The Kiss Of Midnight

Capítulo 47


Pov’s Ally

Eu estava fraca, com frio e minha cabeça parecia querer explodir a qualquer momento, mas ainda assim não foi difícil de encontrar o banco de novo, era bem visível quando se estava pegando fogo no meio do nada afastado da cidade.

Ao mesmo tempo em que eu ansiava por poder voltar a ver Austin tinha medo do que poderia encontrar. Não tinha como eu descobrir se ele ainda estava vivo.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Continuei caminhando ainda que mais lenta do que nunca até chegar ao banco. A entrada principal já não era mais acessível, o fogo havia tomado conta dela e quase todas as janelas também estava indisponíveis me restando apenas ter que entrar pelas escadas do fundo.

Ela era de ferro retorcido e parecia nunca ter sido usada. Tenho a leve impressão de que com um corte feio ela pode causar a minha morte, porém não são muitas as opções então apenas me apoiei nela e então comecei a subir. O pedaço de ferro dava para uma janela um pouco escondida em meio às outras e eu não fazia idéia de onde ia parar. Quando a abri notei que o lugar estava cheio de fumaça e sem pensar duas vezes pulei ali dentro.

Fiz o máximo possível para não tossir alto, eu não sabia o que me esperava ali, mas tudo estava calmo demais, silencioso demais. Levantei-me forçando meus olhos a enxergarem algo além de fumaça o que estava sendo quase impossível.

Me escorei na primeira coisa que vi e o que parecia ser uma cadeira.Voltei a caminhar tentando encontrar a saído daquilo que poderia ser minha morte a qualquer momento.Meu único sentido apurado naquele momento era o tato pois minha visão não serviria muito e o olfato não funcionaria com todo aquele cheiro de química.

Fio difícil, porém depois de cerca de uns três minutos consegui sair daquela sala. E aos poucos ao meu redor voltava ao normal ou o mais próximo disso.

Eu estava em um dos diversos corredores do banco, a neblina aqui ainda era muita, no entanto eu conseguia enxergar melhor e mesmo que meu coração acelerado fosse tudo o que eu conseguisse ouvir ainda assim o som de passos invadiu a minha mente, eles vinham de trás de mim, mas não pareciam estar diretamente atrás de mim.

Sem pensar duas vezes comecei a correr na direção oposta, me infiltrando em um labirinto de corredores rendidos pelo fogo. Eram diversas portas, algumas escancaradas, entreabertas ou trancadas.

Eu não conseguia pensar em nada que não fosse correr, mas eu ainda não havia me recuperado das torturas de Lucy o que dificultou muito quando não consegui desviar de algo caído no chão, ou melhor, alguém caído no chão.

Eu cai em cima de um corpo gélido e que parecia ter sido assassinado ali mesmo. Quando percebi seus cabelos loiros despendendo dos seus olhos vidrados no corredor quase perdi o ar que me restava nos pulmões. Sua mão direita estava estirada na direção pela qual eu iria continuar a correr. Eu não conseguia nem ao menos me mover diante daquela cena.Piper não merecia isso,ela mau me conhecia.Não éramos amigas e nem mesmo colegas.Ela morreu por minha causa,morreu sem lutar por si mesma e eu só queria me despedir dela,poder dizer o quão idiota ela foi por arriscar sua vida pela minha,mas não tinha volta,nunca tem.Ela estava morta com o que parecia ser tiros no coração.

Eu ia fechar seus olhos por uma última vez, entretanto o som de passos mais uma vez voltou a martelar em minha cabeça e ainda mais forte o que só me deu tempo para levantar dali e sair correndo na mesma direção que os olhos de Piper estavam fixos.

Era outro corredor com três portas abertas, poderia ser meu fim, mas não havia tempo para interrogar minha mente. Eu só precisava me esconder por algum tempo então entrei na primeira que vi. Era um banheiro. Não li a plaquinha para saber se feminino ou masculino o que na verdade não faz muita diferença no momento. Liguei o interruptor e comecei a olhar em volta enquanto caminhava a passos lentos até estar de frente à primeira cabine. Arrombei a porta com o movimento mais preciso possível revelando absolutamente nada. Repeti isso com todas as outras cabines e elas também estavam vazias ou deveriam parecer estar.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Por fim me olhei no espelho, minha aparência não estava tão horrenda como eu pensava. Apenas um corte feio um pouco acima do peito, sangue escorrendo pela sobrancelha direita, mais sangue por todo o lábio, respiração acelerada e um sorriso sínico no rosto.

Pendi a cabeça para o lado direito e esquerdo estralando o pescoço.

Esse truque poderia até me enganar se eu ainda confiasse em qualquer coisa na minha frente.

Tirei o revolver da minha bota e atirei no vidro não me importando que ele me cortasse em mil pedaços, pulei na pia e trouxe Agnes para esse lado do banheiro. A vadia provavelmente estava no banheiro do lado com o espelho de lá quebrado e tendo vista para esse.

—Pode não acreditar, mas nunca senti tanto orgulho de você como estou sentindo hoje. -Disse dando um chute no meu estomago o que me fez cair na parede agora infestada de cacos de vidro.

—Argh. -A dor era insuportável.

—Você se saiu muito bem com Lucy hoje. -Deu uma rápida olhada em si mesma no espelho agora quebrado e ainda teve a coragem de ajeitar o cabelo.

Eu mal conseguia me mexer ou até mesmo respirar. Cada movimento era como se outra lâmina perfurasse meu corpo então como eu conseguiria matar Agnes desse jeito?Ela estava em vantagem e sabia muito bem como usar isso ao seu favor.

—Porque não me mata de uma vez?-Perguntei tentando me livrar de todo aquele vidro da minha perna e das minhas costas.

—Pra ser sincera não sei Ally. -Lançou um sorriso para mim e voltou a caminhar pelo banheiro. Parecia não estar nenhum pouco incomodada com os cacos de vidro que perfuravam a sua pele.

—Se eu quisesse poderia te matar agora mesmo, não é?Fazer você engolir os pedaços do espelho até a morte, asfixia, cortar o seu corpo ao meu ou o mais tradicional de todos. -Ouvi o som de o meu revolver ser engatilhado bem atrás da minha nuca.

—Sabe o que seria ainda mais perfeito?Se sua morte fosse causada por uma bala de prata. -Sussurrou em meu ouvido.

Mesmo estando atrás de mim ela jogou seus braços para frente me forçando a ver ela colocar uma bala de prata no revolver e voltar a engatilhá-lo na minha nuca.

O som de passos voltou a se aproximar e agora pareciam estar correndo em direção ao nosso banheiro.

A porta então se abriu mais uma vez e eu fechei os olhos no mesmo instante. O cano da arma começou a pressionar ainda mais forte a minha nuca o que só me fez temer ainda mais pela minha própria vida.

Esperei o disparo que como esperado logo veio, mas não em mim. Abri um dos olhos ainda atordoada pelo barulho tão ensurdecedor do tiro e mais sangue havia sido derramado por minha causa.

Dallas estava morto.