Beijo Escarlate

Suspeita


Depois da nossa primeira noite juntos, dormimos até tarde e ninguém nos importunou em levar café da manhã. Nos deixaram mesmo a sós. Eu dormia como nunca dormi antes: ótima! Enquanto eu ainda estava adormecida, coberta com a manta vermelha de nossa cama, Shu me olhava ainda deitado ao meu lado. Eu estava serena e ele tirava uma fina mecha do meu cabelo da frente do meu rosto. Me mexi, suspirando e abri os olhos lentamente, o fitando.

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– Hum? – O olhei confusa e sorri – Ohayou.

– Ohayou. – Ele sorriu – Dormiu bem?

– Hum. – Assenti, levemente envergonhada – E você?

– Maravilhosamente bem. – Ele riu.

Pus a mão no rosto para ele não me ver rindo, mesmo que isso não adiantasse nada. Ele se aproximou mais e me abraçou, suspirando. Me aconcheguei em seus braços.

– O que aconteceria se eu engravidasse? – Perguntei, pensando no assunto.

– Nada. – Ele disse com facilidade – Por isso você vai se transformar.

– Mas o que aconteceria? – Perguntei, queria mesmo saber.

– Tentando pensar de maneira lógica... – Ele pensava – O bebê, sendo metade vampiro, sugaria você por querer sangue.

– Uhm... – Gaguejei – Ok... Mas...

– Não vai acontecer. – Ele sorriu.

Abaixei o olhar, ele me abraçou um pouco mais forte e começou a beijar minha testa, rosto e pescoço. Eu deixei escapar risadas leves, mordendo o lábio inferior e ele me beijou, pondo o braço ao redor da minha cintura. Às vezes eu repassava na minha cabeça desde o dia que nos conhecemos. Eu nunca pensei que ficaríamos tão íntimos, mas eu estava realmente feliz por isso estar acontecendo.

Fizemos amor naquela manhã.

...

Como agora eu era a princesa Kazuhiro de fato, Fumiko não era mais minha empregada, mas agora minha dama de companhia. E sendo assim, ela não usava mais aquelas roupas de empregada, mas vestidos normais como os meus. Naquela tarde, eu usava um vestido rosa da cor do cabelo da rainha e Fumiko um vestido azul-marinho com pequenos babados brancos no decote reto, mangas e na barra do vestido. Ela parecia bem feliz por ter sido “promovida”, digamos assim.

Estávamos no quarto de Seiko, sentadas em sua cama.

– Fala! – Ela insistia, rindo.

– Por que quer tanto saber? – Eu ria – Você já sabe como é!

– Eu sei, mas quero saber como foi pra você! – Ela sorriu, se encolhendo pela empolgação.

Eu ri, balançando a cabeça.

– Foi ótimo. – Desviei o olhar, sem jeito – Achei que seria mais fácil ele me morder. – Eu ri.

As duas riram.

– Deve ser incrível. – Fumiko disse suavemente.

Nós sorrimos para ela.

– E Nana? – Seiko perguntou – Ela também tem algum pretendente?

– Hum, não. – Fumiko disse – Ela quase nunca sai do castelo, então...

– Ah, entendo. Ela é bem reservada.

– É sim. – Fumiko sorriu – Mas ela é gentil, carinhosa. Se dedica a aqueles a quem ela é fiel.

– Isso eu devo admitir. – Seiko disse sem jeito, lembrando-se de quando Nana viu Keiji e ela deitados na cama.

– Onde ela está? – Perguntei.

– Não sei. – Fumiko disse – Muitos dos empregados foram postos a servirem os Akihiko e os Saburo, princesa.

Eu sorri por ela agora me chamar de princesa. Esperava agora que Nana estivesse com os Sakuro, com a herdeira deles. Mizuna era gentil e claramente educada, mas eu tinha medo de que Nana estivesse com um dos Akihiko. Tinha receio de eles fazerem algo contra ela por ela ser empregada da minha irmã. Não me esqueço de como Isitsey me olhou, dizendo que estava ansiosa pelo casamento. Eles não fizeram nada comigo, como me envergonhar ou outra coisa parecida, mas eles ainda ficariam por mais poucos dias e eu tinha medo do que eles poderiam fazer.

