Lorcan Scamander

Era muito difícil continuar vivendo sem Albus. Era difícil vê-lo do meu lado e não poder segurar a mão dele, mesmo que por debaixo da mesa. Era difícil vê-lo triste e não poder perguntar o porquê, mesmo que eu já soubesse.

E eu ainda continuava a ser excluído por todos. Todos me tratavam diferente. Provavelmente os que me batiam já se cansaram de fazê-lo, pois já não o fazem com a mesma frequência.

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É muito difícil ser tratado de modo diferente por todos que você conhece - e os que você não conhece também -. E o pior é quando você sabe que você fodeu com a relação com a única pessoa que você sabe que não te trataria diferente.

Albus Potter

Eu continuei sentando ao lado de Lorcan no Salão Principal. Eu estava fazendo coisas assim ultimamente. Coisas dolorosas, que eu sabia que iriam me fazer sofrer, mas que eu fazia mesmo assim.

As pessoas podem achar que isso me encaixaria na Grifinória, por causa da coragem... Não. Eu não sou corajoso. Fazer coisas que doem sem motivo algum não é coragem. Coragem é fazer o que você tem que fazer, mesmo que você esteja com medo. Coragem é lugar contra os seus medos.

O problema era que o meu medo já estava acontecendo. E eu não podia fazer nada para impedir isso.

Não consegui evitar não olhar para Lorcan. Ele estava com machucados novos. Seu olho estava roxo e havia um corte em cima da sobrancelha.

E eu sabia que não era o que todos diziam. Ele não estava se machucando porque ele era gay. Eu conheço Lorcan o suficiente para saber que ele não faria isso.

Eu ainda conheço Lorcan o suficiente para isso.

O que significa que aqueles caras da Grifinória e da Sonserina continuam batendo nele.

Isso fazia com que eu quisesse bater neles. Mas eu não podia. Bem, não se eles não estivessem fazendo nada no momento. Mas se eu pegasse eles batendo no Lorcan... Eu com certeza iria defender. Mesmo que eles sejam maiores em número. E todos eles eram maiores que eu.

Mas eu teria que fazer alguma coisa, se visse. E se não visse, eu também teria que fazer alguma coisa.

Porque a cada vez que eu o via com um machucado, era como se toda a dor que eu já tinha sentindo viesse toda junta.

Tal como as lágrimas na Sala Precisa depois.

E eu resolvi fazer algo que eu não esperava.

Eu falei com Lorcan.

— Você... Está machucado.

— Eu sei. - ele diz, ainda mexendo na comida em seu prato com o garfo.

— Por que você não foi à enfermaria, ou algo assim?

— E você se importa?

Eu sabia que ele não havia falado isso sendo rude. Eu sabia que era mágoa. Um misto de mágoa e culpa. E eu sabia porque... Bem, porque eu sentia a mesma coisa.

— Sim - eu respondo. - Eu me importo.

E depois fiz outra coisa que eu não esperava fazer.

Segurei a mão de Lorcan. Ele olhou para mim, assustado, e eu olhei-o, com dúvida, como se perguntasse: eu posso fazer isso? Você quer fazer isso?

E... Bem, ele não soltou a minha mão.

Ele a apertou.