Uma semana para o fim do mundo

Um descanso sempre é bom


O céu está escuro, as nuvens carregadas e parece que a chuva vai ser forte. Eu estou correndo pelas ruas de Konoha, há varias pessoas possuídas atrás de mim e não estou conseguindo usar a energia direito. Nagato me ligou faz uns 5 minutos me dizendo pra ir em direção à prefeitura que Orochimaru estava lá. Enquanto eu corria, me deparei com uma cena, duas meninas caídas no chão, enquanto outra tentava ajuda-las. As que estavam no chão, era uma de cabelos rosas e outra de cabelos azuis e a que tentava ajudar era loira. Meu coração se apertou, eu sei quem são aquelas meninas. As duas que estão no chão não se mexem mais. A loira se debate nos braços de um dos possuídos, todas muito machucadas, com grandes e profundas feridas, muito sangue escorrendo de todas elas. Eu corro o máximo que posso na direção delas.

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–Temari!!! _ Berrei enquanto corria.

Os mortos carregavam armas, pedaços de madeira, ferro e tudo que fosse capaz de machucar alguém. Me aproximei de Temari e impulsionei um pouco de energia da cabeça dos possuídos que a cercavam, depois corri direto pra Sakura e Hinata.

–H-hinata, fala comigo! Por favor! _ Falei a sacudindo. Observei Sakura por um instante, ela estava com um grande corte no pescoço. Voltei a olhar para Hinata, tirei o cabelo da face dela, minhas mão tremiam só de imaginar que...

–Naruto... ela não respira mais. _ Temari se abaixou próximo a mim, a loira estava muito machucada, mas com certeza estava melhor do que a Hinata e a Sakura. Fechei os olhos e abracei a menina pálida.

Não pode ser verdade, eu corri pra ajudá-la, Hinata não pode ter morrido, não assim! Beijei a testa dela, meu coração dói.

–Por que Hina? Por que me deixou? _ Eu falei baixou, dos meus olhos já escorrem lágrimas e mais lágrimas. Levantei a cabeça e olhei pro céu, estava começando a chover, o vento estava forte e bagunçava os cabelos de todos ali. _ Por quê?!?!?!?!

–---------//----------

Sábado

Acordei assustado, meu coração a mil, meus olhos e meu rosto estão molhados, eu estava chorando e suando. Olhei em volta e reconheci as paredes brancas e a arrumação do cômodo, eu estava no meu quarto. O sol passava pelas frestas da janela e batiam no meu rosto. Me sentei na cama e notei que ainda usava a calça da escola, minha cabeça dói um pouco por conta do pesadelo, me sinto incrivelmente triste e solitário. Olhei o relógio e ainda são 8 da manhã, eu dormi mais ou menos 2 horas, mas não estou com sono.

–Hinata... _ Sussurrei o nome dela, não sabia que eu já gostava tanto dela, foi horrível tê-la visto morta. Senti mais uma pontada no peito, sei que não posso deixar que nada aconteça a ela, agora tenho certeza!

Me levantei e abri a janela, não tinha uma brisa, um vento, nada. Lá fora só havia um céu incrivelmente azul. Respirei aliviado, para mim, isso parecia um sinal de que o apocalipse mortífero não está tão perto assim. Talvez eu esteja enganado, mas me sinto mais tranquilo... Como se um céu cinzento fosse sinal de fim de mundo. Sei que não é, mas depois daquele pesadelo, um céu azul é muito bom de se ver.

Segui pro banheiro e tranquei a porta, retirei minhas roupas e entrei no box, abri o registro do chuveiro e deixei que a água quente molhasse meu corpo e meus cabelos e que a água levasse embora minha angustia e minha preocupação. Fiquei pensando em Hinata e em como ela se tornou alguém especial pra mim. Foi tudo muito rápido, eu a conheci tem três semanas, e a beijei na quinta, hoje é sábado. Eu não entendo o que está acontecendo comigo, só sei que estou com uma vontade louca de vê-la.

Sai do banho enrolado na toalha e fui para o meu quarto, olhando o relógio de parede pude notar que fiquei uma hora no banho. Vesti uma bermuda azul marinho e uma blusa laranja e desci para tomar café da manhã. Ero-vovô estava sentado à mesa tomando café da manhã sozinho, eu me sentei a lado dele e nem dei bom dia. Peguei o Sucrilhos e um prato. Adoro Sucrilhos.

