Proibido Amar
Capítulo 23
Desde que Marlene voltou da casa de Sirius, não era difícil para Lily ou Alice encontrá-la escrevendo furiosamente em uma folha de papel, com o notebook no colo.
— Ela deve ter deixado para fazer algum trabalho de legislação para a última hora — disse Alice, dando de ombros.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— É clássico dela! — concordou Lily, mas não muito convencida.
Não importasse o desespero da garota, ela jamais trocaria uma noite de sono (ou uma madrugada de Netflix) pelo trabalho de colégio. Então, Lily não pôde ficar mais desconfiada, quando encontrou-a nesse estado, às 2 da manhã.
A ruiva tinha um pouco de insônia, então ficava caminhando pela casa, indo para a sacada, receber um pouco de vento no rosto, e beber um copo de leite ou suco de maracujá (que não a acalmava nem um pouco), para ver se conseguia pegar no sono.
Ao contrário dela, Marlene estava em sua terceira caneca de café preto, em cima da mesa, pela metade.
— O que está acontecendo? — perguntou Lily, sentando-se ao lado dela, com um copo de leite, assustando-a.
— Trabalho — respondeu, vagamente, voltando seus olhos para a tela do notebook.
— A essa hora? — disse Lily, incrédula — Se você não consegue terminar até nove da noite, você inventa uma desculpa esfarrapada para a professora.
— As coisas mudam, Lil. Estamos na faculdade — ela deu de ombros.
— É sério, Lene! O que está acontecendo? — perguntou, inclinando-se para deixar o copo na mesa, ao lado da caneca de café.
A castanha olhou para ela, por um momento, antes de suspirar, voltando seu olhar, vermelho e inchado de sono, para a tela do eletrônico.
— Padfoot resolveu fazer uma refeição diferenciada hoje — comentou, pegando a caneta para escrever, no que parecia a 20ª folha de uma pilha de papéis empilhados.
— Quem é Padfoot? — perguntou Lily, coçando um de seus olhos.
Ela sentia sono, mas sempre que deitava na cama, ficava revirando.
— O cachorro, Lily! O cachorro — explicou, impaciente.
— Ah! — ela exclamou, baixinho — Você está fazendo o trabalho deles?
— Tem relação com direito — defendeu-se Marlene — Eu tenho mais conhecimentos do que eles.
Lily inclinou-se, pegou o copo, deixando uma marca na mesa de vidro, e deu um gole no líquido branco, que, para ela, tinha tanto gosto como a água.
— Eu nunca te vi fazendo isso! — comentou.
— Já disse: as coisas mudam — ela não desviou o olhar do teclado.
Lily suspirou, levantando-se. Deixou o copo vazio dentro da pia, e foi para o quarto. Revirando pelas gavetas, encontrou uma caneta, e voltou para a sala, depois de pegar o celular, em cima de sua cabeceira.
— Qual o site que você está? — perguntou, pegando uma folha branca, e sentando-se ao lado dela.
Marlene virou o olhar lentamente para ela, como se não tivesse entendido o que ela disse.
— Alguma coisa, que você não está me contando, aconteceu para você estar agindo assim — disse Lily, dando de ombros — Eu vou te ajudar.
Ela sorriu, o rosto repleto de sono, e citou o link do site, baixo para que Alice não acordasse, já que tinha a mania de dormir com a porta do quarto aberta.
***
— Valha-me, Deus! — exclamou Alice, aparecendo atrás delas — Já estão acordadas?
— Não dormimos, você quer dizer — corrigiu Lily.
— Foi injustiçada, jovem? — virou-se Marlene.
— Não — disse Alice, lentamente.
— Então não diga “valha-me” — ela voltou o olhar para o computador.
— É só uma expressão! — defendeu-se Alice.
— Uma expressão incorreta — retrucou, de mau humor.
— Trocaram de personalidade? — perguntou, sentando-se em uma poltrona.
