— Quem são vocês? — O supervisor perguntou e todos seguiram falando, de acordo cada um com sua vez.

— Eu sou a loira idiota — falou a menina de aparência já dita, com um sorriso estampado no rosto.

— Eu sou o preto bandido — disse com o jeitinho brasileiro carregado de malandragem.

— Eu sou o gay escandaloso! — Exclamou enquanto mexia seu corpo exageradamente.

— Eu sou a depressiva que se corta — chorou em meio de suas palavras lúgubres.

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— Eu sou a bonita demais para ser inteligente — parecia conformada.

— Eu sou a inteligente demais para ser bonita — conformada, como seu oposto.

— Eu sou o militante, esquerdista e comunista — orgulhoso.

— Eu sou o coxinha — desgostoso.

Entediado, o supervisor bufou. De repente, um rapaz que parecia hostilizado demais para falar algo plausível, ou seja, inovar, algo que nenhum de seus colegas fez, surpreendeu. Independentemente da maneira, surpreendeu.

— É... Eu não consigo escolher um só. Sou tudo isso, em cada parte. Por que limitar? Por que nos ensinam isso? Eu não posso ser o que eu quiser, não deveria ser assim? Por que temos que ser o que eles querem? Não quero ser só uma coisa.

— Ah! Já entendi, — o supervisor rabiscou mais um nome — você é o louco!