– Mas se ela é minha empregada, por que está servindo eles? – Seiko perguntou, preocupada.

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– Bem, – Fumiko dizia – Eu também os servia antes do casamento, porém eu estava com os Saburo e servindo especificamente à rainha deles. Fomos selecionadas para isso e não sei ao certo com quem Nana está. Mas depois do casamento eu passei a ser a dama de companhia da princesa, ou seja, eu não sou mais apenas a empregada dela. Sou agora sua confidente, amiga, acompanhante para tudo que precisar. Como Nana é sua empregada desde que chegou aqui, quando se casar com o príncipe Keiji, ela também será sua dama de companhia.

– Entendo. – Seiko disse – Hum, queria que ela estivesse aqui conosco.

Fumiko sorriu gentilmente.

– Hai.

Eu sorri.

...

Como me mudei para o quarto de Shu e agora aquele era nosso quarto, eu não via mais a paisagem para a vila já que lá não havia janelas. Então agora eu ia para aquele corredor onde havia a janela que dava para ver o vale atrás da montanha. Olhava aquela paisagem que parecia nunca deixar de me surpreender. A assisti por bastante tempo já que aos poucos eu comecei a ver o sol se pôr. A luz recuando do vale e bem aos poucos desaparecendo por trás das cordilheiras no horizonte. Era magnífico! Eu sorri, fechando as cortinas e me virei, vendo Shu escondido.

– Shu...! – Corri até ele, pegando em seus braços e o analisando – Daijoubu?!

Nostálgico aquela cena.

– Hai. – Ele disse gentilmente.

– Por que você fez isso de novo?! – Eu perguntava nervosa – Pode se machucar!

Ele deixou uma risada escapar.

– Eu gosto de te ver. – Ele disse, o que me fez ficar surpresa.

Deixei escapar um sorriso envergonhado. Ele pegou gentilmente em minha bochecha e me fez olhá-lo. O olhei um pouco corada e Shu me beijou gentilmente. Cessou e me olhou.

– Vamos. – Sorriu.

– Hã?

– Quero que veja sua irmã.

– Eu a vi no jantar. – Deixei escapar uma leve risada.

– Sua outra irmã. – Ele sorriu.

Aos poucos abri um sorriso e peguei na mão dele. Passamos e viramos por vários corredores até chegar em um quadro grande, quase da minha altura.

– Esse é diferente. – Sorri.

– Tem várias saídas pelo castelo. – Ele deixou escapar uma risada, já havia me explicado isso antes.

Shu destravou a espécie de alavanca atrás do quadro e o abriu o como uma porta, me oferecendo sua mão. Eu a peguei e ele me conduziu para dentro daquele túnel, entrando em seguida e fechando a “porta-quadro”. Pegou minha mão e começamos a andar pelo túnel. Ele não era tão pequeno quanto o último. O túnel se abriu como da última vez e entramos em um pequeno cômodo. Shu pegou uma das tochas que havia ali e entramos em outro túnel. Paramos em um hall grande.

– As saídas são sempre iguais? – Perguntei – Vão sempre para os mesmo lugares?

– Hai. – Ele disse, pondo o braço ao meu redor e entrando na saída que dava próxima a vila – A primeira é sempre para a floresta, mas a floresta atrás da montanha.

– Montanha? Lá não é um vale?

– Sim, mas antes dele há uma floresta de pinheiros. – Ele explicava – Ela não é tão grande, por isso que quando você olha pela janela não consegue vê-la. A segunda saída sempre é para o esconderijo subterrâneo, um grande quadrado embaixo do castelo. Em todas as casas do reino há passagens secretas para esconderijos subterrâneos, já que não há espaço para todos no que tem debaixo do castelo.

– Hum. – Assenti.

– A terceira saída sai perto do rio. Essa é para que, em todo caso, as pessoas fujam se não houver salvação no reino. A última, a que estamos agora, o segundo rei fez para que houvesse facilidade em ir para a vila.

– Como assim?

Ele suspirou.

– Se eles saíssem pela entrada da frente, seria como estivessem avisando às pessoas da vila que estavam chegando. Mas... Se eles saíssem sorrateiramente, não seriam avisados que seu sangue seria sugado.

