Proibido Amar

Capítulo 14


Alice escutou Marlene dar uma tosse, muito parecida com a da antiga diretora de Hogsmeade, Umbridge. Sentiu seu rosto esquentar, ao perceber que estava encarando ao garoto por muito tempo. Engoliu em seco, e desviou o olhar, mas ele fixou-se nas duas amigas, olhando-a curiosas.

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— Ian! — Doralice cortou o silêncio, entrando na sala.

— Senhora Evans! — na frente das mães, Ian sempre era educado e perfeito.

— Quantas vezes vou ter de lhe dizer? Não me chame assim! — ela deu um tapa leve no braço dele — Olá! Meu nome é Doralice, sou a mãe da Lily.

— Prazer, senhora Evans — o outro rapaz disse, cometendo o mesmo erro do amigo — Quero dizer... Dona Doralice. Meu nome é Frank Longbottom.

— Eu vou colocar a mesa, já volto — Alice gaguejou, fazendo de tudo para afastar-se do grupo.

Assim que ficou fora da visão dos outros, ela respirou fundo, tampando o sorriso bobo, que apareceu, com suas mãos. A conversa continuava, lá da sala, mas ela não conseguia prestar a atenção suficiente.

— E a mesa?

Ela pulou de susto, virando-se para Ian, que sorria debochadamente.

— Como você é apressado! — Alice reclamou, tentando recuperar-se, e indo ajeitar a toalha de mesa — Vai embora!

— Eu ajudo — ele ofereceu, ainda sorrindo.

— Eu não preciso da sua ajuda — ela disse, friamente.

Ignorando a presença dele, foi até o balcão, pegar os pratos e copos, e colocou-os em cima da mesa.

Antes que Ian pudesse incomodá-la mais, os outros entraram.

— Ótimo! Obrigada, Alice, querida! — disse Doralice, abraçando-a de lado, rapidamente.

Ela não respondeu.

— No segundo ano, ela agiu do mesmo jeito — ela ouviu Marlene murmurar para Lily, e apressou-se em bater nela, para que se calasse.

Durante o almoço, ninguém parecia mais deslocado do que Alice e Frank.

— Estão no segundo ano da faculdade? — Doralice, como sempre, quem começou a puxar conversa com Ian.

— É, parece que é bem menos tempo — disse Ian, divertido — Desde que peguei o apartamento de cima, Leninha fica me xingando por ter colocado o nosso sobrenome na república.

— Não me chame de Leninha — retrucou Marlene, ácida.

— Sabe, eu não me surpreenderia se você tivesse colocado o mesmo nome — comentou Lily, girando o garfo no macarrão — Só para confundir quem viesse...

— Como se minha mãe fosse permitir algo assim — resmungou Marlene.

— Só dona Susan para colocar ordem em vocês dois... — disse Lily, divertida.

— Alice, está tão quieta! Está tudo bem? — Doralice olhou-a, preocupada.

Alice apressou-se em colocar uma garfada de macarrão em sua boca, e assentiu com a cabeça.

— Lembro-me de sua mãe dizendo que iria cursar administração, não era? — Doralice voltou a falar com Ian, ainda olhando desconfiada para Alice.

— Tenho que cuidar dos negócios do pai, né... Não é como se tivesse muitas opções — brincou Ian.

— Deve fazer o que lhe der gosto! — disse a mais velha, com um ar de reprovação.

— O dinheiro lhe dá gosto — alfinetou Marlene.

— Que eu saiba, você não reclama de poder ter o que quiser — ele retrucou.

— Meninos, sem brigas! — Doralice interviu.

Os dois calaram-se, focando seus olhares em seus pratos. Alice não achava nada de mais naquela conversa deles, mas Lily e Doralice pareciam incomodadas, elas não tinham tanto dinheiro quanto os outros três. Ou seriam quatro? O sobrenome “Longbottom” não lhe era estranho.

O silêncio foi cortado pelo toque de WhatsApp de Marlene, que negou-se a pegar o celular, aparentando tranquilidade, até que o toque foi mais duas vezes.

— Com quem tanto conversa? — perguntou Ian, irritado.

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— Não te interessa — disse, colocando o celular no silencioso — É um grupo de Hogsmeade, ainda mantenho contato com algumas pessoas de lá.