–Bom dia pra você também, Naruto. _ Ele disse e eu só o olhei, pensei em perguntar por que ele nunca me contou sobre ser meu avô de verdade, mas deixei pra lá, ele nunca escondeu mesmo. _ Você parece não ter dormindo bem, foi dormir que horas? _ Fiz o número cinco com os dedos e voltei a comer. Não foi 5 da manhã, foi um pouco mais tarde, quase 6. Mas deixei pra lá. _ E já está acordado? Caiu da cama?

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–Tive um pesadelo. _ Falei e o olhei novamente, ele comia pão com requeijão e segurava sua xícara de café. _ E não estou com vontade de voltar pra cama.

O Ero-vovô assentiu. O resto do café da manhã foi silencioso, ele nem tentou tocar no assunto “Nagato”. Terminei de comer e subi pra escovar os dentes, depois irei ligar pra Hina. Espero que ela já esteja acordada e que Neji não encrenque de ela sair comigo. Fiz o que tinha que fazer e não muito tempo depois, aqui estou eu com o celular em mãos, disquei o numero dela e esperei que a Hyuuga atendesse.

–M-moshi Moshi. _ Ouvi a voz do outro lado da linha.

–Yo Hina! Aqui é o Naruto. _ Falei ao confirmar que ela não estava com voz de quem acabara de acordar. Mas preferi confirmar. _ Não te acordei, né?

–N-não! Eu acordo cedo sempre. _ Ela me respondeu rapidamente.

–Hum, que bom. Vamos sair hoje? Eu tava pensando de irmos ao lago, mas para nadar mesmo! _ Falei, ela ficou em silêncio, imaginei que ela estivesse com vergonha, a Hina é muito tímida pra aparecer de biquíni na minha frente, eu acho. _ Se quiser, podemos chamar a Temari ou alguém que você queira pra acompanhar a gente.

–N-não precisa. _ Ela falou tímida. Como é fofa a minha Hina. Droga, olha eu já viajando a chamando de minha.

–Ok, te vejo em uma hora na praça? _ Falei animado, vê-la é o que preciso agora.

–C-claro...

–Beijos, até mais. _ Eu disse desligando. Acho que vou aproveitar pra tirar uma soneca e vou acordar 10 minutos antes do horário de encontra-la, depois eu saio correndo pra lá.

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Acordei 15 minutos antes do horário combinado e fui direto no banheiro lavar o rosto e escovar os dentes, depois sai de casa quase correndo pra encontrar a Hina. Eu acho que estou meio nervoso, não sei por quê. Ultimamente eu estou assim... Me sentindo estranho perto dela, mas não é estranho de uma coisa ruim, é estranho de bom, como se eu finalmente estivesse encontrando o meu lugar, me encaixando nesse mundo que sempre me senti tão fora de tudo.

Estar com a Hinata me faz sentir melhor, mais vivo e mais alegre. Não sei se é por que é a primeira garota que me da bola ou se é por que eu realmente gosto dela de verdade. Espero achar logo a resposta.

Quando eu estava quase chegando na praça, pude ver ao longe a Hyuuga encostada numa árvore e um cara quase em cima dela. Mas o que é que está acontecendo? Meu sangue ferveu e senti que minha cabeça iria explodir, fechei os punhos e andei revoltado pra perto deles, quero saber o que está acontecendo. A única coisa que consegui notar, é que aquele cara não é Neji, nem de longe.

–N-não... _ Ouvi a Hina falando sem graça enquanto uma de suas mãos pousava sobre o peito do cara o mantendo afastado.

–Oi Hinata, to atrapalhando? _ Falei cruzando os braços, o cara se afastou dela e Hinata passou a levar seus indicadores de encontro um ao outro e a olhá-los também.

–Na-naruto-kun... Q-que bom que chegou... _ Ela disse sem me direcionar o olhar.

–E seu amigo, quem é? _ Perguntei incomodado com os olhares do cara.

–E-ele não é meu amigo.

