Vossa Majestade

Capítulo 12 - Púrpura


Seis anos se passaram. Sasuke não voltou e Sakura mudou.

A rosada não era mais a mesma. Konoha não era mais a mesma. A morte de Sasuke interferiu diretamente no reinado de Sakura.

Já estava amanhecendo, os conselheiros já não perdiam mais tempo tentando mudar a cabeça e a personalidade da Rainha que chegava de carruagem no castelo, acompanhada por suas damas de companhia que também eram amigas íntimas.

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Voltavam de um baile de máscaras que aconteceu na cidade vizinha. Estavam todas bem vestidas e mascaradas, embora um pouco alteradas por conta da quantidade de bebidas alcoólicas ingeridas.

Sakura, com seus sapatos vermelhos de veludo em suas mãos, se dirigiu para seus aposentos; Tirou sua máscara dourada e soltou seus cabelos; Em seguida, sem ao menos deixar que suas damas lhe tirassem o vestido, ela se deitou em sua cama e dormiu.

Não sabia quanto tempo tinha se passado, mas abriu os olhos furiosa ao ouvir a voz de Naruto chamá-la.

– Majestade, por favor... - O loiro insistiu, então a Rainha retirou o fino lençol branco de seu rosto e olhou para seu amigo com insatisfação.

– Naruto... Quando lhe nomeei como meu conselheiro, não falei nada sobre me acordar! - Resmungou - Saia daqui!

– Vossa Majestade esqueceu da reunião marcada com o Conselho Real? - Cruzou os braços em frente ao corpo - Estão todos esperando.

– É, eu esqueci... - Ela se sentou, pegou uma taça com água sobre um móvel de madeira ao lado de sua cama e tomou um gole - Minha cabeça está doendo.

– A Rainha voltou para o castelo no momento em que o sol nasceu...

– Anda me espionando, Naruto? - Arqueou uma sobrancelha - Eu sou a Rainha. Vou para onde quiser e volto quando quiser. Não se meta em minha vida.

– Cancelo a reunião? - Suspirou o Uzumaki.

– Cancela. - Após deixar a taça dourada de lado, Sakura se deitou novamente e fitou o teto - Qual era o motivo da reunião mesmo?

– Crise, Majestade. - Enfatizou o loiro.

– Ah, essa crise não é maior do que a última. - Resmungou - Aumente os impostos.

– Não dá para aumentar os impostos, Majestade, é preciso cortar alguns gastos desnecessários...

– Pare de fazer rodeios, Naruto! - A Haruno o interrompeu - Diga logo que eu gasto demais e que estou mandando mais uma vez o meu país para o buraco!

– Não é bem assim, minha Rainha. - O homem se controlou para não acabar gaguejando.

A verdade era exatamente essa: Sakura gastava demais com coisas fúteis e muitas vezes parecia não se importar com o seu país.

– Olha aqui, Naruto... - Sentada novamente, Sakura olhou fundo nos olhos azuis de seu conselheiro e amigo - Eu fiz o que o Conselho queria! Agora, por favor, me deixem em paz!

– Não é sobre isso, Majestade. - Respondeu - Mesmo com a aliança entre Konoha e Suna, ainda assim, o país precisa de um bom regente para não se afundar em dívidas... Não estou dizendo que a Rainha não sabe governar, mas é fato que alguns gastos precisam ser cortados.

– "A aliança entre Konoha e Suna...". - Sakura riu sem humor, revirando os olhos em seguida - É assim que vocês chamam esse circo que foi armado e que me tem como atração principal?

Naruto se calou por alguns segundos. Se lamentava que Sakura tenha precisado fazer coisas contra a sua vontade, mas o destino de uma Rainha nem sempre é como ela quer.

– Já que a Rainha ordena que a reunião seja cancelada, então avisarei aos outros conselheiros. Peço desculpas por atrapalhar vosso sono. - O loiro fez uma breve reverência - Com sua licença, Majestade.

Naruto então se retirou, deixando Sakura à sós.

A rosada soltou um longo suspiro e voltou a se deitar, não se importando com o incômodo causado pelo corpete ou pelo vestido.

Ela se importava com seu país, mas também se importava em preencher um vazio sem fim com roupas, jóias, sapatos e coisas fúteis.

