My Imaginary Friend

Sete anos depois


07 ANOS DEPOIS

Estava tudo em uma completa escuridão. Arthur não enxergava um palma a sua frente e, estava assustado. O que estava acontecendo?

— Arthur. – Ele ouve, de repente, alguém sussurrando seu nome. Não sabia quem era, mas a voz não era estranha para si, então o garoto decidiu seguir o som dela.

Seguindo a voz, ele conseguiu chegar em um quarto. O garoto procurou o interruptor e ao encontrá-lo, ligou-o. Viu que estava em seu próprio quarto.

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Olhou ao redor procurando quem tinha o chamado, e se assustou quando encontrou a pessoa na cama, mas não foi apenas o fato de ter alguém em seu quarto que o assustou, e sim o fato de essa pessoa estar completamente nua.

Era um garoto, e Arthur tinha certeza que conhecia esse garoto de algum lugar, mas não conseguia lembrar de onde.

— Arthur. – Sussurrou o garoto novamente, ainda deitado na cama e agora, olhando na direção de Arthur.

— Quem... quem é você? – Pergunta Arthur assustado e vergonhosamente, excitado com a visão que estava tendo.

— Por que, Arthur? Por que esqueceu-se de mim? – Pergunta o dono do corpo nu, agora se levantando lentamente e andando na direção de Arthur que dava passos para trás, até bater na porta fechada de seu quarto. Quando aquela porta foi fechada?

— E-Eu não sei que-quem é vo-você. – Responde Arthur gaguejando, e mesmo muito assustado, o garoto continuava excitado por conta do estranho nu.

O garoto estranho passa sua mão pelo braço de Arthur até chegar em seu peito nu e começa uma carícia, fazendo os pelos do corpo do outro se arrepiarem. Quando foi que Arthur tinha ficado sem suas roupas? Agora, o garoto que estava com o corpo quente, também estava com o rosto quente, mas o motivo deste era vergonha mesmo.

Os dedos longos do estranho passeavam pra cima a para baixo no corpo de Arthur, iam do peito até um pouco abaixo do umbigo do mesmo, fazendo o garoto ter espasmos de excitação.

Arthur não entendia o porque de não parar o estranho, mas ele admitia que estava gostando da carícia.

Mesmo quase que completamente entorpecido de prazer com apenas aquela carícia, Arthur conseguiu ouvir quando alguém falou...

— Eu gosto disso, é muito adulto.

Arthur olha em direção da voz e encontra, por algum motivo, a Peppa Pig. Sim, a porquinha rosada infantil, estava sentada em sua cama com um balde de pipoca assistindo o que estava rolando entre ele e o desconhecido.

Ele ficou encarando horrorizado a porquinha, quando viu mais alguém chegando.

— Perdi alguma coisa? – Pergunta o alguém que chegou para a porquinha. Esse alguém era nada mais, nada menos que Alvin, o esquilo.

O esquilo se sentou ao lado da porca e pegou um pouco da pipoca.

— Podem continuar e esqueçam que estamos aqui. – Diz o esquilo com a boca cheia de pipoca.

O desconhecido pareceu respeitar o que o esquilo disse e passou sua mão na bochecha de Arthur, trazendo a atenção para si.

— Amor, acorda. – Diz o garoto acariciando a bochecha de Arthur.

— O quê? – Pergunta Arthur confuso.

— Bebê, acorda vai. A gente vai se atrasar pra escola. – Diz o desconhecido agora dando um tapa na testa de Arthur.

— Espera o qu...

— ARTHUR, SEU RIDÍCULO, ACORDA LOGO. – Grita o melhor amigo de Arthur, Noah. O garoto estava há tempos tentando acordar seu amigo para irem pra escola.

— O que aconteceu? – Pergunta Arthur assustado se sentando na cama.

— Aconteceu que você tem o amigo mais incrível do mundo que perde tempo tentando impedir que você se atrase pra escola. – Responde Noah de forma irritada. – Agora, levanta esse traseiro branquelo dessa cama e vai se arrumar. Vou te esperar lá na frente, não ouse demorar mais que cinco minutos. – Continua o garoto agora indo em direção da janela. Ele entrava no quarto de Arthur por aquela lugar, pois ele evitava sempre encontrar a bruxa que era a mãe de seu amigo. Noah tinha colocado a escada de seu pai ali, para poder entrar tranquilamente no quarto do amigo. Era muita invasão, mas Arthur não ligava muito pra isso. – Ah, e vê se dá um jeito nesse negócio aí, seu safado. – Termina Noah apontando para as calças de Arthur, onde se encontrava uma pequena ereção. E depois disso, Noah vai embora pela escada, deixando um Arthur muito constrangido e vermelho.

