Hybrid: Um demônio em Beacon Hills

Tretas no campo de lacrosse


Uma mulher teve o pescoço quebrado por um demônio sem esforço nenhum. O desespero tomou conta do campo de lacrosse. As pessoas da arquibancada começaram a correr de um lado para o outro tentando fugir do terrível espetáculo que viam acontecer diante de seus olhos.

Os olhos de Talita mudaram de verdes para um amarelo vivo e ela rosnou com a boca cheia de grandes dentes afiados para os weredemons. Claramente ela estava muito irritada com a situação e não conseguia segurar seus instintos.

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– Talita, acalme-se! – Derek pôs a mão sobre o ombro da garota.

– Vamos fazer de acordo com o que combinamos, ok? – disse papai.

– Ok. – falou o Hale. Seu rosto havia se modificado para algo que parecia um focinho e seus olhos brilhavam em um vermelho intenso.

– Vocês três – tio Dean apontou para Stiles, o xerife e o diretor Argent. – Tirem as pessoas daqui em segurança. Nós vamos dar cobertura. Ah, isso pode ajudar. – ele jogou uma das armas de água para Stiles que a pegou um pouco confuso. – É água benta, funciona contra demônios.

– Certo. – falou o Argent pegando sua arma.

– Stiles, vamos! – exclamou o xerife Stilinski.

– Alcateia, vamos! – Derek uivou. Liam e Leon automaticamente também se transformaram e todos os lobisomens partiram para cima dos weredemons com força total.

Os Stilinski e o Argent tentavam guiar as pessoas para fora do campo em meio a confusão. Porém muitos eram atacados pelos demônios e acabavam se ferindo. Stiles começou a atirar água nos mesmos tentando afastá-los, mas mesmo assim muitos resistiam e continuavam a atacar.

Porém eles não esperavam uma interferência divina. Castiel abriu suas grandes asas e emitiu sua luz celestial para cima dos demônios que recuaram imediatamente assustados com tal poder.

Enquanto isso papai arrumou uma brecha e correu para a cabine de locução para ver como estavam os locutores depois da visitinha de Crowley. E eu já ia me preparar a ajudá-los quando ouvi uma voz feminina falar atrás de mim.

– Ora, ora se não é a famosa híbrida. – quando me virei dei de cara com Olívia, que agora não era mais a minha amiga e sim um demônio. – Você é uma lenda no Inferno.

– Quem é você? – perguntei.

– Meu nome não interessa. – disse com um sorriso irritante no rosto. – Esse corpo é da sua amiga, não é? Qual o nome dela mesmo? Olívia? Um ótimo corpo... Eu faria muitas coisas com ele.

– Cala a boca! – disse correndo para jogá-la no chão, mas fui lançada contra a parede e acabei ficando presa. O demônio se aproximou de mim.

– Pensei que “a híbrida” fosse mais interessante. Mas vejo que não passa de uma garotinha impulsiva. – ela segurou meu rosto com força e cuspiu. – Desprezível.

Naquele instante fiquei com muita raiva. Já não me lembrava mais nem que aquele corpo era de uma amiga, só queria acabar com aquele demônio desgraçado. Somente com a força do pensamento o lancei longe e fui em direção ao mesmo com a faca apontada para o pescoço dele.

– Quem é desprezível agora!? – falei com a voz firme.

– Sabe que se fizer isso a sua amiga morre né? – disse o demônio sorrindo.

– E eu não tô nem aí. – enfiei a faca no coração daquele desgraçado, mas quase que no mesmo instante fui atingida por um tiro na barriga.

Olhei para o lado e vi uma mulher negra com uma arma de alto calibre em mãos se preparando para atirar novamente. Corri em direção a ela furiosa pronta para matá-la. Com quem ela achava eu estava se metendo? Preparei para acerta-la com a faca, mas tio Dean entrou na frente me fazendo parar.

– Emily, não! É a Braeden. – disse entre nós duas. – Braeden, essa é a minha sobrinha, ela não é inimiga.

– Dean, ela matou uma pessoa! – disse ainda apontando a arma para mim.

– Emily! – gritou papai correndo em minha direção. – Ai, meu Deus. Você está sangrando. Temos que levá-la para o hospital!

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Naquele instante voltei a mim e percebi que o ferimento causado pela bala doía muito. Para completar estava perdendo muito sangue, o que não era nada bom. Olhei a volta um pouco confusa e vi o corpo de Olívia no chão todo ensanguentado, Castiel segurando os demônios, os lobisomens lutando contra os weredemons...

– Emily, você está bem!? – perguntou Derek desviando do golpe do weredemon.

E depois disso eu só consegui ouvir um bando de pessoas falando meu nome. “Emily, Emily, Emily, Emily, Emily”. Soltei um berro e saí correndo dali totalmente atordoada. Eu não podia acreditar que tinha matado alguém a sangue frio. E o pior, não era qualquer pessoa, era Olívia. Minha amiga! Isso mesmo, eu matei uma amiga sem pensar duas vezes.

Finalmente a face do demônio está começando a se mostrar e aquilo me deixava bastante assustada. Estava me transformando no monstro que sempre temi ser. Qual seria o próximo passo? Matar meu próprio pai? Tio Dean? Derek? Era uma questão de tempo até isso acontecer.

Corri para dentro da escola sem olhar para trás e entrei em uma sala de aula vazia e escura. Sentei-me no chão no fundo da sala se afogando em lágrimas de dor. O que seria de mim daqui para frente? Nunca mais poderia olhar no rosto de meus pais que sempre confiaram que eu não faria mal a ninguém.

Estava tudo acabado. Porém eu sabia muito bem que aquela bala não faria nenhum efeito grave em meu corpo, afinal, eu sou meio demônio. Mas eu tinha que retirá-la antes que aquele ferimento cicatrizasse para que não desse problemas mais tarde.

Tirei a camisa do time agora toda manchada de sangue e encarei o ferimento. Aquilo estava bem feio, mas tinha que fazê-lo. Tirei as luvas, levei a mão até o ferimento, respirei fundo e comecei a cutucá-lo a fim de tirar a bala.

A dor que sentia era infernal, mas eu não podia gritar porque alguém poderia vir atrás de mim. Depois de muito esforço finalmente consegui tirar a bendita bala... de prata. Parece que não são só os metamorfos e lobisomens que tem problemas com esse metal.

– Prata? Isso para um híbrido é meio doloroso. – ouvi uma voz dizer. Levantei o rosto ofegante e vi Crowley sentado na mesa do professor.

– O que você quer? – perguntei pegando a faca no chão enquanto morria de dor. – Já não fez estrago demais hoje?

– Emily, Emily... – disse se levantando e vindo em minha direção. –Você parece bastante com a sua mãe.

– Não me compare com aquela vadia. – tentei me levantar, mas não consegui.

– Está bem, está bem. – Crowley agachou na minha frente e eu comecei a ver tudo cinza. – Esse machucado deve estar doendo, não é? Foi a namorada do seu tio Esquilo quem fez?

– Sai de perto de mim ou eu te mato! – falei erguendo a faca.

– Você nem consegue se levantar, quanto mais matar o Rei do Inferno.

– Cala a boca! – disse tentando me levantar mais uma vez em vão. – Inferno!

– Emily, eu sei que isso está doendo. Então deixe-me ajudá-la e... – antes que ele pudesse terminar de falar acabei desmaiando de dor. – É, até que foi fácil.