–Que isso Hina! _ Ele falou e eu quis socá-lo. Que intimidade é essa pra chamá-la de Hina? _ Sou Rock Lee. Amigo do Neji e da Hina-chan. _ Ele parecia feliz. Eu não to feliz. Ignorei-o.

–Demorei muito? _ Perguntei me virando para ela.

–N-não... V-vamos? _ Ela perguntou segurando no meu braço e praticamente me empurrando para longe.

Me despedi por educação daquele cara esquisito com olhos grandes e cabelo de tigela. Fomos andando em direção ao lago, eu andei em silêncio e às vezes a olhava. É impressão minha ou eu fiquei com ciúmes? Não, isso não é ciúmes. É só... Tá, não sei o que foi isso, mas não foi ciúmes. Que isso. To com ela há o que? Uns dois dias... Mas tem uma coisa me incomodando... quando eu cheguei, a ouvi dizendo “não”. Não, o que?

–O que aquele cara queria? _ Perguntei quando chegamos na parte de trilha pra chegar ao lago.

–A-ah, nada de mais. _ Ela disse, mas não me convenceu. Ele queria algo de mais sim!

–Tem certeza? Por que ele me parecia interessado em você. _ Eu disse e a olhei pelo canto dos olhos.

Eu quero explicações oras... Tecnicamente ela está comigo certo? Estamos saindo juntos, não é? Então eu tenho total direito de saber por que aquele cara estava praticamente agarrando a minha Hinata! To errado? Pera, que isso? Minha? Acho que to meio nervoso com isso, melhor me acalmar. Respirei fundo. Ela ficou em silêncio, mas ora ou outra parecia abrir a boca para falar, mas depois a fechava.

–Hina, eu quero saber... se ele estava dando em cima de você... É isso? _ Perguntei enquanto olhava para o chão.

–E-ele veio me perguntar sobre Neji-nii-san, por que já tem um bom tempo que eles não se veem. _ Ela me respondeu tímida.

–Mas porque ele estava tão próximo de você? E por que você estava dizendo “não” quando eu cheguei? _ Posso estar sendo chato, mas sei lá. Quero saber! Essa história está muito mal contada.

–O-o Lee-kun estava m-me chamando para tomar um sorvete e eu disse que... que já havia marcado com um amigo. _ Amigo? Fechei a cara. _ Mas... ele c-continuou insistindo e eu continuei recusando.

Não respondi, mantive meus olhos no chão, no caminho de terra cheio de raízes de árvores, folhas secas e alguns buracos. Senti meu coração apertar quando disse que eu era um amigo. Mas que tipo de amigos se beijam? Aquilo continuava me irritando, e eu não aguentei.

–Quer dizer... que sou só seu amigo? _ Perguntei e a olhei. Não consigo desviar os olhos numa pergunta dessas. Ela me pareceu prender a respiração, e notei que ela desacelerou os passos, eles ficaram mais lentos e mais curtos.

–E-eu... eu não sei. O-o que nós somos, N-naruto-kun? _ Ela me devolveu a pergunta e eu preferia não ter nem a perguntado, eu podia ter dormido sem essa. Não sei o que responder, então eu não podia estar cobrando essa resposta a ela.

–Bom... eu não sei Hina, mas acho que não somos só amigos. Acho que somos mais que isso.

Ela corou e eu sorri com a reação dela, mas ainda não estou satisfeito. Ainda estou puto com aquele cara estranho com sobrancelhas de taturana. Aquele sobrancelhudo ainda me paga. Chegamos ao lago e andamos até a árvore mais próxima a ele, Hinata depositou a bolsa lá – só agora vi que ela estava com uma bolsa – e depois se sentou. Eu me sentei ao lado dela.

Ficamos um pouco em silêncio, nenhum dos dois sabia o que dizer. A observei pegando um protetor solar e começar a passar na pele. Como não sou bobo nem nada - tá, talvez um pouco -, me ofereci para passar nas costas dela, a Hinata corou, mas me deu o protetor para que passasse. A pele branca da Hina é macia, muito macia. Ela puxou o cabelo para o lado para que as costas ficassem livres para mim, assim o pescoço também ficou e eu morri de vontade de beijar o pescoço alvo que me parecia ser tão macio quando as costas e cheiroso também.

