Meu Pequeno Amor 2 - Segunda Geração
Meu Pequeno Malfoy
ROSE
Eu não devia ter deixado ele me convencer.
Eu não devia ter sugerido uma idiotice daquelas.
Minhas mãos suavam, enquanto segurava o menininho loiro em meus braços - que me recusava a mencionar outro nome - dirigindo-me a diretoria com passos acelerados.
Nunca pensei que uma criaturazinha de quatro anos - pelo que via - pesaria tanto. Senti meus olhos arderem, porém, não cedi.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Mas como eu não entraria em pânico agora? Era tudo culpa minha!
Como eu pude fugir da aula daquele jeito? Ir para a Sala Precisa e não perceber a montoeira de Vira-Tempos naquela maldita estante? Alguma coisa certamente daria errado.
Scorpius e seu irresistível espírito rebelde... como me deixara seduzir... de novo?
E se ele ficasse daquele jeito para sempre?
E se fôssemos expulsos?
E se...
Não. Não. Tudo ia se resolver. Tinha certeza que McGonagall saberia cuidar disso. Precisava me acalmar e...
— Senhorita Weasley - tarde demais. Minerva me encontrou nos corredores. - Não deveria estar em sua turma de Runas Antigas está tarde? – ela guinchou, surpresa - quem é esta criança?
Abri e fechei a boca várias vezes, como um peixe fora d'água.
— Senhorita? Este menino está bem? - A diretora se aproximou, e eu recuei três passos para trás, acolhendo ainda mais o pequeno em meus braços.
— Diretora... bem...- pigarreei - Diretora, eu sinto muito, muito mesmo. Scorpius e eu fugimos da aula e acabamos na Sala Precisa... houve um acidente... uma estante de Vira-Tempos caiu em cima de nós e... aqui, aqui está!
— Como é? - ela perguntou com a testa franzida, alternando o olhar de mim para o garotinho diversas vezes. - a senhorita não está me dizendo que...- assenti diversas vezes, fungando. - onde está o Senhor Malfoy?
A senhora está surda ou o que?
Eu poderia ter dito.
Mas claro, não disse.
— Diretora, estou com Scorpius agora mesmo, aqui.
Quando McGonagall fitou o garotinho em meus braços com aquela expressão de assombro, eu soube exatamente o que estava por vir.
—------------------o--------------------
— Não tenho palavras para descrever o quão irresponsável a senhorita foi hoje!
Já na diretoria, depois de McGonagall permanecer mais de quinze minutos do lado de fora, fazendo sabe-se lá o que, e levar Scorpius - ou quase isso - para Madame Pomfrey, com um pedido de total discrição, ela frisava toda a culpa que já me consumia desde que vi o menininho loiro de olhos incrivelmente cinzas, jogado no chão da Sala Precisa.
— Professora... engasguei, sem conseguir falar.
— Está ciente do problema que temos em mãos, Senhorita Weasley!?
Eu apenas assentia, enxugando as lágrimas que deslizavam compulsivamente por minha bochecha.
Foi quando chamas verdes tremeluziram ao meu lado e nada mais nada menos que Kingsley, o Ministro da Magia, e Oliviene Stark, sua assessora, surgiram diretoria adentro.
O que diabos eu fui aprontar!?
— Kingsley, que bom revê-lo! - McGonagall contornou a mesa para cumprimentá-lo, parecendo ansiosa - Oliviene. - apertou a mão da mulher de cabelos negros ao seu lado. – temo, infelizmente, que não seja nas circunstâncias mais agradáveis.
— Dificilmente é, Minerva. - o Ministro respondeu, esquadrinhando a sala rapidamente. - Rose Weasley?
Assenti, enxugando as bochechas.
Oliviene abriu um pequeno sorriso.
— Se parece muito com seu pai. – comentou. Não pude deixar de sorrir levemente.
— Bem, creio que vocês poderão reverter o problema que lhes mencionei antes, não? - Perguntou McGonagall, torcendo uma mão na outra, o que foi terrivelmente interpretado por mim como apreensão.
A diretora de Hogwarts estava apreensiva. Como eu não poderia ficar?
— Absolutamente. - respondeu Kingsley. - Mas precisamos de um tempo. Acidente com Vira-Tempos não é uma coisa que se vê todos os dias. Mas claro, não impossível... - olhou para o nada, parecendo perdido em seus pensamentos. Não pude deixar de pensar que ele deixara algo no ar. - mas, certamente...
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Antes que pudesse prosseguir, as duas pessoas que eu menos queria ver adentraram ao local.
Meu estômago afundou.
— Onde está meu filho!? - Astoria Malfoy passou a frente do marido para chegar primeiro nos presentes. Eu poderia sumir naquele exato momento, me encolhendo daquele jeito na cadeira. - Ele está bem?- ela apertava um lenço de seda nas mãos, os olhos marejados.
Senti meus olhos arderem de novo e sufoquei um soluço.
— Acalme-se, Tori. - Draco pousou a mão nos ombros da esposa, surgindo ao seu lado. - tudo vai ser concertado, não vai, Ministro?
— Sabemos que com um pequeno tempo, conseguiremos, Sr. Malfoy. - poderia ser loucura minha, mas jurei enxergar um olhar cúmplice entre os dois.
— Fique tranquila, Sra. Malfoy. - Oliviene tocou o ombro da loira. - Vamos começar a trabalhar na reversão hoje mesmo, pode confiar. Seu filho ficará bem, como sempre esteve.
