Quando abro os olhos vejo o quarto claro e as cortinas escuras que balançam com o ar frio que entra pela enorme porta de vidro que dá acesso á varanda. Olho para poltrona e Jasper me olha com atenção á procura de alguma coisa anormal. Passo a mão pela minha cabeça onde dói muito.

-Como se sente? –escuto a voz de Alice da varanda. Ela entra no quarto e me olha com cautela.

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-Minha cabeça dói muito! –reclamo jogando minhas pernas para fora da cama e me sentando. –Que horas são? Estou atrasada para escola?

-Não vai á escola. –ela diz e dá um meio sorriso.

-Tudo bem! –dou de ombros e me levanto. Sinto-me atordoada quando penso na imagem de Jacob desacordado. –E Jacob?

-Ele está lá em baixo. –Jasper responde.

-Ok! –digo e saio do quarto rumo ao primeiro andar sem olhar para trás.

Quando chego na sala olho para todos os lados e não o vejo. Escuto vozes vindo da cozinha e sigo para lá. Encontro Jacob, Renesmee, Edward, Esme e Carlisle sentados. Vejo Jacob devorando um prato de panquecas. Ele para e olha para mim, parece um olhar preocupado. Sua aparência parece normal para mim. Mas seus olhos demonstra algo que nunca tinha visto em seu olhar.

-Bom dia Sara! –Carlisle se levanta e caminha até mim broqueando minha visão de Jacob. –Como se sente?

-Estou bem. –mordo os lábios.

-Tem certeza? –ele pergunta arqueando suas sobrancelhas com preocupação.

-Eu não sei! –digo pensativa.

-Acho que você precisa de uma consulta médica. –ele diz e trisca na minha testa com a costa da mão. –Seu coração ainda está bastante acelerado.

-Não sei por quê?! –bufo.

-Deve ser pelo o ocorrido de ontem. –ele sugere.

-Vou tentar manter a calma, talvez melhore! –digo pensativa.

-Uma boa ideia! –ele sorri. –Qualquer coisa é só me avisar.

-Tudo bem!

Ele aperta meu ombro com delicadeza e se desvia em direção a porta.

-Carlisle? –chamo-o de volta e viro-me para encara-lo.

-Sim? –ele se vira novamente com um olhar compreensivo.

-Desculpe-me por ontem! Não queria falar daquele jeito com você. –digo.

-Tudo bem querida! –ele dá seu agradável sorriso e sai.

Viro-me para mesa e Esme me recebe com um lindo sorriso e me direciona á uma cadeira. Coloca um prato com panquecas na minha frente. Assinto agradecida e ela me da um beijo na testa e sai. Jacob está na minha frente e ergue suas sobrancelhas quando eu o analiso. Renesmee pega uma das minhas mãos com cautela e da um meio sorriso. Sinto uma pontada no peito. Olho para nossas mãos em cima da mesa, a minha coberta pelo tecido preto e a dela tão pálida.

-Você está bem? –pergunto desviando o olhar para Jacob.

-Sim! –ele da um sorriso fraco.

-Descul...

-Não! –ele me interrompe. –Não teve culpa... Eu insisti e você tentou falar que não. Mas como eu sou teimoso, você fez. Pronto! Historia resolvida.

-Mas... –tento começa, mas não consigo. A dor foi tão terrível pra mim, com certeza foi pra ele também. Não posso deixar de pedir desculpa para ele.

-Fico curioso com isso. –Edward sussurra e todos nós olhamos para ele. Ele se curva na mesa em minha direção. –Como foi à dor?

-O que? –pergunto sem saber muito o que falar, mas sei que ele leu minha mente.

-Tudo bem Sara! Estávamos falando sobre o ocorrido antes de você entrar! –Edward diz. –Jacob nos contou tudo...

-Como? –pergunto a Jacob. –Eu não me lembro de muita coisa.

-Foi... –Jacob começa, mas para por um segundo. –Agora sei porque Paul me diz que sentiu-se fraco quando você o tocou. Você só não viu o que estava na minha mente, mas também sugou. Não as memorias, mas eu.

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-O que? –pergunto sem entender nada. –Não estou entendendo.