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A manhã e a tarde no lago foi divertida, logo eu já havia me “esquecido” do acontecido na praça e me deixei levar no momento, a gente brincou, riu, se beijou e eu aproveitei pra olhar melhor as curvas da Hina que... UAL. São deliciosas... quero dizer, lindas. E ela fica ainda mais deli... linda com esse biquíni azul. Percebi uma coisa na Hina, todo dia é a mesma coisa, ela chega tímida e com vergonha, depois de um tempo ela se sente mais a vontade e vai perdendo a vergonha.

Por exemplo, hoje ela parecia com vergonha até de rir, no fim ela já estava correndo e eu correndo atrás dela, os dois às gargalhadas. Sim, parecíamos duas crianças, mas acho que posso dizer que nunca me diverti tanto. Mostrei pra Hina uma árvore do outro lado do lago, que se subirmos num dos galhos dela, dá pra pular lá de cima direto no lago. Eu a ajudei a subir nele, pensei que ia ter medo, mas ela parece gostar de desafios. Quando foi meio-dia, nós nos arrumamos mais ou menos e fomos até a praça comprar algo para comermos. Resolvemos comer no Ichiraku – sugestão minha, claro – e depois voltamos para o lago, ficamos um tempo fora da água esperando a digestão – por insistência da Hina – e enquanto ficamos do lado de fora, ficamos deitados de baixo da árvore conversando.

Era um pouco mais de 4 horas quando Nagato me ligou irritado. Droga, me esqueci completamente dele. Tava tão divertido aqui... Fiz uma cara triste quando olhei o identificador de chamadas e Hinata me perguntou preocupada se era algo sério. Sussurrei que não era nada antes de atender.

–Cadê você, Naruto? O vovô disse que você saiu cedo e ainda não voltou. A gente tinha combinado...

–Eu sei. _ Eu o cortei. _ Desculpe... é que eu vim encontrar com a minha... _ Olhei pra ela, como eu devo chamá-la? _ Com a Hina e perdi noção de tempo. Mas já vou voltar. Em no máximo meia hora to ai.

–Você já devia estar aqui, baka. _ Ele desligou. Afastei o celular do rosto e o olhei. _ Tchau pra você também. _ Falei e o joguei no chão sobre a minha blusa e depois passei a mão pelos cabelos retirando o excesso de água.

–O que houve? _ Ela me perguntou ainda preocupada. Suspirei, não queria ir embora agora.

–Combinei com o Nagato as quatro, são quatro e quinze. _ Respondi desanimado a abraçando.

–Que pena, Naruto-kun. _ Ela disse me olhando diretamente e claramente triste.

–Que pena mesmo, não queria ir embora. _ Eu respondi me levantando e estendi a mão para ajudar a Hina.

Ela fez bico e eu aproveitei e o beijei, ela sorriu e começou a se arrumar. Não pude deixar de observa-la enquanto vestia o vestido branco novamente. Me ajeitei, peguei meu celular e minha carteira e enfiei no bolso da bermuda, calcei meus chinelos e peguei minha blusa a jogando sobre o ombro. Demos as mãos e fomos caminhando, me sinto tão mais feliz ao lado dela.

–Posso te levar até em casa, se quiser. _ Falei quando chegamos à praça.

–Não precisa, até porque já está atrasado para se encontrar com Nagato-san.

–Isso é verdade, mas Nagato pode esperar. _ Eu disse sorrindo a abraçando pela cintura, Hinata corou, mas não tentou se afastar de mim.

–Melhor não abusar da paciência dele, Naruto-kun. _ Ela disse com um sorriso brincando nos lindos lábios, assenti.

–Tudo bem então... Te vejo amanhã? Ou só segunda? _ Perguntei.

–M-melhor não brincar muito com a paciência de Neji-nii-san. Ele já reclamou bastante por hoje. _ Hinata mordeu o lábio inferior como se estivesse com medo da minha reação.

–Ah, ele sabe que você veio se encontrar comigo? _ Perguntei um pouco surpreso.

–S-sabe, ele disse que só me deixaria sair de casa se eu dissesse com quem iria encontrar, e eu não sei mentir... G-gomen, Naruto-kun.

–Que isso, tudo bem! _ Eu respondi e beijei a testa dela. Isso meio que me assusta, mas é melhor Neji já saber mesmo, né?

