XXVII - Zevenentwintig

Acordei com a sensação de algo escorrendo pelo meu rosto. Ao abrir os olhos percebi Alicia na minha frente com um copo vazio na mão. Ela tinha jogado água na minha cara?

— Que merda é essa? — gritei enquanto me levantava em um pulo.

— Água — falou simplesmente indo na direção da cozinha — Sua amiga esteve aqui.

— Amiga? — eu ainda estava tonto pelo sono.

— Aquela loira que esteve aqui naquele dia — gelei por dentro ao perceber suas palavras — Eu a mandei embora.

— Você o quê? Era uma cliente regular você não podia manda-la embora.

— Pois eu mandei — comentou ficando na minha frente — E pedi para ela não voltar.

Eu iria matar esse ser petiz.

— Talvez eu possa consertar isso se você me disser quem é ela — informou enquanto desaparecia na cozinha novamente.

— É uma cliente minha.

— Eu já entendi essa parte. Eu quero saber que tipo de produto ela obtém de você.

— Que tipo você acha? — indaguei irônico.

— Um que eu estou desejando há tempos — disse e quase me engasguei com a minha própria saliva — Ser gigolô nem é tão ruim.

— Não é?

— Se você soubesse as hipóteses que corriam na minha cabeça concordaria comigo. E em Amsterdã é uma coisa comum.