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O castelo mudou bastante desde que Sasuke foi dado como morto. Cada vez mais jardins foram construídos, um mais elaborado que o outro; Sakura também comprou diversos castelos e mansões para ter um "refúgio" caso não quisesse ficar em seu palácio; Construiu uma verdadeira fazenda em volta de um dos seus castelos, para o caso de querer sentir a vida no campo... Sem falar nas festas que ela fazia questão de dar com frequência, gastando com decoração, comes e bebes, roupas exuberantes e, claro, seu vício em jogos de aposta.

Tudo mudou radicalmente e Sakura, mesmo tendo passado seis anos, ainda pensava em como poderia ter sido sua vida caso tivesse se casado com Sasuke.

Ela se levantou rapidamente e caminhou até a porta de seu quarto, abrindo-a em seguida.

– Hinata! - Chamou sua fiel amiga e dama de campainha - Hinata, vem aqui!

Logo a moça dos longos cabelos azulados estava na presença da Rainha, pronta para obedecer e servir.

– Chamou, minha Rainha?

– Hinata, meu aniversário é daqui a um mês e preciso de um vestido apropriado para a ocasião. - Sentou-se sobre a cama, encarando a moça dos olhos perolados que ouvia tudo com atenção - Preciso que encomende doze metros de cetim preto.

– Sim, Majestade.

– Cetim? - Ela pousou o dedo sobre o lábio inferior, indagando pensativa - Talvez veludo... - Suspirou - Não. Cetim mesmo.

– Claro, cetim. - Assentiu.

– Ainda vou pensar no modelo do vestido, mas preciso do tecido o quanto antes. - Exigiu - Quero jóias com pedras de safira, traga algumas para eu escolher. - A morena apenas assentiu - O conjunto completo, Hinata. Colar, anel, pulseira, brincos e a coroa.

– E os sapatos, já escolheu?

– Hum... Talvez eu compre novos. - Falou num tom sugestivo - Primeiro eu quero ter o vestido pronto.

– Sim, claro.

– Mas, talvez... - A rosada entortou os lábios, falando com certa dúvida - Uma boina bordada com pedras também ficaria muito elegante.

– Sim, ficaria. - Hinata concordou - Principalmente se tiver uma pena bem bonita, Majestade.

– Claro, como não pensei nisso?! - Arregalou os olhos verdes - A pena! Fica extremamente apropriado... Mas, eu não sei... - Ela soltou um longo suspiro - A coroa ainda me parece uma excelente opção.

– Tanto a coroa quanto a boina ficariam apropriadas, Majestade.

– Pois encomende as duas. Depois escolho qual usarei.

– Sim. - Assentiu - E como seria a boina?

- Preta, claro. Bordada com safiras, e a pena deve ser nas cores preto e branco.

– Separo o manto de arminho para a Rainha usar no dia?

– O manto de arminho! - Sakura falou espantada, como se não conseguisse se perdoar por ter esquecido do arminho - Não. Não quero que separe meu manto de arminho.

– Não? - Hinata uniu as sobrancelhas, perguntando com estranheza.

– Não. Quero que as mangas do vestido sejam de arminho. - Sorriu - Talvez eu deva... - A frase da rosada morreu no ar - Talvez eu deva trocar o tecido preto por um tecido púrpura.

– A Rainha fica tão elegante quando está vestida de preto.

– Hinata... - Ela soltou um riso anasalado - Púrpura é a cor da realeza. Assim como o arminho é usado somente por nós, a cor púrpura também é.

– E é justamente por isso, Majestade, que os tecidos da cor púrpura são consideravelmente mais caros.

– Não importa! - Retrucou - Quero os doze metros de cetim preto e também quero doze metros de veludo púrpura.

– Sim, Majestade.

– Agora vá.

Hinata assentiu e então se retirou.

Sakura sabia exatamente o preço dos tecidos púrpura, mas não se importava. Por ser uma tonalidade extremamente difícil de se conseguir, os tecidos de tal cor eram extremamente caros, portanto, assim como o arminho, só podiam ser usados pela realeza. Sakura gostava dessa cor, a fazia se sentir superior aos outros e a lembrava quem ela era.

Seu aniversário chegava e a Haruno precisava estar o mais elegante possível para a ocasião.