Arregalei os olhos.

– Ah...

Bem antes de chegarmos à saída, ele pôs a tocha na parede. Quando saíamos, entramos na floresta e fomos em direção à vila. Eu sorria sem parar, não via Tane há tanto tempo! Shu me pegou no colo ao chegarmos à minha casa, como da última vez, e saltou em direção à varanda do meu quarto. Entramos e eu sorri mais. O olhei e o vi se sentando na minha antiga cama.

– Vem. – Disse sorridente.

– Prefiro ficar aqui. – Ele disse sem jeito.

– Por quê...? Hum? – Me interrompi – O sangue?

– Hai. Gomen. – Ele abaixou o olhar.

Eu sorri levemente e me aproximei, ajoelhando a sua frente.

– Arigatou. – Sorri para ele e o beijei.

Quando cessei o beijo, ele pegou minha nuca e me beijou de novo. Quando cessamos, deixei uma risada escapar e me levantei, indo em direção à porta. A fechei, sorrindo para Shu. Desci as escadas animada e os procurei pela casa. Achei meus pais na sala, estavam conversando. Eles abriram um sorriso quando me viram e correram para me abraçar. Perguntaram se Shu me trouxera de novo e eu confirmei. Contei a eles como foi o casamento e como tudo estava sendo maravilhoso. Eles ficaram felizes e eu perguntei onde Tane estava. Depois que eles me disseram, fui para o quarto dela.

Abri a porta.

– Boa noite. – Cantarolei.

Ela me viu da cama e abriu um largo sorriso, levantando e correndo minha direção para me abraçar. Rimos juntas e logo nos sentamos na cama. Tane me perguntou como eu estava e como Seiko estava. Contei a ela sobre o casamento, a noite de núpcias e como eu estava feliz.

– E como é?

– Hum, como mamãe dizia. – Eu disse – Dói no começo, mas é bom depois. – Sorri.

Ela sorriu.

– Agora você pode conhecer alguém, se casar! – Eu lembrei a ela – Não precisa mais ficar trancada em casa.

– Eu sei. – Ela disse sem jeito – Mas vou sentir falta de você no dia do casamento.

– Hum, verdade. – Acalmei o olhar.

Os costumes da vila eram claramente diferentes. O casamento era feito durante o dia e a festa era à tarde. Não havia como irmos para lá.

– E Seiko?

– Ela está ótima! – Eu ri.

– Que foi?

– Ela... Hum... – Deixei uma risada escapar – Bem...

– O que houve? – Ela franziu a testa, desconfiada – O que ela fez?

– Seiko... Já dormiu com Keiji.

– Que?! – Ela exclamou – Por quê?! Como?!

– No quarto dela, acho que eles não se aguentaram. – Ri.

– Idiota... – Ela disse pondo a mão na frente do rosto – Não esperava isso dela.

Eu sorri.

– Keiji gosta dela, ele vai ser bom pra ela. Realmente não esperava isso, mas estou vendo um lado que não pensei que existia nele.

– Pelo menos isso. – Ela fez cara de tédio.

Eu ri.

– Quem são aqueles que chegaram? – Ela perguntou.

– Uh?

– Uns vampiros de cabelo rosa e uns ruivos. – Ela disse.

– Ah, são os Saburo e os Akihiko. As outras grandes famílias. Elas vieram para participar do casamento e da transformação. Não sabia que tinha visto.

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– Eles chegaram em carruagens luxuosas, não havia como não ver. – Ela riu – E... Depois que você virar aquilo, você vai vir nos visitar de novo?

– Não sei. – Disse com pesar – Espero me controlar cedo, quero ver vocês de novo. – Tentei sorrir.

– Você sabe se mais alguém vem à transformação?

– Não, por quê? – Disse em dúvida.

– Porque uma noite dessas, eu vi dois guardas abrindo a grande entrada para a montanha e um dos ruivos saiu e se encontrou com uma pessoa.

– Pessoa?

– É. – Ela disse – Um vampiro também. Ele era bem pálido e tinha o cabelo loiro, não faço ideia de quem seja, mas usava armadura vermelha.

– Que estranho. – Pensei.

