Proibido Amar
Capítulo 2
Assim que chegou ao seu quarto, bateu a porta com força, e jogou-se em sua cama.
Não era o quarto dos sonhos de toda a adolescente. Era bem simples, para dizer a verdade.
O papel de parede liso creme, parecendo mais do quarto de uma idosa do que de adolescente; a parede coberta com alguns quadros, tentando dar um pouco mais de cor ao lugar. Um quadro metálico magnético, cheio de anotações e fotos, ao canto. Uma escrivaninha, com um notebook em cima, e o guarda-roupas. A janela estava sempre fechada, e a cortina já estava quase caindo de seu suporte. Não podia também esquecer-se da estante, lotada de livros.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Ela não reclamava, apesar disso. Nunca tinha as melhores coisas, mas não reclamava. Já Petúnia, apesar de não reclamar, parecia incomodada com isso. Sempre queria mais do que podia ter, e seus pais se matavam para lhes dar o básico.
Sua mãe tinha começado a trabalhar em pouco tempo, quando Petúnia entrou na faculdade, e as contas começaram a apertar. Durante a infância das filhas, era a mãe sempre presente e cuidando da casa, ao contrário do marido, que sempre trazia trabalho para casa, apesar de passar muito tempo fora.
Tirando o rosto do travesseiro, Lily virou a cara, olhando fixamente para a foto de formatura do ensino médio, no quadro metálico. Ao lado, uma foto dela com sua antiga vizinha e melhor amiga, que mudou-se antes do ensino médio delas começar.
Suspirou, ao lembrar-se que deixou seu celular no balcão, e levantou-se para pegar o notebook. Desconectou os fios, e puxou o eletrônico para si, voltando para a cama.
Lily Evans @LilyMaryEvans • agora
Nunca pensei que entrar para uma faculdade seria tão difícil.
Lily Evans @LilyMaryEvans • agora
#MinhaCidadeTem faculdades que não vão com a minha cara.
Antes que pudesse lotar seu Twitter de reclamações, ouviu batidas na porta.
— Lily, se você está mais calma, chegaram algumas cartas para você — ouviu Petúnia dizer, receosa.
— Podem abrir — disse, sem emoção — Não quero mais decepções.
O silêncio durou tanto tempo que ela pensou que a irmã tinha ido embora, e já ia voltar para o que estava fazendo.
— Sabe... Eu demorei para conseguir encontrar uma faculdade. É normal! — Petúnia tentou confortá-la.
— É diferente, Tuney. Você sabe que é...
— Talvez, mas mesmo quem faz esporte não consegue de primeira. Qual é, Lily! Você é a garota mais inteligente que eu já conheci! Eles não podem desperdiçar tanto.
Lily deixou um sorriso leve surgir em seus lábios.
— Obrigada, Tuney — disse.
Ouviu os passos da irmã, afastando-se de sua porta, e descendo as escadas.
Suspirou, olhando para a tela do note.
Lily Evans @LilyMaryEvans • agora
“Não temos mais vagas”
(Gif de uma mulher revirando os olhos)
Fechou o navegador, e apertou no botão para desligar.
— Lily! Desça! — ela ouviu a voz abafada de sua mãe gritar.
Olhou para a porta por alguns segundos, antes de puxar a barra de sua blusa até a cabeça, retirando-a. Levantou-se, deixando o notebook em cima da cama. Abriu a porta do guarda-roupas, pegando uma camiseta e short para ficar em casa.
Assim que jogou as roupas, com as quais saiu, no cesto do banheiro (o banheiro tinha quatro portas: um dava para o seu quarto, outro dava para o quarto de seus pais, para o quarto de Petúnia, e a porta que dava para o corredor), saiu pela porta do corredor, e desceu as escadas, pôde ouvir vozes animadas lá debaixo.
— Pensei que não viria mais! — reclamou Doralice, assim que a viu — Venha!
— Mãe, eu não quero ver essas cartas — Lily gemeu, assim que viu a quantidade espalhada pela mesa.
Petúnia revirou os olhos, pegando a carta, que a mãe segurava.
— Ei! — reclamou Doralice, virando-se para a filha mais velha.
— Cara senhorita Evans, estivemos verificando seu quadro de notas nos últimos anos, e acreditamos que será uma estudante útil para nossa instituição. Caso esteja interessada na vaga, temos uma reunião marcada para o dia 15 deste mês. Se não estiver interessada, é só não comparecer. Informações adicionais no verso. Atenciosamente, Minerva McGonagall — Petúnia leu.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Lily continuou olhando para o rosto da irmã, embasbacada. A loira, prevendo o que diria, estendeu-lhe a carta, que ela pegou rapidamente, relendo.
