Do you remember us?
Capítulo 6 - Something.
Acordei em minha cama, sem me lembrar de como vim parar aqui, fiquei pensando na minha vida, eu preciso fazer algo para ocupar o meu tempo, arranjar um emprego seria um bom começo. Vesti uma calça jeans escura, uma camisa social de seda branca, e um scarpin preto, passei uma maquiagem leve, olhei no relógio, passavam das dez da manhã. Andei em direção a sala, Damon não estava no sofá, nem na cozinha.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Bom dia – disse ele entrando pela porta e me assustando.
— Que susto – levei a mão no peito – Bom dia.
— Desculpe – ele riu sem dar importância – onde você vai assim tão arrumada?
— Eu estava pensando, eu não aguento mais ficar em casa, sei que acabo te atrapalhando também, só posso voltar para a faculdade no próximo semestre, então por que não arranjar um emprego?
— Você vai procurar emprego? – agora ele estava parado na minha frente.
— Sim, o que você acha?
— Se você vai ficar feliz com isso, eu acho ótimo.
— Certo, então eu vou.
— Por onde vai começar?
— Eu não sei, acho que pelas lojas que eu frequentava.
— É um bom começo. Quer que eu te leve?
— Na verdade não, eu vou de ta – deixei a palavra no ar, os olhos de Damon estavam assustados – acho melhor não – franzi o cenho – vou de metrô então.
— Não, pode deixar, eu te levo.
— Damon, você precisa fazer as suas coisas.
— Hoje eu não tenho nada marcado – só agora eu reparei, ele estava com uma bermuda preta, e uma camiseta cinza, ela estava molhada, sua testa também. – eu estava correndo – disse ele reparando que eu o encarava.
— É – recuperei o foco – Tudo bem então, mas só hoje, certo?
— Claro, até porque eu não posso ser motorista – seu tom era brincalhão, e me fez rir.
Damon me levou até Manhattan, onde eu conhecia quase todas as lojas, me lembro das pequenas fortunas que eu gastava em algumas delas. Eu entrava de uma a uma, conversava com a gerente, ou a responsável, e as vezes até a dona, a maioria eu já conheci, e elas me conheciam também, mas até então nada.
— Você não pode desistir – Damon disse vendo a minha frustração.
— Eu sei que não, e não vou, mas...
— Calma – ele piscou para mim.
Andamos mais um pouco por ali, e então entrei em mais uma loja, eu conhecia a dona, ela era uma das amigas da minha mãe, quem sabe eu não dou a sorte dela estar ai.
— Olá, bom dia – disse uma garota magra, loira, de pernas compridas, vestindo um vestido tubinho cinza claro na altura dos joelhos – Sou Daniela, em que posso ajuda-la?
— Eu gostaria de falar com a Lyana, Lyana Wanger, ela ainda é a dona daqui? – perguntei.
— Ela é sim, mas o que gostaria de falar com ela?
— Bom, eu sou filha de uma das amigas dela, Miranda Gilbert, eu estou procurando emprego, e queria saber se ela poderia me ajudar.
— Só um minuto. – Daniela saiu dali e entrou por uma porta cor de rosa.
Fiquei no mesmo lugar, aguardando o retorno dela, só então pude reparar na loja, estava diferente, ela estava mais clara, com araras de roupas nas laterais, alguns espelhos,algumas poltronas brancas de couro, e mais ao fundo três portas rosa escuras, os provadores, um balcão de madeira preto com uma garota ruiva atrás dele, e atrás dela a porta rosa escura que se abrira.
— Elena – Lyana caminhava graciosamente em minha direção – querida quanto tempo – ela me abraçou, e eu retribui.
— Lyana, faz algum tempo mesmo – sorri.
— Dani me disse que você está a procura de um emprego.
— Na verdade eu estou sim, se puder me indicar algum lugar.
— Não vou indicar nada – ela disse seria, e depois sorriu e completou – você vai trabalhar aqui, sempre foi uma grande cliente, e é filha de uma das minhas melhores amigas, vou adorar tê-la aqui.
— Sério? – eu estava muito feliz, a abracei – obrigada Lyana, você nem imagina como fico feliz.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— De nada querida, espero que goste.
— Quando eu posso começar?
— Amanhã mesmo .
— Ótimo – Damon reparou que eu estava feliz, então se aproximou. – Ah, Lyana esse é o Damon.
— O seu marido? – ela o olhou dos pés a cabeça – eu me lembro dele, do jantar de noivado – ela sorria – que bom que deu certo para vocês dois, fico feliz, eu não ia mesmo com a cara do loirinho.
— Matt? – disse.
— Esse mesmo, só o seu pai mesmo para querer que você se casasse com um rapaz daquele – ela revirou os olhos – mas agora você está com um bem melhor – ela piscou para mim, Damon riu ao meu lado, e eu fiquei constrangida.
— Eu já vou indo Lyana.
— Certo, amanhã começa ás 9h, eu vou encomendar os vestidos do uniforme.
— Ok Lyana, obrigada, mesmo – disse segurando suas mãos.
— De nada querida.