– Megu, eu estou com medo. Essas outras duas grandes famílias se dão bem com o Kazuhiro-sama?

– Os Saburo sim, eles são pacíficos e não matam pessoas. Mas...

– “Mas”? – Ela perguntou nervosa.

– Os Akihiko se acham no direito de ser a família principal.

– Os Kazuhiro são a principal?

– Hai.

– Megu, avise a Shu-sama sobre isso. – Ela pediu – Estou preocupada. Aquilo foi muito estranho.

– Hai. – Disse.

Eu sabia como ela se sentia já que eu me sentia assim todos os dias com eles no castelo. Conversamos mais para tentar fazer a saudade desaparecer e nos despedimos em seguida. Eu torcia para que quando me tornasse uma vampira, me controlasse logo para poder visitar mais meus pais e Tane. Logo depois eu fui embora com Shu. Ele nos levou para a floresta de novo e voltamos para dentro do Castelo, saindo pelo mesmo quadro. Eu sorri feliz e o abracei. Fomos para o nosso quarto. Shu fechou a porta e eu troquei de roupa, vestindo minha camisola. Fiquei embaraçada em trocar de roupa no mesmo cômodo que ele, principalmente por eu o pegar me olhando, mas enfim, éramos casados agora. Deitei na cama e fiquei pensando no que Tane me disse.

– Shu.

– Hum? – Ele tirou a blusa e deitou ao meu lado, deitando a cabeça em meu peito e me abraçando com o braço – Nani? – Suspirou.

Deixei um sorriso escapar e comecei a acariciar o cabelo dele, que nunca deixava de ser macio. Shu era tão carinhoso.

– Tane me disse que viu um ruivo sair do castelo para falar com alguém de armadura vermelha.

Ele arregalou os olhos e levantou a cabeça, me fitando.

– Quando?

– Acho que há alguns dias, não tenho certeza. – Disse sem entender – Você acha que eles estão planejando algo?

– O homem de armadura vermelha é um dos guardas do Akihiko, eles usam a cor do sangue para se identificar. – Shu disse – Eles são ardilosos.

– Mizuna também disse isso.

– Saburo-hime?

– Hai. Eu contei a ela que a rainha Akihiko falou comigo e ela disse para eu não confiar neles, que eles são ardilosos e que já teriam me matado se pudessem.

– Sábia. – Ele disse – O que Isitsey disse a você? – Ele franziu a testa.

– Que seria um casamento emocionante e que mal podia esperar. – Disse sem entender – Mas o casamento já passou.

– Eu sei. – Ele pensava – É isso que me intriga.

– Como assim?

– Não sei ao certo, mas vou falar com meu pai amanhã cedo. Não há ruivos no reino, deve ter sido um Akihiko mesmo que sua irmã viu. Se eu não estiver aqui quando você acordar amanhã, já saberá que estarei na sala do meu pai.

– Hai.

Eu engoli a seco. Se Shu não fazia ideia do que eles provavelmente planejavam, aquilo deveria ser algo realmente importante. E o que me deixou com medo. Os Akihiko eram ardilosos, o que planejavam? Por que um deles estava do lado de fora conversando com um de seus guardas? Aquilo era realmente estranho.

– Shu.

– Hai?

Eu voltei a acariciar seu cabelo, ele deitara de novo em meu peito.

– Estou com medo.

– Não se preocupa, Megu. – Ele disse gentilmente, tentando me acalmar – Vai dar tudo certo. Daqui a dois dias eles vão embora e só voltam no casamento de Keiji e Seiko.

– Hum. – Suspirei – E mais duas semanas com eles aqui.

Ele riu. Eu suspirei de novo e Shu se endireitou na cama, me beijando. Me fez ficar de lado e apertou levemente minha cintura. Deixei escapar uma risada e o beijei mais. Ele subiu minha camisola e logo a tirou. Fizemos amor de novo naquela noite antes de adormecermos.

...

