Nove

Estrada para o inferno


Estava no carro com Alaric, estávamos em silêncio desde que entramos. Ele estava dirigindo e eu o acompanhava no banco do passageiro. Eu encarava a janela como se fosse a coisa mais interessante do mundo, estava tentando evitar entrar em algum assunto desagradável.
− Como você se sente? – ele finalmente quebrou o silêncio.
O olhei como se a resposta fosse óbvia.
− Irritada− falei− Vocês estão fazendo de tudo pra se livrar de mim.
Depois que eu descobri que eu estava grávida, Alaric e Stefan chegaram a conclusão de que era muito perigoso eu continuar na vida deles durante esses nove meses, realmente era, mas eu não queria ter que ir embora. Eles haviam ligado para o Klaus Mikaelson – eles poderiam ter escolhido qualquer pessoa no mundo, mas resolveram escolher um híbrido original completamente temperamental – e pediram para ele me deixar morar na sua casa por um tempo, até as coisas se acalmarem, o pior disso tudo é que eu não fui avisada. Eu que deveria tomar as decisões da minha própria vida. Eu só aceitei pelos bebês e pelo Alaric, ele não merecia perder mais ninguém.
Alaric me olhou de uma forma compreensiva.
− Vai ser bom pra você− ele argumentou− Ter um pouco de paz.
− Paz? Eu vou morar com o Klaus. Não vou ter paz.
Eu ri de mim mesma.
− Ele pareceu feliz em saber que você iria pra lá− ele deu um sorriso debochado.
− Nem mais uma palavra− revirei os olhos.
Liguei o rádio e coloquei em um volume extremamente alto. Estava tocando Hotline Bling, eu adorava essa música.
− Desse jeito você vai deixar os meus filhos surdos− Alaric brincou.
Eu dei risada e voltamos a conversar. O tempo pareceu passar mais rápido e a cada quilometro New Orleans ficava mais perto. Eu não estava preparada pra encontrar com Klaus de novo.

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Depois de muito tempo na estrada, chegamos na minha nova cidade. Aquele lugar era fantástico, havia tanta beleza e cultura, me lembrei do que Klaus tinha me contado. Alaric e eu passamos por várias ruas até encontrar o endereço indicado. Estacionamos em frente a casa dos Mikaelson.
− É aqui? – perguntei enquanto admirava a casa.
Alaric olhou para o papel com o endereço de novo e confirmou com a cabeça.
− Vamos sair do carro – ele pediu.
Havia um enorme portão preto, ele era antigo, mas era magnífico, olhei através dele e vi um vulto vindo na nossa direção. Era o Klaus. Ele abriu o portão de uma forma graciosa e teatral, ele estava com um enorme sorriso no rosto. Alaric desceu do carro e eu desci logo depois.
− Caroline− Klaus sorriu− Quanto tempo.
Pude notar que ele olhou disfarçadamente pra minha barriga, eu não o culpo, nem eu estava acreditando.
− Ela ainda não cresceu, Klaus− falei.
− Então é verdade mesmo? – ele perguntou ainda surpreso.
− Se não fosse, eu não estaria aqui, mas eu pretendo sair em breve− falei de uma forma extremamente antipática.
− Sei que vai mudar de ideia sobre isso− ele falou confiante.
Alaric notou a minha irritação e mudou de assunto.
− Eu ajudo você com as malas.
Ele foi até o porta-malas e pegou duas das cinco malas. Andei até ele e peguei outras duas, mas antes que eu me virasse para entrar Klaus apareceu na minha frente.
− Eu ajudo− ele falou educadamente e as pegou das minhas mãos.
− Obrigada...
Peguei a última e fechei o porta-malas. Passamos pelo portão e Klaus disse.
− Espero que se sinta em casa.
O lugar era grande e tinha um ar nostálgico. Combinava com a família que morava lá. Olhei para a escada e vi um rosto familiar.
− Se lembra da Hayley? – Klaus perguntou.
− Como eu poderia esquecer?
− Bom ver você, Caroline – Hayley falou seca.
− Digo o mesmo− dei um sorriso falso.
− Onde é o quarto? – Alaric perguntou− Tem muito peso nessas malas.
− Por aqui, por favor− Klaus disse e nos mostrou o caminho.
Fomos até o quarto e deixamos as malas ao lado do guarda-roupa. Eu fiquei analisando o quarto, o Klaus tinha se dedicado. O papel de parede era bege e floral, havia uma cama de casal com várias almofadas, o guarda-roupa era grande e ocupava quase toda a parede, tinha uma escrivaninha com uma luminária e um computador novo, depois de ver tudo aquilo olhei para Klaus com uma expressão de surpresa.
− Eu disse que quero que você se sinta em casa− Klaus falou.
− Isso é muito gentil. Obrigada.
Depois desse clima estranho, Alaric se despediu e agradeceu Klaus por ter deixado eu ficar lá. Acompanhei ele até o carro e ele me alertou.
− O Klaus é gentil com você, mas cuidado, ok?
− Ok.
Eu o abracei e ele entrou no carro.
− Se precisar de alguma coisa, você pode me ligar a qualquer momento. O Stefan prometeu vir aqui uma vez por mês pra te visitar.
Eu já estava com saudade do Stefan. Quando tudo começou a dar certo entre nós eu tive que me afastar, isso é horrível.
− Ok, boa viagem. A gente se vê em breve.
Alaric sorriu e ligou o carro, segundos depois ele havia saído, eu estava sozinha em uma cidade desconhecida e morando com um psicopata, não havia como piorar. Me virei e andei até o meu quarto. Olhei para cama e havia um papel em cima do cobertor.

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Precisei sair pra resolver algumas coisas. Eu chego daqui a algumas horas, quando acontecer, eu vou te levar pra conhecer a cidade.
Klaus.


O pesadelo só estava começando. Eu só precisava aguentar tudo isso por nove meses.