Meu Segurança Particular.

Quer uma prova? Eu te dou.


Motores ligados... Olhar determinado do rosado. Olhar concentrado de Gajeel. Olhar entediado de Lucy. Olhar apreensivo da azulada.

– Então agora é pra valer. – Disse Natsu. Ele fitou o moreno. – Não há como trapacear aqui, mão de ferro.

– Tch. Eu não me lembro de trapacear nenhuma vez, Salamander.

Clique.

– Lembre-se de não fazer nada maluco, sua chefe está com você. – Ironizou o rosado.

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– E você, vê se não joga a loirinha pra fora do carro com essas mãos de motoqueiro de globo da morte. – A garota arregalou os olhos.

– Natsu! Se você fizer isso, te mato, ouviu?! – Esbravejou ela, enquanto uma gota caia pela testa do rosado.

– Tenho um mau pressentimento quanto a essa corrida de carros, sinceramente... Vocês dois são muito competitivos! – Disse Levy.

Clique.

– Pronto para perder, Salamander? Gihi. – O moreno sorriu, olhando para o espaço vazio à sua frente.

– Só se for para te perder de vista quando eu ganhar a corrida, mão de ferro.

– Não se sinta tão confiante como da última vez. – Rebateu Gajeel.

– Hey... Isso não era pra ser apenas divertido? – Perguntou Lucy, com uma gota descendo pela testa.

– Nós estamos aqui, não esqueçam. E quero lembrar que vivo da minha imagem, portanto, Gajeel...

Clique.

– Não esquenta, Levy. Não vou nem suar, estaremos no fim do caminho antes disso.

– Estou em chamas! – O rosado inclinou-se ao volante com olhos animados e sorriso largo.

A Campainha anuncia a permissão!

Ambos enfiam o pé no acelerador e os carros arrastariam pneus se fossem reais. Mas eram apenas elétricos e deslizavam por uma pista lisa. Aquilo era realmente muito diferente e tudo computadorizado. O parque de diversão de quando Levy se lembrava parecia estar antiquado comparado àquele.

O moreno e o rosado andam quase lado a lado oscilando sempre entre quem estava na frente ou atrás. Gajeel passa do rosado. Agora o rosado passa do moreno, que volta a ficar na frente. A todo o momento os dois brigavam pela primeira colocação. Lucy estava agarrada ao cinto de proteção e torcia para que nenhuma daquelas curvas fosse a sua última.

– Natsu!! Estamos indo muito rápido! Desse jeito, vamos acabar atravessando a parede e atingindo o lago!

– Se sobrevivêssemos à travessia. – Ele riu.

– Não brinque com essas coisas, seu maluco! – Ela gritou sem largar o cinto.

– Sou profissional, Lucy! Não esquece que te levei a tempo de ver sua irmã! – Ela ficou estática. – Sou rápido. Heh. – A loira não soube o que dizer... É verdade, graças ao Natsu ela pode ver sua irmã pouco antes de partir...

Seu medo, de certa forma, pareceu sumir.

Gajeel deu sorte e em uma das curvas conseguiu ficar à frente de Natsu. Levy olhou para trás e riu.

– O Natsu deve estar soltando chamas de tanta raiva! – O moreno deu um risinho.

– Imagina quando ganharmos. Estamos quase no final.

– Nós temos que ganhar, agora que estamos perto! Todo esse espírito competitivo me atingiu. – Ela o fez rir novamente. – Preste atenção, senhor Redfox. Não iremos perder essa corrida! Entendido?! – Ele a fitou, sem se preocupar em olhar o caminho à sua frente. Ela o encarou de volta e tinha um sorriso determinado nos lábios. Era como uma reprise de Velozes e Furiosos. Caramba, isso é mesmo intenso!! Levy se sentia revigorada com tanta adrenalina correndo em seu sangue.

– Entendido. – Um sorriso no canto da boca e um olhar positivamente surpreso. Parece que estou te influenciando, garota. O perigo é mesmo viciante.

Já era tarde. Madrugada adentro, os garotos continuavam brincando por todos os brinquedos, repetindo seus preferidos, rindo e se divertindo. Mas como alegria de pobre dura pouco, a dos ricos também durava pouco. Precisavam começar a organização do lugar para partirem sem deixar rastros. Mas antes... Um último brinquedo, certo?

