Nas praças, nas ruas,
Nos cruzamentos das avenidas,
Nos carros dos metrôs,
Nas estórias não lidas

Meninos se pintam de prata,
Fazem malabares nos farois
E pedem por moedas, trocados.
Negam-lhes, montados em Calois

Pintam-se de prata para esconder
A verdadeira cor que tinge
O sofrimento de gerações
E, assim, o menino finge

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Finge não ser negro
Ao ouvir o tilintar dos centavos
(Não muito diferente do tilintar
Dos grilhões dos escravos)

E mal eles sabem
Que o que reluz dentro
É mais forte que o cassetete
Da PM lá do Centro

Porque a Esperança brilha
Escorre do suor da meninada
Que todos os dias batalha
Batendo perna na calçada

E um dia, ainda hei de ver
As pessoas perceberem
Que a prata d’alma valia
Mais que o ouro de alguém.