Nos despedimos com um beijo e depois eu praticamente corri pra casa, já tenho certeza que vou receber uma bronca do Nagato!

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Entrei em casa e lá estava Negato sentado no sofá de braços cruzados e de cara amarrada. Dei um sorriso sem graça pra ele e cocei a cabeça pedindo desculpas ele praticamente me socou com os olhos.

–Você não ta levando isso a sério, né Naruto?! _ Ele perguntou irritado andando em minha direção. _ Enquanto eu quero te ensinar um coisa séria pra salvarmos o mundo, você fica namorando. Só pode ser piada.

–E-ei, peraí cara! Eu to levando a sério. Mais sério do que jamais levei qualquer outra coisa. Fiquei acordado até quase 6 da manhã treinando, tá legal.

–Pelo menos isso. _ Ele disse e seguiu em direção ao segundo andar, provavelmente o destino é o meu quarto. Abusado, nem o convidei.

–Cadê o Ero-vovô? _ Perguntei seguindo ele.

–Saiu. Disse que ia fazer uma pesquisa ou que ia trabalhar... Algo do tipo. _ Ah claro, trabalhar... aham.

Quando chegamos lá em cima expliquei a ele que iria tomar um banho. Ele fez cara feia, reclamou, mas não tinha como me impedir. Depois do banho Nagato, Ryouma, Sawa e eu, ficamos treinando até quase 3 da manhã, depois eu caí exausto na cama.

Nagato me ensinou que se eu tiver uma ligação forte com algum espírito – no meu caso, a Sawa – e uma forte base de confiança com este espírito, ele pode meio que se “juntar” a mim e aumentar a força da minha energia, eu poderia derrubar todos os Maufis que estão dentro de um raio de 4 metros com um único golpe. Mas é muuuuuuito difícil sintonizar as energias para que a Sawa se junte a mim. Passamos praticamente o dia todo sintonizando e o máximo de tempo que a Sawa conseguiu ficar ligada a mim foi por 2 segundos, antes de ser jogada para longe.

Também teve uma coisa que ele me falou que me deixou preocupado. Na invasão dos Maufis – que eu gosto de chamar de Apocalipse Zumbi, mesmo não sendo de zumbi -, os Maufis vão possuir os corpos daqueles que estarão de alguma maneira ligados ao mal e pessoas que não estão “aptas” a serem possuídas por eles – porque são boas – serão atacadas pelas pessoas possuídas.

Automaticamente pensei na Hina e no perigo que ela corre. Ela é boa demais para ser possuída, mas já não posso pensar o mesmo de Neji, não tem nem como ela se trancar dentro de casa, pois Neji mora na casa. Isso vai ser um pouco mais sério do que eu pensava.

Nagato já foi a uns 15 minutos, eu to deitado e a Sawa está ao meu lado, sentada na beira da minha cama. Ela parece animada e não para de falar, será que ela não sabe que to cansado? Só dormi 2 horas na noite passada. As luzes estão apagadas, o ventilado ligado, eu estou devidamente arrumado para dormir e debaixo da minha coberta, mas a Sawa não cala a boca.

–Muito legal isso que o Nagato ensinou hoje, né? E eles dois formam uma bela dupla, viu como eles são tão bem sintonizados? Se unem rapidinho, e viu a força da energia deles? Tão azul. Acho que se a gente treinar bastante, a gente chega lá. Pena que temos pouco tempo e que estejamos aprendendo isso numa situação tão desagradável, mas até que estou animada com tudo isso e ainda...

–Nããão... Sério que você ta animada? _ Perguntei ironicamente e virei pro lado para olhar para ela. _ Eu quero dormir Sawa, amanhã você tagarela mais no meu ouvido, pode ser?

–Hunf. _ Ela cruzou os braços e fez uma careta. _ Até amanha Uzumaki Naruto. _ E sumiu. Assim, desse jeito, simplesmente foi ficando transparente até eu não conseguir mais vê-la. Agora, no silêncio, eu fiquei pensando na minha vida, no Ero-vovô, no meu primo, meus amigos e é claro, na Hina. Não demorou muito e peguei no sono, a parte boa é que não tenho hora para acordar.

