A touch of fire

Não é como se Aléxis fosse meu segredo sujo!


O relógio marca quase sete. Puta merda! Estou atrasada para aula. Me troco o mais rápido de posso. Acabo colocando jeans, uma blusa preta macia e tênis confortáveis, estilo skatista que eu tive que economizar dois meses para comprar, mas valeu a pena totalmente. Quando desço para o café Edward e Lia estão lá. É normal sentir esse frio na base do estômago sempre que eu olho para Lia? Minha própria mãe?

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Lia me olha. Seu rosto está me desaprovando. A casa toda está movimentada, as pessoas uniformizadas servindo e fluindo com elegância, mas só vejo Lia agora.

— Bom dia querida. – Ela diz estreitando os olhos para mim. Engulo seco.

— Bom dia.

— O que é que você está vestindo? – ela diz olhando minhas roupas com desprezo mal disfarçado. Edward está sereno. Ele sempre está. Será que ele a conhece? Será que ele não vê?

— Jeans? – pergunto incerta segurando minha bolsa com toda força que tenho.

— Oh, não querida você está vestindo a pobreza. – ela diz. Edward se vira para ela e aperta os olhos posso dizer que ele está surpreso. UH-UH Eu avisei. – Quero dizer. Eu posso dar algo melhor para você agora.

— Está tudo bem.

— Não. Não está.

— Bom dia pai. Lia. – Aléxis entra na cozinha parecendo um modelo da GQ. Deus! Ele vesti uma calça preta, coturno, e uma camisa branca. É simples. E na medida.

— Olá querido. – Lia diz olhando Aléxis com os olhos brilhando um pouco demais. – Sofia. Edward e eu... – Por que ela usa Edward e eu em toda maldita frase? – Vamos fazer uma festa beneficente. Afinal ele é um homem de negócios importante e é bom para imagem ele estar envolvido nisso. Você precisa se vestir melhor.

— Não acho que seja necessário. – Eu digo duramente. Edward, Aléxis e Lia me encaram, e só por isso seu marido não pode ver o veneno nos seus olhos quando ela me olha.

— É necessário, querida. – ela diz tão suavemente que se eu não a conhecesse bem eu pensaria que ela era uma flor delicada. Só que eu a conheço. Eu realmente a conheço. E eu já ouvi esse tom milhares de voz e ele sempre vem acompanhado de punição. Sempre. – Meu alfaiate vai vir às 5 horas. É imprescindível que você esteja aqui. Claro. E nós já conversamos sobre esse ideia ridícula de trabalho também. É melhor você me escutar.

— Eu tenho que ir. – eu digo. Estou tremendo. Não é medo. Deixei de sentir medo a anos atrás. Isso é raiva.

— Claro. – Ela tem um pequeno sorriso. – Esteja aqui as cinco. – E eu sei malditamente o que isso significa. Eu saio andando. Eu não tomei café da manhã, mas meu estômago parece uma pedra de qualquer jeito. Ligo para Adrian em seguida.

— Hey, Sofi! Bom dia! – ele diz. A voz de Adrian me acalma um pouco, mas minhas mãos ainda não param de tremer;

— Adrian, hum, você poderia me encontrar para o almoço? – eu sei que Adrian tem aulas avançadas de calculo hoje e eu tenho aulas avançadas de química, não vou ver ele na aula hoje.

- Está tudo bem? – engulo seco outra vez.

— Sim. Eu, Lia quer me encontrar hoje mais tarde. Sabe como é né. – eu digo em um tom que diz: “ Não é grande coisa”

— Sei, posso sim, vamos comer um sanduíche de salmão defumado no Tito’s.

— Sim, ao meio dia?

— Certo, te encontro lá.

Me senti melhor depois disso. Não quero voltar para casa para o almoço. Não quero voltar para casa em momento algum.

— Hey, miúda! – A voz de Aléxis me alcança. – Tudo bem?

— Sim.

— Você está meio pálida.

— Uh, eu só... não está tudo bem.

— Você está tremendo. Quer me contar? Você alguma fobia de alfaiate? – ele diz sorrindo. Não! Eu tenho fobia dela!

— Não. – eu digo dando um meio sorriso. – Mas eu gosto das minhas roupas. Não preciso de novas. Eu estou indo. Estamos atrasados.

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— Eu posso te dar carona.

— Ah, eu tenho que ir para o trabalho depois, então é melhor eu estar de moto.

— Você pega quando viermos almoçar.

— Eu... hum, vou almoçar com Adrian. – A expressão de Aléxis muda na hora. Sinto um vazio na barriga.

— Entendo. – ele diz e caminha para longe. Adrian também é amigo dele! Qual é o grande problema?

Ligo a moto logo em seguida. Meu Deus! Como foi que o dia ficou assim? Eu mal presto atenção na aula. É difícil concentrar e o tempo se arrasta. Finalmente quando a aula acaba eu dirijo direto para o Tito’s. Adrian já está lá quando eu entro. Ele me abraça.

— Tudo bem?

— Bem, sim. Eu não quero falar de Lia. Chamei você para almoçar para me distrair.

— Okay. – ele diz. Adrian sabe não pressionar.

— O que você fez esse fim de semana?

— Nada de mais. Fiquei em casa na maior parte e fui a uma festa em uma faculdade na saída da cidade.

— Uau! Na faculdade?

— Sim, conheço um pessoal lá.

— Bem, você já está enturmado então.

— Se Deus quiser eu não vou fazer faculdade aqui você sabe.

— Eu sei. E eu espero que você fique perto de mim.

— Estou vendo isso. – ele ri. Nós pedimos o sanduíche e logo o garçom volta com os pedidos. – E você o que fez?

— Fiquei em casa. – eu digo. Não falo sobre Aléxis. E muito menos que Aléxis acordou na minha cama essa manhã. Não sei por que. Não é como se Aléxis fosse meu segredo sujo!

Nós nem fizemos nada! Não que eu queira fazer algo com Aléxis!

— Só isso? Sofi, você está virando um panda.

— Pandas tem uma vida incrível! É só comer dormir, rolar e fazer isso tudo de novo.

— Pandas são fofos.

— E eu sou fofa. Realmente tem semelhança.

— Ainda mais quando sua maquiagem borra. – ele ri.

— Hey! Isso não acontece... não muitas vezes de qualquer maneira. – Ele ri.

— Sim, mas lembra no casamento a Sam? Você não aguentou e dormiu no salão e quando acordo... – ele riu mais forte. – Você tinha algo preto debaixo dos olhos! – ele limpa os olhos depois de rir até as lágrimas. Mostro a língua para ele.

— Eu tinha quinze anos. E não tinha um rímel a prova d’agua ou de machas ou sei lá!

— Sim, mas aquela vez você parecia um maldito panda. E você ainda tinha esse quilinhos a mais...

— O que?

— A Sofi, você sabe...

— Eu estava gorda?