Contos de Ninguém

A Única Estrela


A garota fitava o céu com as mãos apoiadas no queixo. Ela gostava bastante de observar aquela imensidão azul – ou dependendo da hora, negra, como estava naquele momento – mas à noite, frequentemente sentia-se frustrada.

Não era comum ver a lua, mesmo quando estava cheia. As estrelas então? Tinha certeza de que nunca veria um céu pontilhado por aquelas luzes, tirando as da cidade. Eram bonitas, é verdade, mas não era a mesma coisa.

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Ela deslocou um pouco o olhar, olhando diretamente para o único pontinho brilhante que havia, cujo local já decorara há tempos. Aquela era a única estrela do seu céu noturno. Algumas vezes até duvidava se não era apenas mais uma luz da cidade, e em outras temia que pudesse se apagar, tão fracamente brilhava.

Mas apesar de tudo, ela nunca a trocaria por outra. Pois para ela, representava a si mesma. Diante do desanimador mundo, ela era uma das poucas que preservava a esperança no coração. A única que se permitia brilhar, fraca e solitariamente naquele céu escuro.