-Quando Jacob apagou, você assumiu ele. –Edward explica. –Temos uma teoria sobre seu dom. Achamos que você suga o dom de qualquer um que você toca, mas não sabemos muito como isso funciona. Parece temporário.

-Isso é loucura! – digo assustada.

-Sei que parece assustador, mas você convive com coisas assustadoras. –Edward diz.

-Eu não sou uma SUGADORA! Vocês são! –exclamo e puxo minha mão da de Renesmee.

-Então qual a explicação para isso que você fez? –Edward pergunta. Fico calada, não sei qual é e não faço a mínima ideia de como saber. Edward me pressiona: –Como você deixou Jacob desacordado? Qual a explicação para você se sentir tão poderosa? Porque eu li sua mente. Você parecia igual a Jacob agora. Forte, ágil, um olfato magnifico e tão quente. E ainda sentiu o cheiro que um lobisomem sente de um vampiro. Não o cheiro doce e agradável que você sente agora de nós. E por um momento pensei que você ia se transformar. E o mais impressionante é que você estava entendendo tudo. Você achava que fazia sentindo. Por que não usa esse entendimento para nos explicar?

-Eu...

-Edward, o que está fazendo? –Alice me interrompe do meu lado.

-Nada Alice! –Edward balança a cabeça. –Só estou querendo que ela fale.

-Não concordo que você seja uma sugadora Sara! –Jacob diz com um olhar compreensivo. –Sei que foi bem estranho ficar inconsciente e fraco.

-Talvez eu seja isso mesmo... –digo desviando os olhos para Edward. –Eu não sei bem explicar. Senti a dor me consumir, mas não era só eu que a sentia. Percebi que Jacob a sentiu também porque o seu grito era a única coisa que eu ouvia além das lembranças que ia passando pela sua mente. E eu via todas. Estavam todas organizadas. Pronta para serem vistas.

-Então? –Edward arregala os olhos curiosos.

-Eu não conseguia parar e nem queria. Quando parei senti algo de estranho. O calor subiu. Senti-me tão quente que pensei que ia explodir. E quando Jacob disse que não estava bem, comecei a sentir. Sentir cheiros, aromas... Senti-me forte e ágil, enquanto Jacob estava fraco e desmaiado. –digo e passo a mão pelo rosto. –Não me lembro de como eu sabia ou de como eu entendia. Desculpe!

-Tudo bem Sara! –Jacob pega meu braço e abaixa-o na mesa. Seus olhos castanhos me tira toda tensão e eu suspiro. –Se não quiser falar mais nada, pode não falar...

-Não tenho mais nada para falar! –mordo os lábios.

-Ok! –Esme suspira e olha para todos. –Ela tá com fome, Jacob está com fome e Renesmee está com fome. Então saiam e deixe-os comerem em paz...

-Tudo bem! –Edward sorri e levanta-se. Ele aperta de leve meu ombro antes de ir embora. –Desculpe!

Olho para panquecas no meu prato e suspiro. Não sei como encarar tudo isso com tanta facilidade. Pelo jeito que as coisas estão indo, não dá. Desde que cheguei só arranjo confusões. O vampiro visitante, a ida para La Push, Paul, o beijo e a briga com Jacob, e agora esse descuido. Encaro as panquecas e Renesmee bate na mesa com o vidro de calda de chocolate.

-Você ouviu o que eu falei? –ela pergunta.

-Não, me desculpe! –digo encarando-a.

-Estava pedindo desculpa sobre ontem. –ela diz.

-Tudo bem! –sorrio.

-Estou brincado! Estava dizendo que panquecas combinam com calda de chocolate. –ela revira os olhos.

-Com certeza! –sorrio mais ainda.

Abro o vidro e despejo a calda sobre as panquecas. Começo a comê-las e percebo que estou com fome. E sem duvidas o gosto é muito bom. Jacob da um sorriso de lado quando eu olho para ele. Não posso deixar de sentir essa culpa dentro de mi. Mas sorrir e fingir que tá tudo bem não resolve nada.

-Está tudo bem mesmo? –pergunto preocupada á ele.

-Estou! –ele balança a cabeça concordando.

-É só porque é estranho ver você inconsciente ontem e hoje parece que nada aconteceu com você. –digo e encho a boca de panqueca.