Ian, conhecendo bem a irmã, não pareceu ter acreditado muito.

— Já sabem em qual irmandade vão ficar? — Frank pareceu criar coragem para perguntar, mas evitava olhar para qualquer um deles.

— A gente pegou a carta há pouco, mas ainda não abrimos — respondeu Lily.

— Qual irmandade está mesmo, Ian? — perguntou Marlene, olhando fixamente para ele.

— Eu e Frank estamos na Lumos — ele respondeu.

— Ótimo! Acho que vou para a TWS — ela respondeu, sorrindo irônica — Andrômeda era de lá.

— Ela não era da Silver? — perguntou Alice, confusa.

— Bellatrix e Narcisa são da Silver — respondeu Marlene, casualmente — Ela foi mais inteligente.

— Tenho certeza de que todas as irmandades são ótimas — Doralice tentou ser razoável.

— Não digo isso, mas as pessoas quem fazem as irmandades — respondeu Marlene — Dependendo dos líderes, uma irmandade maravilhosa pode se tornar um pesadelo. E você não pode trocar, uma vez que escolhe.

— Reconfortante — disse Lily, ironicamente — Obrigada.

— Sem pressão... — murmurou Alice, mas foi ouvida igualmente.

— Pare de porre! Você já deve saber qual irmandade vai ficar — Marlene deu um empurrão de leve em Alice.

— E você sabe? — ela devolveu.

— Acabei de dizer: TWS — a outra deu de ombros.

— Faz isso para ficar contra Ian — acusou Alice.

— Como se ele tivesse tanto poder assim sobre mim... — debochou.

— Eu estou aqui — brincou Ian.

— Eu vou pegar a sobremesa — Doralice murmurou, tentando se afastar da discussão.

— Eu ajudo! — Lily levantou-se, apressada.

Um silêncio ficou na mesa, assim que perceberam o incômodo que estavam sendo.

— Está vendo o que você fez? — Alice perguntou a Marlene, jogando o guardanapo de pano em cima da mesa — Feliz agora?

— Pelo menos, eu estou tentando socializar. Não como você, que é incapaz de fazer amigos desde Hogsmeade — retrucou Marlene.

Aquelas palavras cortaram como uma faca em Alice.

— Não! Eu não quis... — Marlene disse, ao perceber o que disse, arrependida.

— Não toque em mim! — sussurrou Alice, afastando o seu braço da mão dela.

Levantou-se, assim que sentiu os olhos umedecerem, e saiu na direção contrária da cozinha.

— Alice? — ela ouviu Lily chamar, confusa.

Bateu a porta da frente, e subiu as escadas para o andar seguinte, mas parando antes de chegar lá. Jogou-se no degrau, e sentiu as lágrimas descerem com força.

“Ela não tem direito de falar isso para mim” pensou, magoada, deixando um soluço escapar.

Ouviu uma porta se abrir, e encolheu-se, apoiando o rosto em suas coxas.

— Ela não quis dizer isso — era Frank, sentando-se do lado dela.

— Ela não mente — retrucou, com a voz rouca.

— Ian sempre me diz que a irmã fala sem pensar, ela não quis te machucar. Além do mais, parece que você quem pensa assim, e não ela. Eu duvido que isso seja verdade.

— Eu não tinha nem uma amiga, antes de conhecê-la.

— Quer saber? Eu não acredito em você!

Ela levantou o rosto, olhando-o confusa.

— Tenho certeza que um monte de gente queria ser seu amigo. Talvez, você os afastou, sem saber disso — ele disse, encostando a cabeça na parede.

— Isso não tira o fato de eu ter menos amigos — disse Alice.

— O que você prefere? Ter muitos amigos, ou ter os amigos mais leais, embora sejam poucos? — perguntou.

Naquele momento, Alice considerava Marlene qualquer coisa, menos leal, mas não disse isso.

— Frank, vamos logo! — ouviram a voz de Ian, alguns degraus abaixo.

— Vai lá! — ela disse, passando a mão por baixo dos olhos.

— Se cuida! — ele beijou o topo da cabeça dela, e foi atrás do amigo.

Alice ficou paralisada, observando como ele sumia de vista.

— Você está perdida, Alice — ela murmurou para si mesma, voltando a apoiar sua cabeça em suas coxas.