//////////Mais Informações/////////

Estava se arrumando para ir à escola, odiava aquele lugar e todas as pessoas da cidade. Limpou uma lágrima que escorria de seu olho ainda inchado quando terminou de ajeitar a blusa do uniforme. Não queria ir à escola, no dia anterior, os meninos de sua sala o socaram no vestiário masculino e o trancaram no armário junto com os uniformes de treino, estavam todos sujos e suados. Ainda se recordava do cheiro horroroso dos uniformes, teve que ficar lá durante 2 horas, até o treinador aparecer com a turma da oitava série. Foi vergonhoso, todos os alunos o olhavam e riam de sua cara, sem nem tentar esconder.

–Esteja no carro em 5 minutos. _ Seu pai falou aparecendo na porta. Olhou para ele e escondeu uma lágrima, seu pai sempre entrava em brigas para defende-lo. Hoje iria levá-lo para a escola, só para tirar satisfações com o diretor sobre o olho roxo. Seu pai achava que o diretor tinha que fazer algo a respeito dos alunos envolvidos.

–Não quero ir, pai... _ Falou deixando que as lágrimas banhassem sua face marcada pelas mãos dos colegas de classe, ainda estava dolorido. _ Por que não posso ser normal como as outras crianças?? Por que todos me odeiam tanto??

Moishu abraçou o filho de apenas 8 anos e tentou segurar as lágrimas, sabia exatamente pelo que o filho estava passando. Havia passado por tudo isso durante toda a sua infância. Eram agredidos física e moralmente, por enxergarem um mundo que ninguém mais enxergava. Mas fazia questão de estar ao lado do filho todo o tempo. Ao contrário de seu pai, que parecia querer fingir que nada daquilo acontecia. Não entendia como ele pode ter casado com uma mulher que via os mortos, se ele não aceitava isso. Mas fora isso, seu pai sempre lhe deu muito carinho.

–Vai passar filho... Um dia passa. _ Falou não acreditando muito nas próprias palavras. Pois para se livrar das pessoas que pegavam no seu pé, teve que se mudar. Suspirou apertando o abraço, queria que seu filho não tivesse essa maldição.

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Estava sentado no meio do cafezal. Gostava de lá, era o único lugar em que não era tratado mal, até por que, não tinha ninguém lá. Sua cidade, a pequena cidade do Cafezal, por acaso, tinha muita plantação de café... E Nagato adorava passear pelas plantações, gostava do cheiro e do barulho da folhas balançando com o vento. Só ali se sentia em paz. Seus 8 anos de vida haviam sido uma bosta. As vezes desejava morrer. Imaginava se não seria melhor isso, do que ficar apanhando quase todo dia.

–Você que é o pequeno Uzumaki Nagato? _ Um homem que aparentava ter uns 22 anos se aproximou do ruivo e se abaixou próximo a ele. _ Me chamo Ryouma. _ Ele disse e sorriu.

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Nagato esperou pelos xingamentos e agressões... Mas nada aconteceu, ele ainda estava parado, sorrindo para o pequeno. Foi aí que o ruivo notou que aquele homem de cabelo azul que ia até a altura dos ombros, já havia morrido. E Nagato pensou se tratar de apenas mais um morto querendo alguma coisa dele.

–Não posso ajudar você. _ Falou e voltou a abaixar a cabeça. _ As pessoas aqui não gostam e não confiam em mim. Desista de seja lá o que for que você queria que eu faça por você.

–Não quero nada. _ Ryouma falou e chamou a atenção de Nagato para ele de novo. _ Só quero ser seu amigo. Posso?

–Por que? _ Perguntou desconfiado. Mesmo se tratando de alguém morto, as pessoas não costumam querer fazer amizade com ele.

–Ouvi muito falar de você. _ O homem de cabelos azuis falou sentando-se ao lado do jovem. _ E soube que não tem muitos amigos. Então eu queria me tornar seu amigo.

–Vocês quis dizer que não tenho nenhum amigo, certo? _ Nagato corrigiu e observou o outro lhe sorrindo.

Ficaram em silêncio olhando o movimento das folhas... A partir desse dia, Ryouma estava sempre com Nagato, tornaram-se grandes amigos e conversavam muito. Nagato sempre desabafava com Ryouma e ele sempre apoiava o Uzumaki. Moishu até aprovou a amizade do filho com Ryouma, achou o rapaz morto uma ótima companhia, e até notou que fazia muito bem para seu filho.