— E enquanto isso...- McGonagall lançou um olhar duro para mim. Esperava que continuassem ignorando minha presença. Teria sido mais fácil. - Seus pais já estão a caminho, senhorita. Acho que o melhor a fazer é deixar os pais do Sr. Malfoy decidirem seu castigo.
Lágrimas voltaram a cair quando me levantei e me dirigi até eles.
— E-eu...eu sinto muito, sinto tanto...- simplesmente não conseguia encará-los e por isso, meus olhos percorriam o escritório inteiro. - Foi tudo culpa minha. Vou ajudar no que for preciso, eu prometo. - minha voz saiu vacilante, mas esperei ter me feito entender.
Para minha surpresa, Astoria suspirou.
— Como você poderia imaginar que tudo isso aconteceria, Rose? - Astoria maneou a cabeça, como se espantasse uma mosca. Parecia mais aliviada depois do que Oliviene dissera. - Não seja boba. Em momento algum te culpamos pelo que houve.
— Astoria tem razão. - Draco concordou, me olhando com empatia.
Senti um peso enorme ser tirado dos meus ombros.
— Acho que o melhor a se fazer é manter Scorpius em Hogwarts. É mais seguro e prático que ele seja supervisionado por todos aqui, Não queremos espalhar pânico. Podemos usar alguma desculpa, e manter isto sobre sigilo absoluto - sugere Kingsley.
— Tem razão, Ministro - prosseguiu Oliviene. - e acho que ninguém melhor que Rose para cuidar do pequeno. Ele irá confiar nela mais do que ninguém.
— Bom ponto, Oliviene. - concorda Minerva, se virando em minha direção - afinal, você... claro que não intencionalmente... foi a responsável por isso, e creio que será um castigo suficiente.
Ergui a cabeça.
Castigo? Mas o que eu mais queria era ficar perto de Scorpius!
Achei melhor não pôr isso em discussão.
— O que acham, senhores? - pergunta a diretora a Draco e Astoria.
— Bom, eu queria poder ficar perto do meu filho neste momento, mas creio que por agora, é o melhor para Scorpius... - responde Astoria. - e confio em Rose para cuidar dele.
Tentei sorrir, mas o peso instalado em meu coração não passava.
— Também acho o melhor para Scorpius, Minerva. - Draco disse. - Qualquer problema, não deixe de nos contatar.
— Evidente, Sr. Malfoy.
Astoria abriu a boca para falar algo, mas outro estrondo fez a porta se abrir violentamente.
— Uma estante de Vira-Tempos caiu em cima de Scorpius, e agora ele voltou a ser criança? Foi isso mesmo que eu entendi?! - as palavras se atropelavam, enquanto meu pai entrava apressado na diretoria, com minha mãe logo atrás, parecendo querer revirar os olhos. - isso só pode ser piada!
— Desculpem por isso. - minha mãe suspirou. - Olá Diretora, Ministro, Oliviene. - os três assentiram, sorrindo, e mamãe se virou para Astoria – Lamento pelo que aconteceu, Astoria, mas vai ficar tudo bem. Confie em mim, eu sei. - ela apertou a mão da loira, em sinal de conforto, e Astoria sorriu. - olá, Draco.
— Hermione. - Ele também maneou a cabeça, colocando as mãos nos bolsos.
Foi a vez de meu pai querer revirar os olhos.
— E você, Rosie - papai se virou para mim, abruptamente, me olhando de modo nada satisfeito - por acaso acha que Hogwarts virou um parque temático para fazer tour por aí?
— Ronald - mamãe segurou seu braço, exasperada - Tenho certeza de que Rose já pagou o suficiente por tamanha irresponsabilidade. - ela me olhou severamente, porém, condescendente.
— Podemos ver nosso filho? - Astoria pediu a Minerva.
— Claro. Acompanhem-me - A diretora foi até a porta com os Malfoys em seu encalço. - Podem vir também. -
Ela acenou para meu pai, minha mãe e eu.
Kingsley e Oliviene anunciaram sua saída e logo as chamas os engoliram.
No corredor, a alguns metros da enfermaria, quando meus pais, Astoria e McGonagall estavam a alguns passos adiante, Draco me interceptou.
Era o momento perfeito para ele me dizer tudo que eu merecia ouvir.
Engoli em seco, sentindo novas lágrimas se formarem.
— Escute, Rose - começou ele, me olhando, para meu choque, de um modo penalizado - fique tranquila. E não se sinta mais culpada... apenas cuide dele por nós. Astoria e eu.
— Eu vou cuidar, Sr. Malfoy. Pode ter certeza. - pigarreei, torcendo a ponta do meu cabelo.
Seria melhor se ele tivesse gritado comigo.
— Quantas vezes devo pedir para que me chame apenas de Draco?
— Desculpe, senhor.
Malfoy suspirou pesadamente.
— E não se preocupe, sei que vai ficar tudo bem.
— Como o senhor sabe? - em seguida, mordi a língua. Quando eu havia ficado tão abusada?
— Isso já aconteceu antes. - respondeu apenas.
— Co-como assim? - Senti meus olhos se arregalarem.
Ele balançou a cabeça, parecendo levemente arrepiado.
— Só o que precisa saber... é que isso já aconteceu antes, e que tudo acabou bem.
Antes que eu pudesse responder mais alguma coisa, a voz de Astoria encheu os corredores.
— Draco! - ela chamou o marido, a voz rouca de animação.
— O que aconteceu?
— Scorpius, ele acordou!
Respirei fundo.
Enquanto arrastava meus pés para a enfermaria, várias perguntas rondavam a minha cabeça. Dentre elas...
Como eu cuidaria de uma criança?
E pior.
Como eu cuidaria do meu namorado?
Fale com o autor