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Apaixonar


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03 – Apaixonar

—Se nos permitir, posso guiar a Hana para conhecer a Acrópole. Milo pode ir para tomar conta dela, se isso fizer os senhores se sentirem mais seguros.

Camus começou a tentar convencer os pais da garota, que não pareciam estar confiando na história. Olharam para os pais de Milo, como que pedindo opinião.

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—Camus é um bom rapaz, correto e justo, podem confiar na palavra dele. – disse Enya, a mãe do escorpiniano.

—Deixarei a escolha por Hana então. – disse Leandro. – Por sinal, onde ela está?

—Milo foi ver e ela está dormindo. – rapidamente o cavaleiro respondeu. – Ele resolveu esperar no quarto por que ela o segurou.

—Segurou? – estranhou Leandro.

E não era mentira, Hana continuava segurando Milo, mas a garota estava nos braços dele. Ela abriu os olhos devagar, olhando o loiro meio perdida e por fim sorriu de forma tímida, agradecendo.

—Eu gosto do som da sua voz... – disse o rapaz.

—Não gosto dela... Nem das lembranças dela...

—Você quer dizer por que?

Um discreto fio escorreu dos olhos cor de chocolate e ela escondeu o rosto no peito dele.

—Você é... gentil como meu primo...

Milo ficou surpreso com a fala dela. Hana parecia mais disposta a conversar, de algum modo, ele havia conseguido passar por aquela barreira que a brasileira impôs até para si mesma, escondendo a voz e a sociabilidade.

—Eu lembro de como eu gostava de cantar com ele...

—Sua voz lembra ele?

Ela balançou a cabeça afirmando. E pelo tom da conversa, o primo da garota havia tido alguma morte trágica. Milo a abraçou com carinho, já bastava. Quando Hana quisesse e estivesse mais forte para aguentar falar sobre isso, quando estivesse pronta para se abrir por completo as pessoas, então ele a deixaria falar. Passava os dedos pelos fios castanhos escuros da menina e ela chorou.

—Sabe o que aconteceu agora? Meu amigo diz que pode impedir isso de novo...

—Não é a primeira vez... antes de ontem eu tive, mas consegui me cobrir bem e passou o frio...

—Mas a próxima pode te matar. E meu amigo conhece quem pode te ajudar. – disse Milo.

—Não me importo.

O grego arregalou os olhos, incrédulo. Ela desejava morrer?

—Eu me importo! Eu não quero que morra! Quero poder ouvir você cantar e sorrir! – ele sentiu o rosto queimar, devia estar corando. – O pouco que sorriu agora foi bonito!

Ela continuava quietinha, usando as batidas aceleradas do coração dele para sentir o seu próprio se acalmar.

—Venha comigo para Atenas... Por favor... Deixe eu e o Camus salvar você...

Antes que pudesse responder Camus entrava depois de leves batidas.

—Os pais dela querem saber se ela aceita fazer a viagem.

Hana se mexeu, encarando o ruivo e soltando Milo. Se levantou e saiu do quarto. Milo foi logo atrás, sendo seguido pelos olhos do amigo.

“Acho que não será agora que Milo assumirá seu posto. Ele se apaixonou pela menina!” – pensou o francês, suspirando e indo para a sala também, acompanhando a conversa dos brasileiros.

Viu a garota balançar a cabeça afirmando algo, e viu também o olhar do amigo, apreensivo por não entender a língua deles. Assim como o viu sorrir contente ao ouvir do pai da jovem que ela iria com eles.

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Camus, Milo e Hana estava no barco tão logo amanheceu. Camus então perguntou a garota qual entendia, até achar uma que ele pudesse falar com ela.

—O local que você vai é secreto, então não pode dizer a ninguém.

A jovem se assustou, a fazendo grudar em Milo. O grego apenas acariciou os cabelos dela e disse:

—O ouça, você entender. Não é nada errado.

Camus contou em resumo sobre o Santuário, os cavaleiros e sua missão, e o por que de se mantarem ocultos. Hana só respondia por sinais de cabeça, deixando Milo aborrecido. Com muito custo a fizera falar, mas agora novamente ela emudecera.

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Na cabine que os três dividiam durante a viagem, a brasileira logo adormeceu, encostada em Milo. Era analisada a todo instante por Camus, que notava o quão fadigada ela estava e a respiração pesada.

—Milo... de alguma forma ela está tentando controlar o poder... Mas ela não quer demonstrar...

—Eu notei que ela anda cansada.

—Se nada puder ser feito até amanhã, ela não vai resistir. Tem que estar preparado. – o francês encarou o amigo.

Milo entendia bem que era arriscado, mas não queria compreender aquilo. Ao pensar nessa possibilidade vinha um nó na garganta, um aperto no peito.

—Ela não vai morrer, Camus.

Então o aquariano notou algo de estranho no amigo, que por um breve momento teve os olhos cor do céu convertidos em esmeraldas. Seja o que fosse, Milo parecia estar envolvido naquilo, mas não teria como colocar os dois contra a parede. Só poderia observar.

—Está apaixonado por ela?

A pergunta do cavaleiro pegou o grego de surpresa.

—Você sabe que não me apaixono por garota alguma, Camus. – ele sorriu zombeteiro, mas notou algo no olhar do amigo que o fez recuar numa brincadeira.

—Mesmo, Milo? Então se eu resolvesse cortejar a garota, como reagiria?

—Você cortejar alguém, Camus? Só pode estar brincando.

O olhar firme dele dizia um grande e estampado “NÃO” com luzes fosforescentes de aviso luminoso na frente de Milo. Camus nunca brincava. Fechou a cara e encarou o francês com raiva.

—O modo como está agindo, Milo, diz o contrário. Está apaixonado pela menina e nem vê isso.

—Eu querer proteger essa garota significa amar ela? Que ideia!

—Nunca vi você proteger nada além de suas convicções e seus pais com esse olhar. Nem quando sua ficante da última vez se meteu em encrenca. Mas não falarei disso, conhece a si mesmo melhor que eu não? – Camus fechou a cortina da cabine para Hana poder dormir melhor. – A propósito, estava brincando. Queria lhe testar, Milo.