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Princesa


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04 – Princesa

Chegaram ao Santuário no final da tarde. Foram recebidos por Aldebaran sorridente, crente que Camus conseguira êxito, mas logo fez uma careta ao ouvir de Camus que Milo não estava ali para ocupar o posto de cavaleiro. Fazia muitos anos que o pescador estivera ali, quando ainda era criança com seu mestre. Basicamente não viu nada diferente do que recordava com suas memórias infantis, com exceção da tecnologia que Atena leva ao lugar.

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Aquela altura, Hana já estava acordada e observava tudo com certa curiosidade, então sentiu vertigem, sendo prontamente apoiada por Milo.

—Já... estive aqui... – ela murmurou fraco, fazendo Camus olhar para a jovem intrigado, ela não falara nada e ouvira dos pais de Milo sobre sua condição.

—Você nasceu no Brasil, não? Nunca havia vindo a Grécia antes, né?

Hana balançou a cabeça, afirmando. Ela olhou para Milo e depois olhou novamente a paisagem. Camus acompanhou o olhar dela, vendo os olhos dela também mudarem de cor e ficando levemente iluminados no tom lilás.

—É tão estranho... essa sensação...

Ela cambaleou e até Aldebaran olhou para trás, a garota emana um cosmo fortíssimo e gélido de um jeito que nunca sentira antes.

—Está frio... Milo... – murmurou a garota antes de desmaiar.

A confusão estava armada, com Milo a tomando nos braços, fazendo com que os três cavaleiros tivessem de subir a extensa e cansativa escadaria das doze casas com pressa. A cada minuto que passava o corpo dela parecia sofrer mais com o frio, obrigando Milo correr com o cosmo elevado para manter o frágil corpo da brasileira estável.

No final da escadaria, Camus sentira o cosmo da deusa Atena os esperando na frente das portas do salão do mestre. Camus fez uma breve mesura com a cabeça para a deusa e ela entendeu que estavam numa emergência.

Ela os guiou ao salão de seu templo, onde havia uma cama altar, onde Milo a deitou. A deusa se aproximou e tomou as mãos frias e pálidas da brasileira.

—É você mesmo como eu imaginei... É melhor que tome a consciência dela e libere esse cosmo ou vai matar esse corpo. – disse a deusa com a voz amável.

Mas de quem a deusa falava? Quem teria tamanho poder assim que poderia se abrigar no frágil corpo da menina? Atena se afastou e elevou o cosmo para proteger seus cavaleiros, pois sabia o quanto de energia iria ser liberada.

Dois cosmos explodiram da menina, tornando o ambiente tão frio que até mesmo Camus estava tremendo e sentindo os efeitos. Os cabelos da jovem se expandiram, ficando enormes e platinados, a roupa se convertera numa túnica de cristais e o corpo flutuava até gentilmente deitar-se novamente.

Milo olhava confuso e perdido para a menina que jurara em segredo até de si mesmo proteger, a quem se apegara parecer outra pessoa. Ele estava apaixonado por uma mentira? Hana se levantou e buscou o olhar do escorpiniano e ele notou isso, assim como notou os olhos na cor lilás.

A figura sorriu e então dirigiu seu olhar para a deusa, se levantando e fazendo uma mesura diferente da que eles conheciam.

—Faz séculos e séculos, deusa Atena... – disse a voz de Hana, parecendo um pouco mais firme.

—De fato, princesa Joan...

—Há algo que não pude fazer naquele tempo e eu preciso realizar. – a brasileira suspirou. – Ànima de Foc continua bem selada e guardada, não?

Os homens estavam confusos e perdidos, foi quando Camus se lembrou de ter lido em algum lugar o termo “Ànima”.

—Mu certa vez me emprestou um livro citando a lenda das espadas gêmeas... Acaso falam de uma delas? – indagou o francês.

—Exatamente, cavaleiro de Aquário. – disse a princesa. – A espada gêmea do fogo pertenceu a meu irmão, príncipe Marcel, que intencionou trair a nosso povo e a mim há séculos atrás. Tirei-lhe a espada e meses depois foi condenado a morte.

—Então se a lenda é real, existe a outra espada?

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—Sim, a espada gêmea do gelo existe também. Assim como meu reino natal existiu no passado.

Sim, o livro também citava um reino que fora aliado de Atena e desaparecera nas páginas da história alguns séculos atrás, sua localização exata não sabiam precisar, apenas que ficavam em montanhas. O reino dos bruxos que amplificavam a magia com cosmo, PlatÍ. Diante de si, a turista que Milo abrigara era a reencarnação de uma princesa de um reino perdido.

—Se bem que chamam-me de princesa, mas tive de tornar-me rainha após a morte de meu irmão. – ela riu ao voltar-se para Atena.

—Você teve seu fiel guardião ao teu lado afinal... – Atena respondeu.

—Graças a ti ele tornou-se forte e pode enfrentar comigo a sina de tornar-se rei do reino que o queria rejeitar por sua origem. Jamais teria como agradecer o que fez por meu povo...

—Eu lamento o fim que tiveram ao longo das Guerras Santas em nome do acordo que sua mãe e eu fizemos.

Joan sorriu e então de seu peito puxou algo com um grande cosmo e brilho intenso. Ao cessar, puderam observar a espada sagrada que parecia feita de mármore e cristal.

—A espada que precisei conservar em minha alma. Pode selá-la pela eternidade com sua gêmea?

—Enfim terminaremos o acordo de tantos séculos... Jamais poderá lembrar em suas próximas encarnações... – a deusa grega sorriu triste. – Você é meu elo com o povo platino.

—Existem estrelas destinadas a encontrarem neste Santuário um lar como tiveram em Platí. Incluindo a estrela de meu consorte.

Milo novamente sentiu o olhar dela em si, o olhar gentil de Hana era o mesmo que aquela pessoa que estava de posse do corpo da brasileira tinha em si. Sentiu algo se agitar em si, que parecia cosmo, mas não conhecia aquilo e ao mesmo tempo conhecia.

Joan caminhou até o loiro e tocou o rosto dele.

—A casca muda, mas os sentimentos não. O destino de tua estrela sempre será a de seguir duas pessoas e fazer nossos destinos se cruzarem. Assuma esse destino quando sentir em seu coração o chamado. – a princesa se afastou, elevando o cosmo, construindo um invólucro em torno da espada e entregando à Atena. – Essa vida tomou muito dos poderes de Ànima de Neu, então enquanto durar, Platí terá um frágil elo de existência.

—Joan...

A deusa chorava, com a caixa em mãos. Era observada pelos homens, que de alguma forma entendia que a deusa amava ao povo daquela princesa tanto quanto o povo que vivia em sua proteção. Viram Joan se dirigir aos fundos, para a estátua da deusa.

A princesa desejava ficar só, logo teria de devolver a consciência de Hana e suas memórias invadiriam as memórias da pequena brasileira.

Milo continuava estático com o toque dela, tão frio em temperatura física, mas tão quente em carinho. Por que ela dissera aquilo?

—Milo? O que houve? – disse Camus, notando um pequeno filamento de lágrima no rosto do grego. – Por que está chorando?

Foi quando ele se deu conta que chorava, mas não entendia o por que disso. Até sentiu de alguma forma seu cosmo ressoar com o de Joan/Hana, mas se sentia confuso. Por um impulso correu atrás da garota e ia ser contido por Camus e Aldebaran, mas Atena os impediu.

—Deixem os dois sozinhos. Após tanto tempo, estão se encontrando novamente!

—Atena... O que quer dizer? – indagou o cavaleiro de Touro.

—Que Milo é reencarnação do consorte da princesa, Andrew.