Avatar: A lenda de Mira - Livro 2 Ar

Quebra de princípios


Como eles tiveram tanto tempo para planejar? Estou preso, amordaçado no meu próprio quarto. Um sentimento de impotência me invade.

Nós não percebemos os bloqueadores infiltrados. Bloqueadores de Chi, uma arte que esta em desuso, mas não para a União do fogo. Voltei a sentir os meus braços.

Com habilidade eu consigo tirar a corda. Mas as minhas pernas ainda estão dormentes. Tento agita-las, mas nada acontece.

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— Alguém está ai? – Grito com esperança.

Ouço passos. Firmes e cuidadosos. Alguém esta se esgueirando pelos corredores. A maçaneta e movimenta. E eu a vejo.

— Suni!

Ela olha para mim. Seus olhos estão marejados. Faz muito tempo que não a vejo tão afetada. Ela vem na minha direção. Se abaixa e me abraça.

— Eles levaram a Mira. – Ela diz entre soluços.

— Eu sei – Suspiro. O fantasma da impotência ainda paira sobre mim.

— Eu tentei. Eu realmente tentei. Mas aqueles bloqueadores...

— Eu sei que você tentou. Eu também tentei. Nós não estávamos esperando isso. A Mira deu a ideia do combate, como eles estavam tão preparados? Acho que temos um traidor entre nós.

A postura da Suni mudou. Ela me soltou de forma brusca.

— Um traidor?

Ela tinha suas próprias razões para reagir assim.

Começo a sentir minhas próprias pernas.

— Você pode me ajudar a levantar?

Suni se prontifica e me ajuda.

Consigo ficar firme, mas ainda não tenho total confiança no meu equilíbrio.

— Seja quem for esse traidor, eu não terei piedade. – Ela disse de uma forma fria e assustadora.

— Não teremos. – Eu concordo.

Com o seu auxilio saímos da casa. Preciso procurar os outros.

Ouvimos crianças chorando. Será que eles foram capazes de fazer isso com os mais novos?

Entro na casa do minha irmã Kindar. Ela ainda está desacordada mas um de seus filhos chora nos seus braços.

— Eles vão pagar. – Digo para mim mesmo.

Suni pega o pequeno Min no colo. Enquanto eu tento acorda-la.

— Kindar?

Finalmente vejo alguma reação.

Ela pousa a mão na cabeça.

— Não consigo me mexer.

— Eu sei. Você viu o papai?

— O papai? Ele tinha ido para a Arena. Você também não devia estar lá?

Ela não sabe o que aconteceu.

A deixamos lá. Digo para ela não se preocupar. E caso alguma coisa aconteça ela ira me reportar imediatamente.

Vamos para a Sala de reuniões, onde Mira foi interrogada. Com dificuldade abro a porta. Há muitas pessoas desacordadas aqui.

Mas algumas já estão de pé.

— Eu não posso acreditar. Aquele cretino do Korivo. Ele teve coragem de trair o conselho, e entregar a Avatar nas mãos da União do fogo. – O diretor da nossa escola diz.

— Não tínhamos como saber Mufu. – Meu pai responde.

Quando entramos, Suni corre para os braços do pai.

— Pai! O senhor está bem? – Ela diz pausadamente, tentando recuperar o fôlego.

— Querida? Eles fizeram alguma coisa com você?

— Não se preocupe pai, eu já estou bem.

Em todos os anos em que eu conheço Suni, eu nunca tinha visto o seu pai demonstrar qualquer sentimento em relação a ela. Ele sempre achou que ela como dobradora nunca deveria receber carinho, pois isso a tornaria fraca. Suki sempre recebeu apoio emocional dos pais, mas Suni nunca.

Ele percebeu que todos estavam olhando e limpou a garganta.

—Bem, fico feliz. – Ele disse ao recuperar a postura.

— O que faremos? – Falo alto

— Agora só podemos apelar para os meios legais.

Agora vejo que Sina fala.

— Meios legais? O que eles fizeram conosco foi ilegal. Foi um pedido de guerra.

— Você fala como se a guerra fosse a único motivo, filho. Tem muito mais por trás disso. – Meu pai fala pensativo.

Eu não me importo com os motivos. Mira é minha amiga, e não vou deixar que ela seja levada assim.

— Suni? Vamos atrás da Mira, eu acho que somos os únicos que nos importamos.

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— Filho, você acha que ao nos importamos? Ela possivelmente é o Avatar, claro que nos importamos.

— Possivelmente? Que tipo de demosntração de poder vocês ainda querem? E não é por que ela é o Avatar, é por que ela é uma cidadã de Republic City por isso vocês deveriam se importar.

Saio da sala possesso. Eu preciso fazer alguma coisa.

— Você realmente quer ir atrás dela?

O reconheço pela voz fria. È Sina.

— Eu não quero, eu vou.

Ele suspira.

— Realmente a perda dela será uma tragédia para Republic City. Posso te ajudar, mas isso não pode envolver Republic City. Não podemos nos envolver em uma guerra agora. Será apenas dois amigos tentando salvar a outra amiga certo?

— Certo. Mas como você pode ajudar?

— Eu coloquei um rastreador nela.

— Um rastreador?

Será que todos somos rastreados?

— Sim, foi enquanto ela estava em coma. Eu pedi para um amigo fazer isso. Isso não é uma coisa ética ou legal.

— Mas por que você fez isso?

— Curiosidade talvez? Eu não sei. Mas eu precisava saber os seus passos.

Sina, pareceu não estar a vontade. Acho que é por que ele sempre teve essa imagem de seguidor das leis.

— E como a rastrearemos?

— Você por acaso tem algum computador na ilha?

Sim, há um computador na ilha toda, e ele fica no escritório do meu irmão mais velho. A pessoa que mais me odeia no mundo. Levei Sina até o escritório. Meu irmão estava com o meu pai no salão, espero que ele ainda esteja desacordado.

O computador é antigo. Ao ser ligado um zumbido alto é ouvido.

— Vocês odeiam mesmo a tecnologia. – Sina diz.

Observo enquanto ele digita e me aproximo para ver a tela.

— A rede daqui não aguentará muito, mas será o suficiente. Agora só podemos esperar. A procura está sendo feita.

Os minutos se passam. Fico apreensivo. O que ele faria se me encontrasse no escritório dele. Não consigo imaginar, mas ele já tentou me matar uma vez, não sei o que seria pior.

Nunca tive um relacionamento bom com os meus irmãos. Principalmente os mais velhos, mas com Aarion sempre foi pior. Eu tinha apenas 7 anos quando ele tentou me afogar. Só sobrevivi por que Kendar viu tudo e gritou. Sempre serei grato a ela. Por ser o primogênito ele sempre esteve perto do meu pai, ele queria seguir os passos dele mas tinha um porém, Aarion não era uma dobrador. Quando eu cheguei , de cara ele me odiou, eu era um filho bastardo e ainda por cima fui nomeado com o nome do nossa pai, a gota d’água foi por eu ser um dobrador de ar.

— Sina? Já está terminando?

— Sim, acabou. Mira está as 5km do porto principal. Pelo jeito eles estão indo de barco.

Ele ainda estão perto. Temos que ir.

— Faz sentido eles irem de barco. Se fossem de avião, nossos dobradores de ar poderiam intercepta-los no primeiro momento. Mas de barco, indo pelo Rio Yue Bay, nenhum dobrador de água em sã consciência se aproximaria do rio.

— E a marinha não pode fazer nada?

— Se eles fizerem, será a nossa resposta para o pedido de guerra deles. Agora que você sabe onde ela está, vá rápido. Eles estão se movendo em uma incrível velocidade.