Potens Summi

Dorminhoca, Irritadiça, Preguiçosa


A reunião da ordem acabou depois de duas horas (de muita discussão, principalmente da parte de Sirius com Severo Snape, que não paravam de trocar farpas e olhares faiscantes de raiva) e todos se retiraram para seus aposentos, extremamente exaustos.

Sirius e Anna subiram as escadas juntos. O maroto dos cabelos cacheados passou pelo quarto dos filhos e sorriu, imaginando se estavam se sentindo confortáveis. Subiram mais um andar e o homem conduziu Anna até o fim do corredor, onde havia um quarto com o nome dos dois gravado na porta.

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– É aqui, Anna. – disse Sirius, abrindo a porta de um quarto.

A mulher ficou boquiaberta. O quarto fora pintado com cores leves, a parede atrás da cama com um pôr do sol desenhado. Um tapete branco no meio do cômodo, um guarda roupa e uma escrivaninha no canto. Lindas cortinas brancas enfeitavam a grande janela redonda.

– É... Lindo. - murmurou ela, sorrindo para o homem.

– Eu o arrumei quando descobri que iríamos nos ver de novo. Esse quarto sempre esteve vazio. – ele murmurou, colocando a mão nos bolsos – Estava guardado para você, eu sempre acreditei que voltaríamos a nos ver.

O sorriso sincero de Anna foi, para o maroto, melhor do que qualquer resposta.

– Mas a pergunta é: O que será de nós? – disse Sirius, chegando perto da loira – Você vai ficar? Os garotos vão para Hogwarts?

– Tenha calma. – pediu ela tranquilamente – Só... Me dê um tempo, ok? Logo as coisas irão se resolver.

Ele assentiu.

– Não vejo a hora. – Sirius murmurou, com uma cara de cãozinho sem dono – Eu vou... Dormir no outro quarto.

– É, vai lá. – Anna riu, não se sentindo convencida pela feição. Aproximou-se, depositou um beijo no canto de sua boca e lhe deu um abraço.

– Boa noite, Sirius. – ela disse.

– Boa noite, Anna. – falou o maroto, sorrindo e fechando a porta ao sair.

~x~

– BOM DIA, FLOR DO DIA!

Foi com essa frase gritada ao ouvido que Astrid foi docemente acordada às dez da madrugada. Dá para acreditar? Que ousadia... Ela pensou em mil e um xingamentos, mas não era o horário nem o momento certo para uma dama proferi-los.

– FRED! JORGE! QUEREM ME DEIXAR SURDA? – Trid berrou, fazendo os dois se assustarem – Vão embora.

– Nada disso, mocinha. Todos estão te esperando para tomar café. – disse Fred, com uma falsa voz autoritária.

– Diga a eles que podem fazer isso sem mim. – resmungou a loira com frieza, se cobrindo novamente com os edredons e colocando o travesseiro sobre a cabeça.

– Depois nós não queremos certa loirinha reclamando que não tomou café e enchendo nossa paciência... – disse Jorge.

– Como se fosse eu a chata que enche a paciência dos outros... Vocês mal me conhecem! – murmurou ela, com a voz abafada pelo travesseiro – Me deixem em paz logo.

– Sei que fomos apresentados há pouco tempo... – disse Jorge.

– Mas parece que nos conhecemos há uma eternidade! – completou Fred, abrindo um sorriso travesso – E aliás, você é o tipo de pessoa com quem nós gostamos de mexer.

– Dorminhoca...

– Irritadiça...

– Preguiçosa. O que mais, Fred?

– Ah é... – Fred terminou, cruzando os braços – Tem cara de doida. Adoro gente assim.

Os gêmeos não obtiveram resposta, pois a garota havia cochilado de novo com extrema rapidez, ato que fez Fred suspirar e Jorge dar um tapa na própria testa.

– Pois é, querida Astrid. Não queríamos fazer isso, eu juro... – murmurou Jorge.

– Mas não temos outra escolha. – disse Fred, inocentemente.

Os gêmeos tiraram as varinhas do bolso das vestes e contaram até três juntos, lentamente. Ao fim da contagem, disseram em alto e bom som, apontando para a garota:

Aquamenti! – e um jato de água duplo encharcou-a em poucos segundos.

Trid acordou assustada, gritando. Tentou se levantar tão desesperadamente que acabou se desequilibrando, tropeçando no edredom que estava no chão e levando um belíssimo tombo. Engatinhou até a beira da cama e usou-a de apoio para se levantar. Com os cabelos loiros grudados no rosto, procurava por sua varinha sem êxito.

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– SEUS IMBECIS, VOLTEM AQUI! – Astrid gritava furiosamente enquanto os gêmeos aparatavam do quarto, gargalhando.

– Fred, Jorge! Só porque agora são maiores de idade não significa que precisam ficar aparatando a todo o momento! – berrou a Sra. Weasley, que havia levado um susto com a aparição repentina dos gêmeos.