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– Certo... Esse é o último brinquedo. – Disse a azulada fitando a enorme roda gigante.

– Droga, esse é o brinquedo mais entediante de todo o parque. – Disse o rosado. – Deveríamos ir no hungover.

– Que tipo de brinquedo é esse? – Perguntou Lucy, curiosa.

– Considerando que o significado de Hungover é “ressaca”, nem quero imaginar o que esse brinquedo faz. – Disse Levy.

– Está mesmo ficando tarde. Até que a roda gigante não é má ideia, precisamos de um tempo pra relaxar de toda adrenalina dos outros brinquedos. – Disse Gajeel, configurando a máquina da Roda.

– Você quer dizer da adrenalina da corrida que você perdeu? – Provocou o rosado.

– Não, da adrenalina de todos os brinquedos que fomos... – Parece que Gajeel amadureceu, afinal. Nem ao menos respondeu a provocação do Natsu. Pensou a azulada consigo. – E da corrida que eu ganhei. – Deixa pra lá.

– Eu e Lucy chegamos primeiro! – Esbravejou o rosado.

– Está caducando, Salamander?! Levy e eu estávamos bem mais na frente quando a corrida acabou. – Contestou ele.

– Tenho que concordar com o Gajeel. Apesar de que a distância entre os carros era mínima. – Falou Levy. O moreno cruzou os braços e riu.

– Até você, Vikky? – Disse Natsu, com uma gota em sua testa.

– Eu tive a mesma impressão, Levy. – O rosado arregalou os olhos.

– ÓI! – Ele protestou. Estariam todos em um complô?!

– Mas, no último momento, me pareceu que passamos de vocês. – Completou a loira, fazendo o rosado abrir um largo sorriso por, finalmente, alguém defender seu argumento.

– Uohoho!! Viu?! – Ele apontou para o moreno. – A Lucy tem uma visão aguçada e é muito observadora por ser estilista! – A loira sorriu com o elogio. – Então ela está certa, nós vencemos!! Hahahaha!

– Eu acho que a loirinha se enganou. – Ele cruzou os braços, fez sua cara assustadora e arqueou uma sobrancelha.

– N-Não é como se eu tivesse certeza, entretanto... – Encolheu-se a loira. A azulada riu.

– Ói! – O rosado se aproximou do moreno e o encarou com o rosto obscurecido. – Não tente assustar garotas indefesas, mão de ferro.

– E o que você tem a ver com isso? Salamander...

– Quer saber, dessa vez eles não irão juntos. Vão definitivamente se matar. – Disse Levy puxando o braço de Gajeel.

– Vamos, Natsu, apenas pense que deu empate. Quem sabe na próxima você ganha do Gajeel... – Disse a loira puxando o cachecol do rosado.

– Tch... – Murmurou o moreno, olhando para o lado.

– Tudo bem. – O rosado se deu por vencido.

Hora de recuperar as energias e curtir a vista noturna da cidade de Tóquio. Como a azulada disse, os ânimos dos meninos não estavam combinando tanto agora, portanto não podiam deixá-los juntos. Dessa forma, preferiram ficar longe. E beem longe. Os casais estavam quase em lados opostos da roda gigante, apesar de cada espaço ter vagas para cinco pessoas.

Gajeel e Levy estavam em silêncio enquanto o pequeno espaço circular subia e ficava cada vez mais alto. Ele sentado de forma desleixada com as pernas abertas, e ela, à sua frente, com as pernas levemente flexionadas em cima do banco, olhando para a paisagem. O moreno fitou a azulada e percebeu que ela estava sorrindo. Sua mente parecia estar longe.

– Foi pra onde? – Ela o fitou.

– Hm? – Ele deu um sorrisinho.

– Estava sorrindo. – Ela olhou para o lado e sorriu.

– Ah... É que eu estava pensando... Hoje foi muito divertido. – Ela abaixou seu olhar e depois virou-se para apreciar as luzes da cidade.

– Heh. – Ele abaixou o olhar e sorriu brevemente. – Foi um baita susto aquele. – Ela o encarou novamente. Ele a fitou. – Mas acho que não pensa o mesmo, não é? – Ela franziu levemente a sobrancelha.

