Hesitei por alguns segundos em afastar aquela folha do caminho. Respirei fundo e tomei coragem. A areia contrastava com o azul do céu que se mesclava ao do mar. Aquela imensidão não me era desconhecida; desde petiz eu via os comerciantes chegarem à Londres pelo Mar do Norte, mas a visão daquele lugar me deixou hipnotizado.

Dei passos lentos, boquiaberto. Meu amiguinho ruidou como se perguntasse: O que é aquilo?

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Havia ossos desidratados e tecidos rotos espalhados pela areia. Aquilo indicava que alguém já estivera ali antes, mas não havia tido a mesma sorte que eu. Aquilo apertou meu coração. Mas não era apenas isso.

Ali, junto à água, coberto por uma camada de musgo e areia, havia algo que podia destinar toda a minha vida dali à frente. Um bote de madeira.

Pisquei os olhos repetidamente, maravilhado. Andei depressa até lá e o contemplei por alguns segundos. Por fim, o virei com cuidado.

Está vendo isso, amiguinho? Está vendo? Deus é bom! Eu poderei enfim ir para casa! Exclamei animado.

Ele ficou em silêncio, não se mexeu em meu ombro. Naquele momento eu pude entender o que aquilo significava. Aos poucos meu sorriso se fechou e meu coração acelerou.