Escarlate

Capítulo 8


Tudo parecia congelado, a púnica coisa que ele conseguia ver eram os cabelos ruivos – ligeiramente mais curtos do que ele se lembrava – e o olhar de concentração presos ao violino, a melodia que ela tocava também lhe era conhecida: Do I Wanna Know...

Estava absorto, pensou ouvir ligeiramente Scar lhe dizer algo mas não deu atenção, tudo o que importava era ela, tudo o que importava era sua Olívia.

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E foi então que ela olhou para ele, por um micro instante, e ele começou a andar em direção ao palco atropelando mesas, garçons e clientes, ouvindo variados xingamentos, mas não se importava precisava chegar até a sua garota.

Mas antes que ele pudesse se aproximar cada vez mais ela desceu do palco parecendo assustada com algo, será que ela o havia visto? Desesperado passou a procurá-la, não, ele não ia perder sua Olívia de vista mais uma vez.

- Meu Deus, me desculpe, me desculpe, me desculpe – era a voz de Scar – eu te ajudo, eu te ajudo.

Bernardo seguiu a voz da garota e a encontrou de frente a Olívia, o vestido da sua garota antes de um xadrez branco impecável estava agora com uma grande mancha roxa na frente, suco de uva - pensou - o favorito dela.

Antes que ele pudesse chegar e dizer algo, ele ouviu a voz de Scar dizer a sentença que ele sabia que mudaria a vida de Olívia para sempre.

- Você é uma Escarlate como eu.

Merda! – Gritou sua mente, ele precisava interferir.

- Scar, vamos, precisamos ir agora.

- Bennie? – A voz dela lhe atingiu os ouvidos, parecia tremulam, assustada, triste, mas com uma pontinha – uma pontinha gloriosa – de alegria.

- Ah... oi Olívia – Ele se virou, tentando manter a voz em um tom aceitável.

- Olívia? – Scar se meteu – Esse é o seu nome? Eu sou a Scar e hey como vocês se conhecem?

Bernardo achou melhor ignorá-la.

- O que você está fazendo aqui? – Olívia parecia estar lutando para parecer prepotente, mas Bernardo a conhecia bem demais para saber que ela sentia tanta saudade dele quanto ele sentira dela.

- Só de passagem, e você?

- Trabalho aqui – ela cruzou os braços - quem é ela?

Bernardo não pode conter um sorriso, sua garota ainda sentia ciúmes dele.

- Na verdade eu já me apresentei – Scar se pôs entre os dois – eu sou a Scar, e nós duas realmente precisamos conversar.

- Precisam nada, Scar vamos embora – ele precisava tirar a garota dali, Olívia não podia saber o que ela era de verdade, aquilo a deixaria ainda mais vulnerável e como sempre ela não o deixaria ficar perto.

- Se é sobre o que ele quer comigo, pode ficar tranquila garota, eu e seu namorado não temos nada – realmente sua ruivinha tinha ciúmes dele... um sorriso cresceu no rosto de Bernardo, mas ele precisava resolver aquilo.

- O que? Eu e o Bernardo? Não! Não! Não! – Scar deu uma gargalhada que fez Bernardo se sentir um pouco ofendido.

- Scar apenas vamos embora não tem nada que Olívia precise saber.

- Tem sim! Eu não vou deixar ninguém passar pelo que eu passei!

- Bennie do que ela está falando?

Bernardo abriu a boca para responder mas Scar se colocou na frente dele:

- Se você responder nada eu juro que te enfio a mão na fuça! E Olívia, acho melhor irmos para um lugar mais reservado isso vai ser difícil de digerir.

- Eu não estou entendendo nada, e por que eu confiaria em você? Os amigos do Bernardo não costumam ser confiáveis.

- Okay – Scar respirou fundo – eu nunca fiz antes mas me deixa tentar.

A garota fechou os olhos e depois de alguns segundo de visível esforço onde algumas gotas de suor – num frio de 13c – brotaram em sua tez uma pequena chama vermelha brotou na palma de sua mão.

- O que é isso? – Liv deu alguns passos para trás – você é ilusionista ou algo assim?

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- Eu sou uma Escarlate e você é uma também.

- Você está dizendo que eu... eu posso fazer isso?

- Sim. Você pode.

- Não pode nada! Ruivinha não acredite nela.

Com o desespero tomando conta Bernardo sem pensar duas vezes segurou Olívia pelos ombros, sentindo a familiar eletricidade existente entre os dois tomá-lo por completo, ele realmente sentia saudades dela.

- Me solta! – Ela o empurrou seu olhar transbordando repulsa e mais alguma coisa que ele não conseguia identificar – não me chama de ruivinha! Você perdeu esse direito!

