Only Dreamers

Above The Stars – Marvel


Eu acordo em uma sala minúscula, ela tem paredes de mármore branco e nenhuma janela. Apenas uma porta. Estou com a minha mochila, que contém apenas algumas lanças que eu peguei no meu quarto. Glimmer está no meu lado, massageando a cabeça.

– Acho que quebrei alguma coisa – ela diz. – Nós fomos praticamente jogados dentro daquela porta.

Ajudo-a a levantar enquanto ajeito a minha jaqueta de tributo com ódio. Quem deveria ganhar esses Jogos era eu!

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Glimmer abre a porta com curiosidade. Ela tem um arco dourado e reluzente a tiracolo, com um estojo de flechas. É a arma favorita dela, embora não saiba usar com “perfeição”. Fora da sala de mármore, há uma... uma casa.

E todos os tributos da nossa edição dos Jogos estão sentados em sofás, conversando. Como se fossem amigos.

– Que palhaçada é essa? – grita Glimmer. Mas ela esquece de continuar quando vê Cato. Ele está empurrando o garoto do 3, que parecia estar tentando se afastar dele. Acho que alguém vai acabar morrendo de novo aqui. Glimmer corre até ele e se joga em seus braços. Me seguro para não vomitar.

– Eu vou apresentar os cômodos – diz a garota do 5, que parece ser a que está menos eufórica. Na verdade, acho que ela nem falou com ninguém, ela não tem intimidade com os outros. Nem se mexeu, apenas deu um empurrãozinho em mim. – Me segue.

Ela me mostrou toda a casa, que daqui em diante será a minha morada e do resto dos outros tributos. Não temos permissão para sair daqui nunca. Tem uma sala de estar toda branca e com sofás e uma televisão para ficarmos, vinte e quatro quartos idênticos e com o mesmo layout, uma cozinha, uma sala de jantar que inclui uma mesa gigante com vinte e quatro cadeiras, uma academia, uma sala para treinos e um jardim. Em volta da casa não há nada, apenas um espaço branco infinito.

– De onde surgiu essa casa? – pergunto.

– Tem uma casa para cada edição dos Jogos – a garota diz, com os olhos faiscando. – Eu prefiro morrer novamente do que ter que viver isolada e com todos vocês aqui.

– Se você quer morrer novamente, eu tenho várias lanças aqui.

– É impossível matar aqui, ou morrer. Vamos ficar para sempre aqui!

– Como você sabe de tudo isso? Como posso acreditar em você?

– Você não entendeu? – gritou a garota. – Chega de perguntas estúpidas! Estamos acima das nuvens, ou seja, no céu. Aqui nós temos tudo o que precisamos, e muito mais. Até o conhecimento. Mas eu não queria isso. Queria viver em paz com a minha família, e fazer as minhas coisas no meu distrito. Sem Jogos Vorazes, e sem suicídios que envolvem comer amoras-cadeado venenosas! – quando concluiu o discursinho dela, a tributo do Distrito 5 saiu às pressas e se trancou no seu dormitório.

Depois de uma gritaria dessa, resolvo não fazer nada a não ser voltar para a sala de estar. Está havendo uma lutinha entre o Cato e a Clove, eles concluíram que podem lutar eternamente sem morrer, então isso acaba de se tornar uma atividade de entretenimento. É, acho que não foi tão ruim morrer.

– Vamos fazer esse negócio? – pergunta uma voz atrás de mim. – Sabe, eu quero melhorar a minha mira no arco.

Glimmer me puxa para a sala de treinos, onde há os mesmos equipamentos do Centro de Treinamento. Isso deve ter sido feito especialmente para nós, os Carreiristas. E eu acho que estava fitando demais os equipamentos, quando sinto um incômodo no ombro. É uma flecha da Glimmer.

Jogo uma lança nela.

– Hey, nem começou a luta! Você sabe desde os sete anos que é proibido começar o treino antes do sinal – Glimmer grita para mim, preparando o arco.

– Então por que lançou uma flecha em mim? – pergunto, apontando para a flecha que ainda está no meu ombro.

Glimmer arregala os olhos.

– Eu não acertei essa flecha – ela desvia o olhar e franze ainda mais o rosto. – Eles que acertaram.

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– O quê?

Ela acena com a cabeça para algo atrás de mim, e quando viro a cabeça, há duas dúzias de tributos iguais a nós, menos Katniss e Peeta. Cada um tem uma tatuagem de tordo em algum lugar do rosto, e seguram as armas que usaram na arena. Estão com expressões ferozes e ameaçadoras, e então eles avançam contra nós, como se fossem nos matar.