– Como assim? – Ele abaixou o olhar.

– Pensei que ia ficar com medo e que a noite estava arruinada. – Ele a fitou. – Mas não deu a mínima. – Ela continuava encarando o garoto, refletindo sobre o que ele havia dito.

– Eu apenas não combino com o estilo da donzela em perigo... – Ele estreitou o olhar. – Essa fase já passou há muito tempo. E ninguém me resgatou além de mim mesma.

– Você é mesmo dura na queda, garota. Heh. – Ela sorriu e baixou o olhar.

– Não é como se eu tivesse outra opção... – Ela voltou seu olhar para a cidade. – Mesmo agora. – Ele refletiu.

– O meio em que você vive é barra.

– É. – Sussurrou ela, sem tirar os olhos das luzes.

Ela não é a mesma de quando está nos palcos. Parece que não consegue relaxar por muito tempo... Essa garota... Parece ter o peso do mundo das costas. E mesmo assim dá seu melhor para parecer o melhor possível para seus fãs e para fazer as melhores músicas. Entretanto, a sua vida parece um caos e ela não consegue esconder isso quando está nos “bastidores”. Tch..

– Gajeel... – Ele a fitou. Ela o encarou e esperou um pouco antes de falar. –... Obrigada. – Ele franziu a sobrancelha e semicerrou levemente os olhos. – Por ter esperado que eu te contasse. – Ele arqueou uma sobrancelha. Ela fez uma pausa e continuou. – Sobre o Rogue. – Ele olhou para o lado. – Você não pesquisou sobre minha vida na internet como todos fazem. – Ele ficou surpreso com o comentário repentino. Havia tomado a decisão certa ao não “pesquisar” a garota.

– Heh. Não precisa agradecer. – Ela sorriu serenamente e voltou-se à paisagem.

A loira parecia animada com a vista e o rosado estava curioso sobre o teor de certa conversa que havia acontecido mais cedo...

– Mas afinal o que vocês duas tanto conversavam? – Insistiu ele.

– Natsu, não insista. É assunto de mulheres... – Ela tentava esquivar-se.

– Roh... Entendi. – Ela o fitou.

– Entendeu o quê?

– Estavam falando sobre nós, não é? – Ela corou quase violentamente.

– N-NÓS?!

– Oh. Por que ficou assim tão de repente, Lucy?

– Você ainda pergunta? O que te fez pensar que eu estava falando sobre nós dois, Natsu?! – Ele elevou as sobrancelhas. Pareceu surpreso com o comentário dela. Oh não... Será que eu feri seus sentimentos? Será que Vikky estava certa, então?.... Natsu pode estar... Mesmo...

– PFFFGYAAHAHAHAHAA... – Inclinou-se para trás.

– Oh... Hey!!! O que há de tão engraçado? – Ela estava rosada, mas não se sabia se pela vergonha ou pela raiva de ter sequer pensado na possibilidade...

– Acho que você entendeu errado, Lucy. Me referi ao Gajeel e eu! – Disse ele, ainda dando gargalhadas. –Eu sou uma completa... Idiota. – Ói, - Disse, parando de rir subitamente. – que cara é essa?

A loira não queria estar viva. Que vergonha... Que ódio!

– Espera... Você ficou corada e pensou que eu estava falando sobre nós dois... Será... – Ele pareceu chegar a uma conclusão e arregalou os olhos. Pôs as mãos nos joelhos e inclinou-se. – Ói, Lucy! Vocês estavam mesmo falando sobre você e eu?!

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Para onde haveria ido o rosto de Lucy? Porque o que havia ali era um caqui. Redondo, vermelho e brilhante por ter tantas gotas caindo por todos os lados. Gotas de aflição, constrangimento, vergonha, vontade de pular daquele lugar e se afundar embaixo da terra... Alguém me salva. Tasukete...

A garota virou ao ouvir a risada do rosado.

– Aqueles dois parecem estar se divertindo mais do que nós. – Comentou Gajeel. Levy riu.

– Você não acha que fazem um casal fofinho?

– Gihihihihi... O Natsu? Namorando a Lucy? Gihihihi...