– Tempo é galeão, querida mãe. – disse Fred.

– Chamaram Astrid como eu pedi? – perguntou ela.

– Claro. – falou Fred, sorrindo sapeca.

– Muito carinhosamente. – completou Jorge.

A Sra. Weasley arqueou as sobrancelhas, desconfiada. Já ia perguntar quando ouviu pés rápidos descendo a escada:

– FRED... JORGE... – todos ouviram uma voz feminina ofegante - Vocês. Vão. Me. Pagar. – e logo se espantaram com a cena: uma Astrid de pijama encharcado e com expressão de um serial killer em época de matança, sem uma das meias, os cabelos bagunçados e emaranhados cobrindo um dos olhos.

Harry e Rony estavam de olhos arregalados. Gina fazia uma careta e Hermione olhava confusa para a cena. Anna franzia a testa, murmurando um “nem quero saber”. Pete riu pelo nariz. A garota subiu as escadas batendo os pés, resmungando coisas inaudíveis como uma louca. Fred e Jorge começaram a gargalhar novamente.

– POR MERLIN, PARECE ATÉ QUE EU NÃO DEI EDUCAÇÃO PARA VOCÊS! – berrou a Sra. Weasley, assustando a todos.

– Mas o que vocês fizeram a ela? – perguntou Hermione.

– Ela não queria acordar... – começou Jorge.

– Então nós a molhamos um pouquinho, para ver se ajudava. – disse Fred timidamente.

– Porque não a acordaram... Sei lá, talvez um jeito mais educado! – gritou a mulher, dando tapas nas cabeças dos gêmeos, que riam ainda mais.

– Desculpe mãe, é que a senhora não havia dito que não podíamos acordá-la assim... – disse Fred, fingindo inocência – Mas agora estamos mais do que avisados.

A Sra. Weasley ia dar mais um berro, mas desistiu e suspirou, ignorando os dois. Começou a colocar torradas, geleia, bacon, suco e outros alimentos de desjejum sobre a mesa.

– Em casa é assim, Trid é a última a acordar. – disse Pete calmamente.

– Por isso eu não vou nem me meter. Ela é igualzinha a um certo maroto de cabelos cacheados. Não dorme, hiberna. – Anna revirou os olhos.

– Aposto que se a casa explodir ela ainda está no décimo sono. – comentou Pete.

– Pois é, irmão. Pelo menos eu não preciso de um balde para a baba durante o sono – Peter ouviu a voz de Astrid, se virou e observou a irmã descer as escadas – Não tem um pingo de classe. Coitada da nossa mãe, que tem que trocar seus lençóis. Você deveria aprender a lavar roupa.

Diferente de alguns momentos atrás, a garota agora parecia impecável: usava uma calça jeans e uma bata branca delicada, sapatilhas marrons nos pés. Seus cabelos loiros agora estavam perfeitamente arrumados em uma trança embutida.

O comentário da garota não passou despercebido, arrancando boas gargalhadas dos presentes e uma careta do irmão mais velho. A jovem se sentou ao lado de Rony com uma expressão séria.

– Bom dia, Trid. – disse Hermione, cautelosa.

– Dia. – ela murmurou.

Gina fez um sinal positivo com o polegar, a moça respondeu com um sorriso.

– Bom dia, minha querida! – disse a Sra, Weasley, colocando bacon em seu prato – Me desculpe por Fred e Jorge, eles realmente são irritantes.

– Ei! – disseram Fred e Jorge, logo após baixando a cabeça e olhando para o prato ao verem o olhar de repreensão da mãe.

– Bom dia, Sra. Weasley. – ela sorriu docemente – Tudo bem, eu não estou irritada. Sabe por quê? Tudo que vai, volta.

Fred e Jorge fizeram um sinal de descaso, tentando não demonstrar preocupação.

Sirius acabara de descer as escadas, murmurando um bom dia seguido de um bocejo. Ao sentir o clima tenso e analisar as expressões de todos com a testa franzida, perguntou:

– Perdi alguma coisa?

– Não, nada. – todos falaram juntos, revirando os olhos.

Os olhares se voltavam para Astrid. Pete pressentiu um ataque de pelancas.

– Nossa, mas que tédio. Isso aqui está parecendo o meu velório! – a dita cuja quebrou o silêncio – Harry, você pode me passar a jarra de suco, por favor?

– Ok. – murmurou. Ela deu um sorriso e agradeceu.

Todos voltaram a conversar normalmente. Fred fez menção de tentar falar com Astrid, mas fechou a boca imediatamente diante do olhar mortal da amiga. Bem, se é que eram amigos. É difícil dizer. Uma dica: É sempre melhor fazer amizade com a Trid meiga do que com a psicopata.

Os gêmeos aprenderiam isso da pior maneira possível.