-Deve ser porque eu tenho um super gene de cura! –ele dá de ombros e começa a comer a sua panqueca.

-Deve ser. –dou de ombros também.

-Não precisa se preocupar Sara. –Renesmee sorri um pouco e passa o braço pelos ombros de Jacob. –Jacob está bem na medida do possível!

-Tá! –digo e tento sorrir. Não me sinto nem um pouco confortável com esse toque. Respiro e os encaro. –Posso ser sincera com vocês?

-Sim! –Jacob responde curioso.

-Me senti tão magnifica como lobisomem. Se é assim que posso dizer. –digo e sorrio.

-Ah sim! –Jacob dá de ombros e revira os olhos.

-Desculpe, não deveria ter falado isso. –digo arrependida.

-Não, tá tudo bem. –Jacob responde e me olha compreensivo. –Sei que você se sentiu assim... Não tem como não sentir-se assim. Para qualquer um é incrível.

-Ata! –digo pensativa. –Claro que depois da dor! Você a sentiu né?

-Senti! –ele faz uma careta pensativo e sorri irônico. –E que experiência incrível!

-Sei. –sorrio um pouco.

-Eu posso imaginar como tenha sido pela careta de vocês. –Renesmee assente balançando a cabeça.

-Não faz ideia! –Jacob diz e sustenta seu olhar. Ela tira seu braço de cima dos seus ombros e retira os nossos pratos da mesa levando-os para pia.

-Jacob sei que você pediu para eu não fazer isso, mas eu preciso. –digo encarando-o e ele me olha confuso. –Me desculpe! Eu lamento muito pelo o ocorrido.

-Sara... –ele trisca na minha mão sobre a mesa. –Serio! Está tudo bem...

-Acho que para minha consciência não tá! –digo com a voz embriagada.

-Se é para alguém ter a consciência pesada aqui sou eu. –ele diz e aperta minha mão com delicadeza. –Por favor, diga á sua consciência para ficar tranquila.

-Obrigada! –sorrio agradecida.

Ele balança a cabeça e sorri largando minha mão. Jacob sempre me faz ficar encantada pelo seu jeito. E como se algo dentro de mim dissesse que todo mundo o queria por perto, então, por que não o ter por perto?

Quando bato na porta do quarto de Renesmee, ela aparece enrolada em uma toalha e me puxa para dentro do quarto. Seu cabelo cobreado está em uma trança comprida e seu rosto em uma maquiagem tão linda. Olho para sua cama e vejo dois vestidos. Um verde de renda e o outro bege ao que parece com costa nua.

-Então? –ela aponta para os vestidos. –Qual dos dois?

-A estilista aqui é a Alice! –sorrio e me jogo na cama ao lado dos vestidos.

-Ela escolheu os dois e agora você escolhe um. –ela revira os olhos nervosa.

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-Pensei que fosse só um cineminha! –tiro graça.

-Anda! Escolhe! –ela ordena.

-É um encontro Nessie? –continuo enrolando.

-Não sei. –ela revira os olhos. –Quer dizer: não é. É só um cinema que você deveria ir também.

-Sei! –digo desconfiada.

-O que é? –ela diz irritada. –Agora vai ficar tirando gracinha de mim que nem o tio Emmett.

-Não estou dizendo nada! –digo e sorrio ainda mais.

-Mas está insinuando! –ela diz e pega o vestido verde. –Tudo bem, vou com esse!

-Acho que o bege vai ficar melhor. –sugiro.

-Ótimo! –ela joga o verde em mim e pega o bege.

-Renesmee! –Bella diz entrando de uma vez no quarto. Ela dá um meio sorriso para mim. –Vai se atrasar!

-Ok mamãe! –ela sorri e veste o vestido em dois segundos.

-Max não ia vim buscar você? –pergunto á Renesmee.

-Vou leva-la. –Bella responde.

-Ok! –sorrio.

Descemos e eu as sigo até a porta. Elas entram no carro em vultos. Está anoitecendo e vejo a floresta agora escura. Sento-me nos degraus e olho o vulto que se aproxima. Jacob anda com as mãos no bolço do short. Seu abdome sobe e desce com a respiração um pouco cansada. Um suor desce pelo seu peitoral. Sinal de que estava correndo muito. Balanço a cabeça e desvio os olhos para o seu rosto.