Na manhã seguinte, como Shu disse, acordei e não o vi na cama ao meu lado. Ele deveria estar na sala do rei conversando sobre aquele assunto da noite anterior. Fumiko não estava me acompanhando naquele dia, era o dia em que ela recebia a visita de seu pretendente, Norio. Eles normalmente, como ela já me contara, ficavam no povoado passeando. Eu havia ido ao quarto de Seiko, mas Keiji estava com ela, então decidi não incomodar. Eu andava cantarolando suavemente pelos corredores até que ouvi alguém chorando. Parei de repente e prestei atenção. Engoli a seco e fui em direção ao choro. Passando por uma porta e entrando no que vi ser um banheiro, vi Nana sentada no chão e abraçando os joelhos, chorando.

– Nana! – Exclamei nervosa.

Corri até ela e ajoelhei a sua frente. Ela me olhou com o rosto molhado e na hora vi marcas em seu pescoço.

– O que houve? – Disse com os olhos arregalados.

– Arata-sama... – Ela chorava.

– Quem?

– O herdeiro dos Akihiko.

– Uhm... – Gaguejei – Ele fez isso com você?!

Ela balançou a cabeça, confirmando. Eu a olhava pasma. Ela fungou algumas vezes e limpou as lágrimas, começando a me contar o que houve.

Nana andava pelo corredor, Arata-sama a chamara para lhe servir. Porém antes de Nana chegar ao quarto dele para perguntar o que ele desejava, o viu andando pelo corredor em sua direção.

– Akihiko-sama? Eu já estava indo. – Ela disse com o olhar baixo.

– Hum, eu sei. – Ele deu um sorriso malicioso – Não aguentei esperar.

Ela não entendeu e ele pegou em seu braço.

– Etto...!

Arata-sama a levou para seu quarto e fechou a porta.

– Akihiko-sama... Nani...?! – Nana exclamava sem entender.

Ele se aproximou dela e soltou seu cabelo, que estava amarrado no alto. Tirou sua tiara branca e a deixou cair no chão. Ela o olhava sem entender, olhava aqueles olhos vermelhos.

– O-Onegai...

– Você é bem bonita. – Ele sorriu, mostrando os caninos.

– Uhm...

Arata a pegou pelos ombros e empurrou para sua cama, fazendo-a se deitar a força. Ela exclamou e ele subiu na cama, ficando em cima dela e mordendo seu lábio inferior. Nana tentava sair dali, mas não conseguia. Ele segurou seus pulsos contra a cama e aproximou o rosto, mordendo o pescoço dela. Ela se pôs a chorar enquanto ele bebia seu sangue e tentava se soltar dele, se debatendo. Mas ele a segura e agora apertava sua coxa por debaixo do vestido. Quando ele terminou, ela se sentou chorando em silêncio e saiu correndo do quarto enquanto ele limpava os lábios. Ela estava com o cabelo bagunçando e um lado de seu avental caído no ombro. Foi em direção ao banheiro e sentou no chão, abraçando os joelhos e chorando mais. Foi quando eu a encontrei.

– Ele mordeu você?! – Disse indignada.

Ela balançou a cabeça, confirmando.

– Nana, conte ao rei! – Exclamei.

– Não posso, ele que me mandou servi-lo. – Ela disse chorosa, tentando ajeitar o cabelo.

– Mas não assim! – Exclamei – Ele não pode fazer isso com você!

Ela abaixou o olhar, Nana não contaria isso a ninguém. Eu não ficaria surpresa se da próxima vez ele fizesse algo pior e ela também não contasse! Eu fiquei com tanta raiva! A acalmei e a ajeitei para que ninguém suspeitasse de nada, como ela me pedira. Nana não queria complicação com ninguém, principalmente se tratando de um Akihiko. Eu a deixei no corredor e ela parecia melhor. Andei para o lado oposto, estava disposta a contar isso a Shu e ao rei. Aquele cara não podia fazer isso! Ele não podia se aproveitar de Nana desse jeito, como bem entendesse!

Andei pelo corredor, eu ia para a sala do rei, mas vi Arata vindo no mesmo corredor. Ele me viu e parou a minha frente.

– Hime-sama. – Ele disse educadamente.

Quando ele se endireitou, eu bati violentamente em seu rosto. Ele franziu o cenho ao mesmo tempo surpreso.

– Como você ousa! – Gritei.

Ele arregalou os olhos. Não acredito que fiz isso, mas o fiz.