tinha muita criatividade).

Abracei meus pais forte quando segurei a chave, e liguei-o, sorrindo, para ir à faculdade. No começo, tudo foi um mar de rosas: estava chovendo, e eu sabia que todo o pessoal da faculdade esperava que eu chegasse todo molhado e espirrando, com grandes chances de ter pego uma gripe ou pneumonia, mas, na verdade, eu cheguei totalmente seco, com o gel ainda aparente em meus cabelos (esse era o único jeito de deixá-los levemente arrumados).

O dia inteiro se passou, comigo recebendo um teste, no qual eu recebi a nota do último trabalho (que, por acaso, foi a segunda melhor da turma. A primeira melhor foi a do Remus, um dos meus melhores amigos), almocei correndo para chegar no próximo tempo de aula... Tudo foi normal, e eu ainda estava quase dançando aos pulos pelos corredores do campus por causa do carro.

Quando as aulas terminaram, me despedi de Remus, Sirius e Peter, os meus três melhores amigos, e entrei no carro. Suspirei ao fazer isso, e ao ouvir o barulho do motor. Eu estava atravessando a estrada quando escuto um barulho na lataria. Tudo que eu consigo pensar é "merda". Eu tinha aquele carro há um dia e a droga da vida já tinha tratado de estragá-lo.

Saio do carro e a minha cabeça já está no modo "tá, bateu. Vamos ver o estrago que foi feito nessa merda.", quando vejo que a frente do carro de trás foi praticamente toda destruída.

E tinha uma menina lá dentro.