XXVIII - En Achtentwintig

Para o meu espanto, Alicia tinha aceitado muito bem minha profissão. Eu ainda não acreditava que ela tinha sido capaz de mandar embora uma cliente minha.

— Quanto você cobra? — Quase cuspi o café que eu estava bebendo — É muito caro?

— E por que diabos você quer saber? — indaguei na sua direção.

—Simples — falou como se estivesse ensinando uma criança algo básico — Quanto maior o preço melhor você é!

— Está tentando medir minhas habilidades? — perguntei enquanto estava a perscrutar suas ações.

— Minha tese foi sobre essa liberdade sexual que temos em Amsterdã — falou remexendo em uma colher no balcão — Gostaria que compartilhasse suas experiências em prol da psicologia, claro — Mal terminou sua frase e já estava disparando várias perguntas na minha direção — Quanto você já recebeu? Quando você decidiu seguir por esse caminho?

— Devagar, pequena — Pedi enquanto sorria na sua direção — Você quer as perguntas sejam respondidas apenas pelas experiências femininas ou pelas masculinas também?

Percebi que ela levou um tempo para compreender minhas palavras e quando fez foi bem nítido. Sua boca abriu e seus olhos estavam arregalados na minha direção.

— Experiências masculinas? — indagou chegando mais perto.

— Sim, sabia que os homens estão dispostos a pagar mais que algumas mulheres?