My Imaginary Friend

Vamos à festa!


— Pessoal, amanhã tem festa lá na casa do Kim, bora? — Chega Hanna sentando no colo do Noah, ela tinha essas manias de forçar muita intimidade com os meninos, nunca ligando de ser a única garota do grupo.

— Eu respondo ou vocês cuidam disso? — Pergunta Arthur enquanto desembrulha seu sanduíche do plástico onde ele era vendido. Estavam no intervalo.

— Não sei, Arthur. Acho que a gente deveria ir. Tô cansado de passar minhas noites de sexta olhando pra cara de vocês, já faço isso todos os dias. — Responde Thomas com a boca cheia de torta de morango, sua preferida. Ele não era um garoto mal educado que fala de boca cheia sempre, só na frente de seus amigos e seu irmão mesmo.

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— Tá reclamando? Procura novos amigos então. — Diz Noah tentando comer seu sanduíche, mas com um ser humano em cima dele, ficava difícil fazer qualquer coisa.

— Primeiramente, você não é meu amigo, é meu irmão. E segundo, se eu não reclamar, nem sou eu. Deveria estar acostumado com isso, como eu estou acostumado a ficar de vela pra vocês dois. — Responde Thomas apontando para seu irmão e para Arthur com seu garfo, logo dando um sorriso malicioso em seguida.

— Mais uma piada insinuando que o Noah e o Arthur são um casal? Nossa, você é tão original. — Retruca Hanna com o tom de voz carregado de ironia.

— Olha aqu...

— Não vamos perder o foco, a gente vai na festa amanhã ou não? — Noah interrompe seu irmão, por saber que ele ia acabar falando besteiras e começar uma briga desnecessária. O garoto conhece o irmão que tem.

— Eu voto sim. — Diz a garota mordendo um pedaço do sanduíche do Noah. Thomas apenas revira seus olhos.

— Eu também voto sim. — Concorda o jovem com o canto da boca sujo de torta.

— E você, Arthur? — Pergunta Noah encarando o garoto que apenas da de ombros.

— Vocês sabem que vou pra onde forem, é melhor do que ficar em casa. — Responde por fim e Hanna dá um gritinho comemorando, fazendo Thomas revirar seus olhos mais uma vez.

— Ótimo, então eu vou avisar o Kim. — Diz Hanna levantando do colo de Noah, que faz uma expressão de alívio, mesmo que disfarçando. A garota beija a bochecha de Noah e de Arthur e dá língua pro Thomas antes de ir embora de vez.

— Você sabe que ela é afim de você, não sabe? — Pergunta Thomas encarando seu irmão que suspira.

— Pra você, todo mundo é afim de todo mundo. — Responde Noah comendo seu lanche tranquilamente.

— Eu não tenho culpa de ser o mais inteligente daqui, e o único que repara nesses detalhes. — Thomas dá de ombros e termina sua torta. Noah apenas o ignora e encara Arthur que estava quieto demais.

— Aconteceu algo, Arthur? — Pergunta Noah dando um leve empurrão no ombro alheio.

— Hm? Não, não aconteceu nada. Só estou pensando nas provas que já vão chegar. — Responde Arthur dando um sorriso pra tranquilizar seu amigo, e Noah apenas assente não querendo pensar no fato de seu coração ter acelerado depois de receber aquele sorriso adorável do outro.

Os dois voltam a comer.

Arthur não disse toda a verdade, ele estava preocupado com as provas sim, mas o que estava deixando ele distraído desse jeito era o sonho que teve mais cedo. Ele sentia que conhecia aquele rosto, aquele garoto, mas não sabia dizer de onde. E isso estava deixando ele louco.

— Ei, mané. O sinal já tocou, levanta logo. — Arthur ouve depois de receber um tapa de Thomas na cabeça. E percebe que ficou distraído mais uma vez, precisava controlar isso, ou seus amigos não o deixaria em paz até descobrirem o que estava acontecendo.

Mas nem Arthur sabia dizer o que era.

X

— Mãe, eu vou sair, tudo bem? — Arthur avisa enquanto desce as escadas arrumando as mangas de sua blusa de botões azul.

— Não me importo, apenas não seja preso, não quero ter que ir até à delegacia buscar criança bebida. — Responde a mulher sem desviar o olhar da televisão.

— Tudo bem... — Diz, por fim, o garoto e sai da casa sem se despedir. Sua mãe não dava a mínima mesmo.

O jovem caminha lentamente até a casa ao lado e bate na porta, já ouvindo a voz da mulher que ele sonhava em ter como mãe. Aquela que cuida, se importa e ensina o que precisar pros seus filhos.

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A mulher loira abre a porta e direciona grande sorriso para o garoto, já o puxando pra um abraço de urso. Ele adorava os abraços daquela mulher.

— Ei, criança. Você tá tão lindo assim, meu bebê cresceu tanto. — Diz a mulher ainda no abraço.

— Linda, deixe o garoto respirar, ele tá ficando vermelho. — Aparece John, o homem que Arthur considerava e respeitava mais que o seu próprio pai.

Belinda solta o jovem que dá um sorriso grande e um beijo na bochecha da mulher.

— Boa noite, John. — Arthur diz e segura a mão de John que o puxa para um abraço, fazendo a mulher rir.

— Garoto, quantas vezes vou ter que dizer que você não precisa ficar tímido comigo?

Arthur solta uma risada e se separa de John, ele ria mais nessa casa do que na própria. O garoto se sentia extremamente confortável naquele lugar, se pudesse escolher, moraria com aquela família e a chamaria de sua. Porque aquilo sim era uma família de verdade.

— Os dois manezões estão lá em cima, pode subir. — Diz Linda enquanto fecha a porta.

Arthur apenas assente com a cabeça e segue em direção ao quarto de seus amigos.

— Tô entrando, espero mesmo que não estejam pelados. — Arthur avisa já abrindo a porta, intimidade é tudo.

— E se eu estivesse pelado, seu otário? Eu hein, sabe bater mais não? — Thomas pergunta irritado enquanto fecha os botões de sua calça preta.

— Não seria tão estranho, ele já viu a gente sem roupa milhares de vezes. — Noah responde tranquilamente já pronto em sua cama.

— Você pode não se importar, mas eu me importo. Esse corpo aqui é guardado. — Thomas se senta ao lado de seu irmão cruzando seus braços, apenas fazendo birra.

— Guardado? Pra quem será, hein? — Pergunta Arthur de forma maliciosa e desvia rindo de uma toalha que Thomas jogou em sua direção.

— Vamos parar com a balbúrdia aqui qur a rainha chegou. — Entra, de repente, Hanna e já dando uma voltinha mostrando seu vestido tubo preto.

— Você tá linda, Hanna. — Elogia Noah e Hanna acaba corando.

— Então... vamos? — Pergunta Thomas se levantando da cama e batendo sua roupa.

— Vamos sim, quero chegar cedo, porque essa noite promete. — Responde Hanna sorrindo maliciosa e olhando na direção de Noah que apenas engole em seco.