Teoria do caos

Prólogo


Você não se lembra de ter visto uma porta localizada aqui antes.

Não fazia nenhum sentido algo assim estar em Waterfall. No meio de tantas rochas e cristais, uma porta de madeira cinzenta era destoante. Você se pergunta como poderia não ter percebido isso antes, mas no fundo você tem a impressão de que ela não estava ali até aquele exato momento.

Aquilo de certa forma lhe deu um pouco de determinação, porém não o suficiente para criar coragem de entrar naquele lugar misterioso. Você decidiu tirar suas dúvidas com Papyrus, ligando no número que ele te dera há pouco tempo.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Não houve resposta.

Talvez Sans soubesse alguma coisa? Você olha para o lado e pode ver de longe ele cochilando em seu posto, não queria incomodá-lo, além do mais ele pagara um lanche para você (apesar de você não ter conseguido comer) e não queria acordá-lo apenas para uma pergunta boba. Afinal era só uma porta, não é mesmo?

É em momentos assim que você sente falta de Toriel.

Engolindo em seco, você gira a maçaneta e entra no quarto. O chão e as paredes são de um material cinzento que você não reconhece, o teto é uma magnífica escuridão sem fim que te deixa com um pouco de medo, porém resolve continuar explorando o lugar mesmo assim.

Você anda pelo estreito corredor e seus pequenos passos ecoam por todo lado, ao longe você é capaz de ver alguém parado, sozinho. Você se pergunta que tipo de monstro é ele e o que está fazendo ali, mas nenhuma explicação coerente vem em sua mente.

De perto o misterioso monstro é diferente de qualquer um que você já viu. Parece ser um esqueleto, ou talvez seja um bem estranho, mas seus olhos são disformes e possui um sorriso torto, com a expressão completamente congelada, o crânio está rachando em duas regiões. Seu corpo é como uma massa negra, com alguns poucos detalhes em branco, praticamente sem uma forma consistente. Duas mãos estão grudadas no estranho corpo, uma em um ponto mais elevado e a outra mais baixa, ambas tem grandes buracos em seu meio.

Você anda ao redor do quarto, é um espaço bem pequeno. Olha para o monstro de diversos ângulos, esperando alguma reação, ele permanece imóvel como se fosse apenas uma estátua. Você tenta dizer alguma coisa, um cumprimento, ele também não reage a isso. Por fim, mesmo estando com um pouco de medo, você resolve tocá-lo, aproximando sua mão até o que parecia ser seu ombro.

A textura parecia muito com piche, deixando sua mão grudenta, poucos segundos depois do contato o monstro pareceu despertar como se tivesse acordado de um sono profundo. Suas pupilas apareceram pela primeira vez como dois pequenos pontos brancos, e seu estranho sorriso pareceu se alargar, a parte branca de seu corpo pareceu tomar uma forma diferente, mas tudo foi rápido demais para você ver que tipo de desenho formara.

Por que infelizmente, antes que você pudesse fazer alguma coisa ele desaparecera completamente, como se nunca estivesse estado ali. Você se viu completamente só naquele quarto cinzento e misterioso.

Com um temor culminando sua alma, você sai correndo para fora do quarto. A porta se fecha sozinha, e tudo o que você quer fazer é ir para seu ponto salvo antes que algo mais estranho ainda aconteça. Várias perguntas aparecem em sua mente, mas nenhuma resposta coerente veio para lhe acalmar.

Apesar de tudo, ver aquele misterioso monstro aparecer e desaparecer em um piscar de olhos te encheu de determinação.

Olhando novamente para aquele ponto, a porta não se encontra mais lá. Você pergunta a si mesmo se aquilo não fora apenas coisa da sua imaginação, até que uma voz conhecida interrompe seus pensamentos:

— O que aconteceu pirralho? – Sans estava ainda escorado em seu ponto de vigia, mas agora seus olhos estavam abertos, há algo de estranho em seu olhar que você não consegue compreender. – Parece até que viu um fantasma.

De algum modo, Sans parece saber o que aconteceu.