Palavras ao Vento

Cadeira de Balanço - 1994, 1995


Depois de narrar sobre conquistas e tragédias diversas que incidiram em tantas e tantas vidas humanas, por que não contar outras cenas, agora mais particulares... Singelas histórias que testemunhei?

Afinal, desde meus primeiros contatos com a humanidade pude aprender que seu caminho não é só traçado por grandes reviravoltas. Desenha-se até mesmo por pequenos passos, de tímidos pés anônimos.

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Por isso, contarei a história de uma menina. Tinha cerca de três ou quatro primaveras à época, irmã de outro petiz. Seu rosto era a representação de uma brisa leve, desconhecendo vendavais ferozes.

A garotinha se divertia desvendando os pequenos mistérios do mundo. Descobertas suaves, fugazes... Como o flanar de borboletas multicromáticas em suas vidas de vinte e quatro horas.

Ao voltar de suas aventuras, ia para a casa dos avós, ansiando por algo especial.

Fazia questão de subir no colo da bisavó, a bisa Ju, sentada na cadeira de balanço. Sua voz lhe figurava terna como uma canção de ninar, acalentando a menina, que logo dormia. Eu soprava leve, movido por aquela doçura delicada.

Emocionava-me ao vê-la embalada pelo marulhar da cadeira a balançar. Ela sorria, adormecida e segura pelos braços carinhosos da bisa.

Em paz naquele alento de amor.