Proibido Amar

Capítulo 31


— E o que você respondeu?

Marlene olhava mortificada para a parede do quarto, como se fosse a coisa mais interessante a se ver.

— Eu... Entrei em pânico — fechou os olhos.

— Lene — disse Petúnia, preocupada.

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— Eu estou bem. Eu só não esperava — ela disse — Quero dizer... Eu...

— As coisas mudaram — completou, compreensiva.

— Isso é tão bizarro! — Marlene deu uma risada nervosa.

— Você tem sorte — disse a loira.

— Eu... Do que está falando? Você tem namorado! — ela franziu o cenho, ainda sem abrir os olhos.

— Tinha — corrigiu Petúnia, sentando-se ao lado dela — Antes de começarmos a comparar quem está pior...

— Você — disse Marlene, sem pensar.

— Como chegou até aqui? Disse que não... — ela continuou.

— Eu sei — a castanha interrompeu novamente — Mas eu precisava falar com você. Não fique chateada comigo... Disse que tinha resolvido o problema.

— Não, eu não resolvi — ela suspirou — E não posso fazer isso.

Marlene puxou as pernas, deitando-se.

— O que aconteceu? — perguntou.

— Eu pensava que o meu namorado era o melhor do mundo. Ele era tão gentil... — murmurou Petúnia, olhando para o teto — Então, tivemos a nossa primeira briga.

— Ele te bateu? — Marlene ergueu-se, abismada.

— Sim, e eu fui uma idiota. Ele voltou a ser a pessoa gentil que sempre foi... E, no final, voltamos ao normal — disse a loira — Teve uma festa... Ele nunca foi fã, mas insistiu nessa vez. Eu estava com saudades, e resolvi ir. Quando acordei no dia seguinte, tudo estava diferente.

— Não precisa continuar — disse Marlene, abraçando-a por trás.

— Não, eu preciso — ela disse — Eu não sei o que aconteceu comigo. Quando íamos nas festas, jamais admitíamos nos envolver com machistas, de repente eu me descubro namorando a um machista e, mesmo assim, eu o perdoo.

— O amor deve cegar — disse, engolindo em seco.

— Eu não posso mais fazer balé, serei expulsa de Ilvermorny — disse Petúnia, olhando intensamente para ela.

— Mas é claro que não! Mesmo que não esteja... — ela começou.

— O preço é caro demais para que eu possa pagar, sabe disso — disse a loira.

— Está tão ruim assim? — perguntou, sem entender.

— Não, estou grávida.

Marlene continuou olhando-a, com uma sessão forte de sono.

— Grávida? — repetiu.

— Vernon já sabe. Eu não queria, mas papai quis que ele assumisse... — murmurou.

— Não acabou bem — concluiu Marlene.

— Agora ele vive me perseguindo, diz que devo abortar — ela respirou fundo — Ou casar-me com ele. É a oportunidade que ele quer para poder assumir a empresa, um herdeiro...

— Vá para a república! — disse a castanha, percebendo a gravidade do assunto.

— É claro que não, Lene! Vocês ficam na faculdade na maior parte do tempo... — ela negou com a cabeça, dando uma risada sem graça — Aqui, tenho meus pais.

— Que também trabalham — completou Marlene — Eu sei que a tia Doralice trabalha para fora, mas vive ocupada. Vai deixar de lado as coisas por você... E não está segura aqui! Ele é capaz de invadir, aproveitar quando eles estiverem fora.

— Mas não posso ir para a república! Estarei tão sozinha quanto aqui — retrucou.

— Ian estará no andar de cima, quando eu e as meninas não estivermos. E temos os vizinhos do andar — ela parou de falar, lembrando-se do motivo de estar ali.

— Que também fazem faculdade — replicou — Não, eu não posso.

A porta abriu-se, e Doralice entrou no quarto, discretamente.

— Não é seguro para ti, minha filha — ela agachou-se, para ficar da altura da filha.

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— Mas, mãe... — tentou Petúnia.

— Faça suas malas, você ficará com uma amiga por um tempo — ela disse, decidida — Não é muito longe daqui, nós a visitaremos, mas não saia de casa. Seu pai vai trancar a sua matrícula, antes que descubram.

Doralice levantou-se e saiu, antes que Petúnia pudesse argumentar.

— É o melhor — concordou Marlene.

— E o que você vai fazer? — perguntou Petúnia.

— Eu tenho medo — ela disse.

— Medo do quê? Ele é como você! — retrucou — Não tentaria enganar-lhe com algo assim.

— Relacionamentos nunca terminam bem. Tem ciúmes...

— Prova que a pessoa gosta de você.

— Mas causa brigas! As pessoas falam coisas que não querem, machucam...

Petúnia apenas sorriu.

— Parece que há um ponto negativo na influência que Ian tem por você — disse — Não tem motivo para medo. Seus pais estão juntos há muito tempo, os meus pais... Tem vários exemplos!

— Mas hoje em dia... — ela começou.

— As pessoas são muito imaturas — completou Petúnia — Mas você não é. Só é orgulhosa, é algo que terá que engolir, se quiser que não termine dos modos como mencionou.

Ela levantou-se, indo abrir o armário.

— Eu te ajudo — disse Marlene, levantando-se.

— Não! Vá para casa! — ela retrucou — Já está de noite, é perigoso!

***

— Onde você estava? — Lily e Alice pularam na frente dela, quando passou pela porta.

— Ficamos preocupadas! — justificou Alice — Você não avisou! Saímos da universidade, e você não estava. Até Sirius passou por aqui, umas trinta vezes pelo menos.

— Eu precisava refletir — disse Marlene, cansada — Fui ver Petúnia. Ela...

— Eu sei — Lily engoliu em seco — Ela me mandou mensagem.

— Eu vou tomar um banho... — murmurou, coçando os olhos — Já volto.

Apesar do cansaço, a água fria a revigorou para terminar a ducha rapidamente.

— Não tive a minha resposta.

Ela pulou de susto, fechando a porta do banheiro de golpe.

— Sirius! — gritou, sentindo o coração acelerado — Estou de toalha!

A risada dele fez com que ela percebesse o que tinha dito. Eles já estiveram em situação muito pior do que aquela.

— As meninas estão em casa — corrigiu, sentindo o rosto corado.

— Não acho uma desculpa muito plausível, mas não respondeu a minha pergunta — ele respondeu.

— Eu pensei que você ia... — ela murmurou.

— Eu não disse por impulso, eu estive pensando nisso por um bom tempo — disse — Só pensei que era um bom tempo.

Marlene fechou os olhos, encostando a cabeça na porta.

— Só tentemos — insistiu Sirius, nervoso.

— Está bem! — ela disse, sentindo que o coração sairia pela boca — Agora... Vai para a sala! Não consigo ficar normal com você aí, do outro lado!

— Só avisando que elas saíram — ele deixou no ar, antes de se afastar.

— Droga... — ela murmurou, passando as mãos no rosto.

Respirando fundo, ela desencostou a cabeça da porta, e aproximou-se do espelho, vendo as suas feições rosadas como nunca estiveram antes. Permaneceu com o olhar fixo, antes de tomar uma decisão.

— Sirius! — ela gritou — Não tem ninguém em casa mesmo?