- Escuta aqui Bernardo você não tem o direito de privar ela dessa informação! – Scar ralhou – Na verdade eu nem sei o que você tem a ver com essa história! Mas o fato é: eu passei a minha vida inteira sem saber quem eu era, as pessoas que eu mais amava esconderam isso de mim e eu não vou! Não vou deixar que outra pessoa passe pelo que eu passei e não é você que vai impedir! Liv segura minha mão.

Scar disse aquilo apenas por educação pois no momento seguinte puxou a mão da garota, Olívia pareceu pender por alguns segundo mas quando voltou a si olhou para Scar, os olhos verdes dilatados e parecia assustada.

- O que foi isso? – Perguntou ofegante – O. Que. Diabos. Foi. Isso?

- Vamos para um lugar mais reservado eu já disse – aqui é difícil explicar.

Eles estavam em um canto afastado do restaurante mas mesmo assim seria questão de tempo até atraírem olhares.

- Tudo bem, vem comigo.

Scar seguiu Liv pelo restaurante enquanto ela dizia algo para o senhor italiano e pegava seu violino.

Bernardo passou a andar atrás das duas, ele não dizia nada nem elas assim se moldou uma convivência suportável.

No caminho Scar descobriu que Liv morava em um apartamento nas redondezas e freqüentava o Conservatório, eles estavam indo para lá.

A conexão que sentira com a garota de início perdurava, Scar nunca tinha tido amigas antes, seu único amigo durante a vida inteira fora Arthur e era bom ter uma garota com quem conversar para variar.

Andaram aproximadamente duas quadras quando Scar sentiu um arrepio em sua coluna, pelo jeito Bernardo e Liv sentiram também pois os três pararam ao mesmo tempo.

- Quem está aí? – Pergunto, sentindo o medo tomar conta de si e não obteve respostas.

Bernardo se colocou na frente das e disse:

- Vão para trás, se for um Sombrio eu tomo conta dele.

- O que diabos é um Sombrio? – Questionou Liv, mas Scar não redspondeu apenas segurou o braço da garota e se afastou com ela para trás.

- Eu vou repetir, quem está aí? – Sua voz saiu trêmula e ela não acreditou que quem quer que fosse iria responder dessa vez.

Mas ela estava enganada, a figura saiu das sombras.

Seu queixo estava quase atingindo o chão quando ele disse:

- Oi Scar.

Arthur pulou do ônibus, Scar não estava na rodoviária, portanto ela devia estar por aqui, em algum lugar da cidade.

Já passava das 23h00 da noite, o vento frio lhe castigava o rosto, a sensação era de que sua bochecha iria cair a qualquer momento.

Então quando o cheiro misturado com o ar quente de uma cantina italiana se fez presente ele não pode resistir senão entrar no lugar.

E Deus... ele não podia estar mais certo.

Scar usando a velha camiseta de Star Wars, uma calça jeans, botas e seu longo casacão da Grifinória conversava com um garoto e uma garota, ambos pareciam totalmente opostos entre si mas algo os atraía um para o outro.

O garoto tinha um topete enorme usava uma jaqueta de couro com, uma camiseta do Black Sabbath por baixo, calça jeans e um par de coturnos, parecia feroz, algo que ele nunca iria chegar aos pés.

A garota, ao contrário parecia delicada, usava um vestido xadrez de mangas longas – que ostentava uma mancha bem no centro – meias-calças e botas de cano curto – como Scar as chamava mesmo? Ankle boots ou algo do tipo. Mas então ele reparou os cabelos da garota embora curtos, batendo na altura dos ombros, possuíam quase a mesma cor que os de Scar, vermelhos vívidos, logo tudo fez sentido: eles eram uma Escarlate e um Caçador.

Mas tão logo fez sua descoberta Scar e os dois saíram pela porta, o rapaz indo um pouco mais atrás parecendo muito descontente com algo, decidido a abordar Scar em algum ponto se pôs a segui-los.

As duas pareciam trocar algumas palavras mas seu coração batia tão alto que era impossível ouvir algo além.

Mas abruptamente eles pararam e como se fosse possível seu coração batia ainda mais alto.

- Quem está aí? – Perguntou Scar.

Arthur ficou quieto, tudo nele gritava que devia se pronunciar mas simplesmente não conseguia, o medo da rejeição, de um outro “eu te odeio” faziam forte presença.

- Vão para trás se for Sombrio eu tomo conta dele – o garoto se colocou n a frente das duas.

- O que diabos é Sombrio?

A outra garota questionou mas Arthur não conseguia prestar atenção nela, quem raios era aquele garoto? E por que ele se achava no direito de proteger a sua Escarlate?

- Eu vou repetir, quem está aí?

Respirando fundo, Arthur finalmente saiu das sombras onde estava e deu as caras.

- Oi Scar.