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O garoto não perde tempo pensando no constrangimento que passou e nem em como depois Noah o iria pertubar por conta disso, nem mesmo para pra pensar no sonho que tivera. Ao invés de pensar nessas coisas, ele apenas vai na direção do banheiro que ficava do outro lado do corredor pra tomar o banho mais rápido de sua vida.

Dessa vez sim, muita coisa mudou na vida de Arthur nesses anos em que se passaram. Seu pai, por exemplo, acabou sendo preso, pois um dia uma denúncia anônima disse que ele tinha drogas em sua oficina, a polícia foi averiguar e, de fato, encontrou diversos tipos de droga, então o homem foi preso e a oficina foi fechada. Isso ocorreu quando Arthur tinha seus 13 anos, então mesmo que não fosse apegado ao seu pai, o garoto acabou ficando um pouco traumatizado com o acontecimento. Sua ajuda foram seus amigos, Noah e Thomas, com quem Arthur criou um forte laço, tanto com os garotos, quanto com os pais dos mesmos.

A mãe de Arthur, depois do ocorrido com o pai do mesmo, acabou sendo obrigada a ser uma mulher mais madura e responsável. Ela teve que abandonar seus encontros com as amigas e procurar um emprego para sustentar tanto a si, quanto ao seu filho. Mas mesmo com uma grande mudança em sua vida, a mulher não mudou tanto sua forma de ser, então continuava a tratar Arthur como um ninguém, ou melhor, um alguém que ela é obrigada a criar. E ela nunca foi visitar seu marido na cadeia.

Arthur não mudou muito em aparência, continuava o mesmo magricela, mas agora bem mais alto. Com seus 1,87m, ficava difícil sair pela janela para comer porcaria no quarto de Noah e Thomas. E em personalidade, o garoto também não tivera grandes mudanças, sua vida social se resumia em não existir e seus amigos poderiam ser contados nos dedos, no total de três: Thomas, Noah e Hanna, uma garota bonitinha que grudou nele quando ele apareceu na escola com os novatos quando tinha 10 anos. Ela era interesseira na época e só ficou amiga dele porque queria conhecer os novatos, mas depois eles acabaram virando amigos de verdade e ficou até os dias atuais.

E quanto ao Boobo? Bem, depois do dia que Arthur conheceu os vizinhos, ele acabou desaparecendo. No começo Arthur sentia muita falta, mas com o tempo a saudade foi diminuindo até o dia em que ele simplesmente esqueceu. Mas pra ele não foi grande coisa, quer dizer, ele tinha noção de que não fazia sentido ter um amigo invisível, e até se sentiu mais "normal" depois que Boobo sumiu.

Não mais que cinco minutos, Arthur já estava caminhando ao lado de Noah, em direção a escola.

— Cadê o Thomas? – Pergunta Arthur curioso. Os três sempre iam pra escola juntos, então o garoto sentiu falta da presença do mais velho.

— Ele estava tentando te chamar junto a mim, mas como você não acordava, ele resolveu ir embora e me abandonar... como sempre. Não sei por que não fui com ele, acho que sou trouxa demais. – Responde Noah ficando emburrado, ele sempre fazia um bico com os lábios e franzia o cenho, era algo adorável e uma expressão bem comum no rosto do mesmo.

— Ele é um traidor que sempre desiste de mim. E você não foi embora com ele porque tem um crush em mim que te impede de me abandonar. – Diz Arthur dando um sorriso convincente. Ele não era assim sempre, apenas na presença de seus únicos três amigos.

E quanto ao crush de Noah por Arthur? É melhor deixarmos esse assunto mais pra frente.

Noah não respondeu nada, apenas negou com a cabeça, forçando um riso que saiu levemente nervoso, e tentando esconder o leve rubor que subiu por suas bochechas.

Não demorando muito os amigos chegam a escola já indo direto para o lugar preferido de ambos, o jardim da frente. Era apenas um gramado verde que ficava na frente da entrada da escola, mas eles gostavam de ficar lá. Como era na frente do portão, todos os alunos tinham que passar por lá, e eles gostavam de observar as pessoas.

Ao chegarem no gramado, eles sentam ao lado de Thomas que estava muito concentrado em um ponto a sua frente e comendo um bolinho de chocolate.

— Thomas, o que faz aqui? Não deveria estar na sua sala? – Pergunta Noah tentando roubar um pedacinho do bolinho de Thomas, e recebendo um tapa na mão pela tentativa ousada. Nunca se deve tentar pegar a comida de Thomas Night, o garoto que normalmente é tranquilo, vira uma fera se tentam fazer isso, e Noah sabe disso, mas não se importa muito.