-Oi! –ele diz e senta-se ao meu lado nos degraus.

-Oi. –sorrio um pouco.

-Não quis ir com a Nessie? –ele pergunta.

-Não estou com animo para me socializar. –dou de ombros.

-Entendo, até porque o filme é bem chato! –ele sorri.

-Pelo jeito sim! –sorrio também. –Você deveria ter ido!

-Por quê? –ele me pergunta.

-Só achei que você queria passar mais tempo com ela. –sugiro.

-Deveria, mas não é assim que funciona! –ele diz pensativo.

-É com então? –pergunto curiosa.

-Quer mesmo saber? –ele pergunta sustentando meu olhar curioso.

-Acho que sim. Estou só curiosa! –digo.

-Preciso ser para Nessie o que ela precisa. –ele diz e seus olhos são frios. –E ela não precisa de um guarda costas

-E como você queria que ela precisasse de você? –pergunto.

-Não sei! –ele rir.

-Não deveria ter perguntado! –digo coçando a sobrancelha.

-Não é nada. –ele tira minha mão da sobrancelha.

-Ata! –digo confusa.

-Eu não gosto muito da ideia desses vampiros ficar escutando tudo que falemos! –ele sussurra.

-Entendi! –sorrio.

-Seth ficou me perguntando sobre você o tempo todo. –ele muda de assunto.

-Que bom! Gostei muito dele também. –digo lembrando-me daquele sorriso doce dele.

-Todos lá gostaram de você! –ele diz.

-Creio que o Paul não. –digo pensativa.

-O Paul tem um jeito difícil para lidar com as coisas. –ele diz.

-Posso entender. –digo e sacudo a cabeça.

Jacob volta os olhos para floresta que agora está toda escura. Ficamos assim, olhando para o nada. Não á muito o que conversar em momentos de conflito comigo mesma. Não entendo sobre mim e muito menos sobre o que está a minha volta.

Olho novamente para Jacob e o abraço. Ele se contrai, mas me abraça de volta como dá ultima vez. Seu abraço quente me conforta e eu poderia viver para sempre dessa maneira. Ele apoia o queixo sobre minha cabeça e ficamos assim por alguns minutos. Não penso em nada, só no momento de conforto. O único momento em que me sinto tão tranquila.

Alguns minutos depois me separo dele. Dou um pequeno sorriso e entro na casa. Caminho direto para o quarto. Vejo Alice sentada na cama com as pernas cruzadas olhando para o nada.

-Alice? –a chamo. Ela se vira para mim com os olhos arregalado. –O que foi?

-Tenho observado Aro. –ela responde.

-Algum problema? –pergunto preocupada.

-Não! –ela sorri um pouco. –Só queria te falar que... –ela para.

-O que Alice? –pergunto curiosa.

-Tive uma visão que Aro pediu a Alec para iniciar uma caçada. Para te procurar... –ela diz rápido. –E nunca mais vi Alec.

-Isso é algum problema? –pergunto encarando-a.

-Acho que não. –ela segura minha mão. –Só queria falar para você. Falar alguma coisa.

-Sei! –digo desconfiada.

-Não queria te assustar. –ela da de ombros.

-Não estou assustada! –digo confiante.

-E nem precisa! Enquanto você ficar conosco, estará segura! –ele sorri.

-Sei disso! –sorrio um pouco e a abraço. Seus braços frios me envolvem. –Obrigada! Obrigada por me contar alguma coisa.

-Ah! –ela me solta e se levanta. –E você precisa de um banho! Esta fedendo a cachorro.

-Ok! –sorrio.

Ela balança os ombros e sai saltitante fechando a porta logo em seguida. Direciono-me ao banheiro e logo estou debaixo do chuveiro. Saio do banheiro e visto um pijama que Alice me deu. Olho no quanto do quarto minha mochila, lembrando do casaco com o cheiro do Alec. Balanço minha cabeça para livrar esse pensamento. Jogo-me na cama e me embrulho olhando para porta aberta por onde o vento frio noturno entra. Não quero pensar em nada. Apenas dormir e é isso que faço. O sono bate pesado e eu me rendo a ele.