–-------------------//------------------------ 7 anos depois~

Hoje era o dia da sua formatura, estava concluindo a oitava série, e embora Ryouma e seus pais insistissem muito, não queria ir para a formatura. Estaria fazendo um favor a todos os formandos e a ele mesmo. Ao invés disso, preferiu ter uma conversa séria com seus pais, já havia conversado muito sobre isso com Ryouma, e o outro apoiou sua ideia. Agora estavam todos na sala, sentados no sofá. Os mais velhos encaravam Nagato a espera do que ele tinha a dizer.

–Pai, mãe... Eu queria pedir a vocês.... Na verdade eu queria perguntar se... a gente não... poderia se mudar... pra outra cidade... _ Falou receoso da reação deles. Não é só se mudar e ponto, seus pais teriam que arranjar um emprego na nova cidade, e procurar uma casa, e... enfim... não é fácil.

–Ok filho... eu e seu pai já estávamos pensando nisso. _ Taisha falou surpreendendo o filho e depois prendeu os cabelos negros num coque. _ Mas quero que sigam algumas condições. _ Ela falou e seu marido e filho a olharam curiosos.

–Quais condições, mãe?

–Vamos manter em absoluto segredo que Nagato é um Uzumaki. E ninguém deve saber do que ele é capaz. Eu não aguentarei ver meu filho passando pela mesma coisa, outra vez e em outra cidade. Nagato usará meu sobrenome, Yakumo.

Os ruivos se entreolharam e depois voltaram a fitar a mãe, concordando com ela. Até seria bom ocultar isso, nem estava pensando em deixar que soubessem mesmo. Nagato só esperava que o pai não ficasse magoado por não usar o sobrenome dele. Ia ser estranho usar o sobrenome da mãe para se identificar, depois de usar Uzumaki durante 15 anos de sua vida. Até que gostava do sobrenome...

–Então... tem alguma cidade em mente? Algum lugar específico? _ Taisha perguntou ao filho apoiando os braços sobre os joelhos.

–Qualquer lugar que não seja a pequena cidade do Cafezal... Está ótimo.

–Que tal Konoha?? _ Moishu perguntou empolgado, talvez pudesse rever seu velho pai. Desde que sua irmã morreu e seu pai teve que ficar cuidando do filho dela, o velho Jiraya não os visitava mais, e eles nunca foram até Konoha. Está aí... mais de 13 anos sem vê-lo.

–Não é nesse lugar que sua irmã morava? _ Taisha perguntou ao marido.

–Sim, e é onde meu pai e meu sobrinho moram.

–Definitivamente, não! Então todos lá conhecem os Uzumaki. Não quero meu filho lá.

–Mas mãe, você mesma disse que vou usar Yakumo, ao invés de Uzumaki. Não vai ter perigo. E eu quero conhecer meu primo e meu avô, eu nem me lembro dele mais.

–Não quero vocês perto desse rapaz, vai entregar nossa verdadeira identidade.

–Querida, não estamos brincando de super heróis. _ Moishi falou entristecido com a esposa. _ Por favor, faça isso pelo seu maridinho e seu filhinho...

–É mãe... _ Nagato pediu tentando fazer cara de pidão, queria ajudar o pai.

–Tudo bem, mas escutem bem. Esse rapaz não pode nem imaginar que Nagato é um Uzumaki. Se ele resolver andar com o primo... pode estar tudo acabado.

–Você está me proibindo de falar com meu primo? _ Nagato perguntou um pouco irritado.

–Estou. Podem até falar com Jiraya, mas com esse rapaz, não! _ Falou decidida dando o assunto por encerrado e se levantando seguindo para o quarto.

Nagato observou a mãe indo embora e não concordou muito com a atitude dela, mas a entendia. Sentia pena do primo, com certeza ele passava pelas mesmas dificuldades que Nagato. E o ruivo nem poderia tentar ajudá-lo. Mas faria o possível pra se manter informado sobre ele. Pediria a Ryouma pra ficar de olho e se visse o primo numa situação difícil, não demoraria a socorrê-lo, pois família vem em primeiro lugar!

@@@@@@@@@FIM@@@@@@@@@