— Eu não tenho professor de Biologia, que é nesse primeiro período, então como não tenho nada pra fazer, vim pra cá esperar vocês. E eu sei que o primeiro tempo de vocês é Matemática, e o seu professor ainda não chegou. – Responde Thomas não dando importância pro assunto, e se preocupando mais em encarar o ponto a sua frente.

— Se você não ia ter aula nesse período, por que me abandonou? – Pergunta Noah meio indignado.

— Pra deixar vocês namorarem um pouquinho. – Responde Thomas não dando 100% de atenção pra conversa que estava tendo.

— Começou com essa idiotice. – Diz Arthur bufando.

A verdade é que Thomas é um jovem bem observador, e ele notou que seu irmão tinha algum sentimento a mais por Arthur, e isso é algo que nem mesmo o Noah percebeu completamente. Então ele costuma fazer essas brincadeiras, ele ama seu irmão e se isso fizer os dois garotos pelo menos pensarem sobre esse assunto, já estaria de bom tamanho.

— De qualquer forma isso não importa. – Continua Arthur olhando para onde Thomas encarava. – O que importa no momento é o fato de você estar encarando muito certo alguém. – Termina o garoto com um sorriso malicioso nos lábios e rindo ao ver Thomas corar.

— Cala a boca, idiota. Vai se pegar com meu irmão e me deixa em paz. – Diz Thomas sem deixar de corar, e agora tentando esconder o rosto entre as pernas.

— Não sei o motivo de você ter se apaixonado logo pelo idiota do time de basquete. – Diz Noah revirando os olhos.

Pode chamar isso de universo clichê, mas é o que acontece aqui. Thomas é extremamente apaixonado por seu amigo Dylan, o capitão do time de basquete da escola. Ele foi um dos primeiros a ir falar com Thomas quando o garoto chegou na escola. Como Thomas era um ano mais velho que os outros dois, ele foi obrigado a ficar em uma turma separada e ficou totalmente isolado. Ele lembrava bem de como um garoto bonitinho com grandes olhos castanhos e pintinhas espalhadas pelo rosto, foi falar com ele. Desde esse dia os dois viraram grandes amigos e mesmo depois de Dylan entrar pro grupo dos populares, ele continuou firme na amizade.

Foi meio inevitável e quando percebeu, Thomas já estava apaixonado. E como sempre foi muito inseguro, resolveu guardar esse sentimento para si, então passando um tempo, Dylan acabou conhecendo e se apaixonando por uma garota, Cameron. Então Thomas nunca se declarou e ficava babando por um amor não correspondido.

— Primeiro, ele não é idiota e segundo, ninguém escolhe por quem se apaixona. Não concorda, maninho? – Diz Thomas terminando com uma pergunta sarcástica direcionando seu olhar para Noah, que apenas revira os olhos mais uma vez.

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Thomas volta seu olhar para Dylan, e nota que o mesmo está olhando para si dando um sorriso adorável. O garoto fica sem graça, mas corresponde o sorriso. Ele nota que Dylan diz algo para seus amigos e começa a andar em sua direção.

— Oi, pessoal. – Diz Dylan com o mesmo sorriso no rosto, os garotos respondem meio sem graça, mas mais por educação. Eles não tinham intimidade com Dylan, apenas Thomas. – Tommy, pode ir na minha casa hoje?

— Pr-Pra quê? – Pergunta Thomas com o rosto corado e com certo brilho esperançoso idiota nos olhos.

— Pra fazermos o trabalho de química. Eu quero terminar antes das 19h porque vou sair com a Cam. – Responde Dylan ainda com o sorriso, que agora parecia meio irritante, nos lábios.

— Não, quer dizer sim, tu-tudo bem. – Responde Thomas meio atrapalhado. Ele era um completo idiota quando estava na presença de Dylan.

— Então beleza, quando acabar as aulas me espera aqui que a gente vai junto. – Diz Dylan, e Thomas apenas acente. – Tchau pessoal. – Termina o garoto indo embora.

— Deus, Thomas como você é trouxa. – Diz Arthur embasbacado pelo que acabou se presenciar.

— Agora eu sei o motivo de você nunca ter ido pra Hogwarts. – Continua Noah rindo.

Thomas apenas ignora os dois e volta a comer seu precioso bolinho antes esquecido e se martirizando mentalmente por ser um idiota.

Os garotos começam a rir e mudam de assunto.

E essa era basicamente a vida de Arthur, ele acordava com os gritos de seu amigo, ia pra escola, depois ia direto pro trabalho que tinha para ajudar sua mãe em casa, e depois direto pra casa. Em sua casa, ele normalmente assistia algum filme proibido ou apenas lia um livro, ou então ia encher o saco de seus vizinhos.

Parece que em sua vida não tinha mais espaço para um amigo imaginário. Ou pelo menos por enquanto.