Nós saímos de lá e fomos andando até onde o carro estava estacionado, eu estava muito feliz, vou trabalhar, e em uma loja que conheço e gosto.
— Você parece bem feliz.
— E eu estou, compro nessa loja desde os treze anos, e agora vou trabalhar nela, a vida da voltas – eu ri.
— Fico feliz por você, que tal sairmos para comemorar hoje a noite?
— Parece ótimo.
*
Eu estava vestindo um vestido soltinho, de alsas rosa claro, delicado e lindo, a sandália que Damon me dera sábado.
— Pronta? – disse Damon colocando a cabeça pela porta do quarto.
— Sim – terminei de passar o meu batom, e sai em direção á ele na sala.
Nós fomos á um restaurante maravilhoso, tomamos um bom vinho, conversamos sobre várias coisas, coisas que fazíamos quando eramos crianças, provavelmente aquela conversa já existira, mas para um de nós não.
— Então o meu pai se jogou no lago e me trouxe de volta, e eu voltei abraçado ao peixe.
— Eu não acredito – eu ria – fico imaginando um Damon de seis anos de idade caindo no lago só pra pegar um peixe.
— Sim, e eu achava que era um bem grande, quando voltei abraçado á ele fiquei tão bravo por ele ser pequeno, que o joguei de volta no meio do lago.
— O coitado – eu fiz beicinho, e ele parou e ficou me observando.
— Então – ele balançou de leve a cabeça voltando á realidade – já terminou? Tem um lugar que eu quero te levar.
— Já terminei sim – eu sorri.
Damon pagou a conta e nós fomos até o carro. Eu não sabia onde ele iria me levar, e ele não me falava, nós fomos cantando as musicas que tocavam no rádio, Damon era extremamente desafinado, o que acabava sendo engraçado, eu arriscava alguma coisinha, mas também não nasci com o dom, nós riamos um do outro. Quarenta e cinco minutos depois ele parou o carro e nós descemos. Uma brisa salgada e gélida balançou meus cabelos, e arrepiou minha pele.
— Está um pouco frio – ele tirou seu blazer e colocou em minhas costas – Vem – ele segurou minha mão e nós caminhamos até a areia.
Tirei os sapatos, e senti a areia fina e gelada em meus pés, o mar estava nervoso, quebrava com violência as ondas na margem.
— Da ultima vez não estava tão frio – ele disse chateado – mas o céu – ele olhou para cima e respirou fundo – igual.
— Ultima vez? – perguntei ao olhar para o céu, estava tão estralado, tão lindo, que dava para esquecer o frio.
— Sim, foi aqui que eu te pedi em casamento.
— Muito bem pensado, eu amo as estrelas, quando eu era pequena, minha mãe dizia que quando alguém morre, virava uma estrela, e eu sempre dizia que eu queria morrer logo e ser bonita como uma estrela. – eu ri, ele parou de olhar o céu e olhou para mim – mas você já sabia né?
— Ahan – ele assentiu, segurando minha mão.
Damon se aproximou de mim, ele me olhava com um brilho nos olhos, seus dedos percorreram meus cabelos revoltos com o vento.
— Volta pra mim pequena – ele colou sua testa na minha, eu fiquei sem reação, sua respiração estava acelerada, e eu sentia meu coração na garganta, e após longos segundos nossos lábios se encaixaram, em perfeita sintonia.
Seu beijo era calmo, lento, carinhoso mas com o passar dos segundos foi se transformando em um beijo cheio de desejo, uma de suas mãos estava em minha nuca, e a outra em minha cintura, deixando nossos corpos colados um no outro, eu não tinha forças para parar o beijo, me deixei levar, provavelmente o meu corpo sentia falta disso, sentia falta dele, esse era o meu corpo se lembrando de seu toque. De repente eu senti algo, e nesse momento vi uma Elena sentada no capô de um carro, e um Damon a beijando docemente.
— Me promete que nós vamos ficar juntos para sempre? – ela dizia apaixonada.
— Eu prometo meu anjo – ele segurava seu rosto em entre as mãos, e voltava a beijar-la.
Voltei a realidade, parei o beijo com os olhos arregalados, eu estava feliz, consegui me lembrar de algo, uma lembrança voltou.
— Damon – disse ofegante – eu lembrei de algo – eu sorria como criança, meu olhos estavam cheios de lagrimas, a emoção de me lembrar de um momento nosso, um momento especial, mostrando á mim mesma que eu realmente amava aquele homem – me lembrei de nós dois, foi pouco, mas Damon eu me lembrei de algo.
— O que você se lembrou? – seus olhos estavam com lagrimas, ele segurava meu rosto entre as mãos.
— Nós dois, eu estava sentada no capô de um carro, e você me beijando, eu pedi para você me prometer que nós iriamos ficar juntos para sempre e... – ele me interrompeu.
— E eu prometi – ele sorriu e me abraçou com força, deixando meu rosto em seu peitoral. – Essa foi apenas uma, de várias memórias que virão meu amor, você vai ver, eu tenho fé.
— É tudo que eu mais quero. – disse me aninhando á seu peito.
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