— Capaz — respondeu Lily, bocejando.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Depois de passar o olhar por todos os papéis soltos, amassados ou rasgados no chão, Alice levantou-se.
— Eu vou dar uma saída. Já volto! — declarou, voltando para o quarto, para pegar um casaco.
Depois que ela saiu do apartamento, o silêncio voltou ao que era.
— A mãe dele é sangue purista — disse Marlene, depois de uma noite inteira sem falar — Ela queria que nos afastássemos.
— E ele não quis — adivinhou Lily, sorrindo.
— É... — ela murmurou.
— Tá acabando... — comentou a ruiva — Em qual parágrafo você está?
— Na conclusão — respondeu — Nunca que eu pensaria que “empreendedorismo” teria tanta coisa para falar...
— Eles não escolheram a melhor das faculdades — brincou Lily, empurrando o ombro dela de leve, com o seu próprio ombro.
— Pois é... — riu Marlene — Estava lendo sobre as matérias do curso, e administração vai ter aulas de legislação e princípios de direito.
— E vocês não tiveram aula ainda? — perguntou Lily, franzindo o cenho, estranhada.
— Bem... Eu faltei ontem! — ela deu de ombros — Ou vai ver é só no segundo semestre.
— Talvez — disse a ruiva, dando um ponto final na folha, e colocando-a na pilha desorganizada.
Não demorou para que a amiga também terminasse, jogando a folha no canto.
— Não acha que o professor vai estranhar a letra? — perguntou Lily, por fim.
— A sua é parecida com a de James — ela deu de ombros — É um pouco cursiva.
— Tá, tanto faz — Lily revirou os olhos — Não vamos nos preocupar com isso.
— Eu só vou fazer a capa pelo editor de imagem — disse Marlene, abrindo o Photoshop.
— Vai deixa-los mal acostumados! — disse a ruiva, levantando-se para esticar as pernas e a coluna.
— Nem se preocupe com isso... Eu sei colocar limites — brincou Marlene, o olhar fixo no notebook — Só dar uma boa primeira impressão. Depois, o professor vai descobrindo quem eles são, de verdade.
— Você vai ter que imprimir isso — observou Lily — O note tem impressora?
— Não. Vou ter que imprimir amanhã de manhã — respondeu — A biblioteca tem área de computador, mas fica fechado no Domingo.
— Certo... — ela resmungou, contornando o sofá para ir até a cozinha — Eu jurava que hoje já era segunda-feira.
— Cruzes! — Marlene fez uma careta — Eu já estava perdida!
— Hoje, sim, você poderá fazer vários “nadas” — brincou Lily, abrindo um dos armários — Eu pensei que esse trabalho não ia acabar nunca!
— É, minha mão está me matando... — murmurou.
— Suas duas mãos, você quer dizer — corrigiu Lily, rindo.
— Três é que não são! — retrucou.
— Você parecia capaz de começar a escrever com o pé — Lily pegou um pacote com bolinhas de chocolate, e jogou algumas em sua boca.
— Dá para mim! — implorou Marlene, inclinando a cabeça para trás, para poder vê-la, sem se virar.
— Tenta pegar! — disse Lily, jogando uma, na direção da boca dela.
A bolinha caiu na blusa da garota, que ajeitou-se no sofá, colocando o chocolate na boca.
— Eu não sou cachorro! — protestou, de boca cheia.
— É sim! Vou arrumar um noivado seu com Padfoot — brincou Lily, mastigando — Não é o que sangues puros fazem? Arrumam casamento até para cachorro?
— Sangues puros não costumam ter cães — disse Marlene.
— Então o quê? Gatos? — perguntou, fazendo uma careta.
— Pobre alérgica — debochou.
— Não te dou mais bolinhas — ela fechou a cara.
— Não! Volta aqui! — disse, levantando-se.
Lily saiu correndo, para o corredor.
— Eu quem comprei! Eu tenho direitos! — gritou Marlene, tentando alcançá-la.
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