— Hogwarts é uma ótima universidade! — Doralice elogiou.
— Mas, mãe, ela não deve ter nem 50 anos! — disse Lily.
— Querida, a idade não significa nada. Por que não tenta? Não perde nada! — disse Doralice.
— Perco tempo — murmurou Lily.
— Lil, você já foi para tantas! Se não for, direi-lhe o que perderá: uma oportunidade — disse Petúnia — Céus! Ouvi tanto sobre Hogwarts, e eles te chamaram! Não permitirei que perca essa chance! Nem que eu tenha de arrastar-lhe!
— Está bem! Eu vou — Lily riu.
— Venham aqui! — Doralice abriu os braços, puxando as duas filhas para sentarem-se ao lado dela, no sofá — Minhas menininhas... Crescem tão rápido. Agora são duas universitárias.
— Há dois anos, mamãe — Petúnia lembrou-lhe.
— Mas agora são as duas — retrucou Doralice.
Petúnia olhou para Lily, por cima da cabeça da mãe, e revirou os olhos abertamente, fazendo-a sorrir.
— Não estão me pondo os chifres, certo? — Doralice perguntou, cautelosamente.
— Não temos mais idade para isso — disse Lily, fazendo-a ficar mais calma.
Petúnia afastou-se rapidamente, assim que a mãe deu brecha.
— Céus! Você é tão babona! — Petúnia riu, revirando os olhos.
— Olhe o respeito com a sua mãe! — ralhou Doralice, mas seu sorriso a contradizia.
— Não estou desrespeitando! — retrucou Petúnia, abrindo a geladeira.
— Menina, eu já vou servir o almoço! Só estou esperando o seu pai — a mãe levantou-se, indo até lá, e fechando a geladeira.
Lily esticou-se no sofá, pegando o controle remoto, e ligando a TV.
— Um dia, a televisão será ultrapassada, assim como o rádio — disse Petúnia, deitando com as pernas no encosto.
— Como vai o seu namorado? — Lily fez uma careta.
— Ah! — Petúnia pareceu desanimada — Ele viajou com o pai, por negócios, creio. Sabe como é...
— Vocês brigaram? — perguntou.
— Não! Por que está perguntando isso?
— Só queria puxar assunto.
Lily olhou para a irmã, e imitou a posição dela. A cabeça sem apoio, as costas no assento, e as pernas apoiadas no encosto.
Olhando a TV de cabeça para baixo, começou a zanzar pelos canais, procurando algo interessante para assistir.
— Não passa Teen Wolf na MTV a essa hora? — perguntou Petúnia.
— Pensei que fosse The Vampire Diaries — Lily franziu o cenho.
— Para mim, pode ser qualquer um dos dois.
— Qual é o canal mesmo?
Lily aproximou o controle do rosto, tentando enxergar.
— Tenta 160 — disse Petúnia, olhando para o lado.
Ela tentou, e o canal foi. Elas permaneceram de cabeça para baixo, vendo o final do episódio de TVD. Não importava quantas vezes passasse, elas nunca se cansariam de ver.
Um barulho de chaves foi escutado da porta, elas viraram os pescoços rapidamente.
— Papai — disseram, em uníssono.
Elas tentaram ajeitar-se no sofá, uma esbarrando na outra, e quase caindo do sofá, mas, por fim, conseguindo sentar-se “decentemente”.
Doralice passou rapidamente pela sala, indo receber o marido, com entusiasmo.
— Será que algum dia seremos nós? — perguntou Petúnia, sob o olhar confuso de Lily — A recebermos nossos maridos dessa forma.
— Você nasceu para ser mãe, Tuney — disse Lily, o olhar fixo no momento em que Damon voltava para a sua realidade, deixando Bonnie sozinha com Kai.
— Não, eu acho que nasci mais para ser mais esposa do que mãe — murmurou Petúnia — Você, sim, nasceu para ser mãe.
Lily estava pronta para perguntar o que ela queria dizer com “ser mais esposa”, mas Carver Evans aproximou-se de suas filhas.
— Não cansam-se dessa série, hum? — perguntou, dando um beijo na cabeça de cada uma delas, bem humorado.
— Desliguem a TV! — Doralice mandou, da cozinha.
Hora do almoço e jantar era sagrada para a mulher, os únicos momentos em que toda a sua família estava reunida.
— Você já viu essa cena umas vinte vezes, Lil! — Petúnia revirou os olhos, levantando-se do sofá.
— Mas o Damon pegando a garrafa é épico! — reclamou.
— Lily! Agora! — Doralice gritou.
Lily suspirou triste, apertando o botão para desligar, e indo para a cozinha.
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