– Não me diga... Ele é gay?! – Ela tapou a boca. O moreno gargalhou.

– Não, não... O problema não é namorar a Lucy. Eu só acho aquele cara muito comédia pra que alguma garota se interesse por ele. Não me lembro de vê-lo saindo com ninguém, pensando bem... – Ele pôs a mão no queixo.

– Ah. – Ela se encostou. – Ele não é tão ruim assim, Gajeel. O Natsu me parece um garoto engraçado, divertido... E cuidadoso. Ele esteve com a Lucy quando ela precisou e a ajuda com o trabalho. – Ele arqueou a sobrancelha.

– Estamos falando da mesma pessoa? – Ela riu.

– As pessoas mudam, Gajeel! Somos bons exemplos disso, certo? – Ela sorriu. Ele parou um momento e deu um pequeno sorriso, rendendo-se.

– Tch. Acho que sim. – A garota pareceu encolher-se com um vento forte que soprou de repente.

– Aqui em cima faz frio, não é... Será que falta muito para descermos?

– Mais quinze minutos.

– Arh... – Ela esfregou as mãos.

– Eu até ofereceria meu paletó para você, mas não vim empacotado com aquele terno irritante. – Ela riu.

– Já que mencionou... – Ela se virou e o encarou. – Você faria a gentileza de me doar sua temperatura?

– Hm? – Ela se levantou. – Ói! Não se levante aqui, é perig— Ela se sentou ao seu lado e levantou seu braço, pondo-se embaixo dele e se encolhendo perto do moreno. – O que está fazendo?

– Disse pra me doar sua temperatura. – Falou sem olhá-lo.

– Desde quando ficou tão folgada?

– Apenas me esquente. Você não parece ser afetado por todo esse vento. – Ela se aconchegou mais para perto. – Arh... Tão quente... – Ela se ajeitou para continuar olhando a vista, que era deslumbrante. – Assim está bom.

O moreno encarou a garota agarrada a ele e se rendeu a uma risadinha.

– Não há dúvida.

– Hm?

– Você era um coala na outra vida. – Ela deu uma tapinha no peitoral dele.

– Cala a boca. – Ele riu.

Então é isso. A diversão acabou, mas até que durou muito! Gajeel arrumou tudo para não deixar rastros da presença deles no parque e foram até suas respectivas motos e capacetes do lugar onde haviam escondido. Lucy ainda estava constrangida pela conversa com o rosado e Gajeel e Levy perceberam certo clima estranho. Com certeza, Levy ligaria para Lucy para saber todos os detalhes do porquê de ela estar fazendo cosplay de Hell Boy.

O garoto estaciona sua moto no jardim da mansão. Tira o capacete e percebe que a garota não se move.

– Levy? – Ele a encara de perfil. – Ói. – Ela se desencosta do moreno.

– Hm?... Já chegamos, é?

– Estava dormindo? – Ela realmente estava dormindo nas minhas costas?

– Não... Apenas distraída. – Ela boceja.

– Sei. Distraída. Anda, desça da moto e vamos entrar.

A menina parecia cambalear. Ela tirou o capacete e ambos entraram. Ela esfregou o olho.

– Eu vou para o quarto. Precisa de alguma coisa?

Mas que diabos eu acabei de perguntar? Eu não sou o empregado, sou o segurança! Argh... Deve ser apenas essa aparência fofa. Droga, parece uma garotinha.

– Não, eu estou bem... Boa noite. – Ela sorriu e virou em direção a cozinha. Ele arqueou a sobrancelha.

– Ahn... O seu quarto... É lá em cima, Levy.

– Vou apenas tomar um copo de leite... – Ela levantou a mão e balançou.

É, parece mesmo uma garotinha. Tss. Quantos lados da Levy ainda vou conhecer? O moreno virou e foi em direção ao quarto. Ele trocou de roupa e fez sua última ronda pela casa antes que fosse dormir. A casa de Levy nunca estava escura, por isso, quase não percebeu que a luz da cozinha estava acesa. Ele achou estranho e foi verificar. Ele viu a cena, cruzou os braços e expirou.

– Arh... Ela capotou aqui, mesmo? – Levy estava esparramada com os braços em cima da mesa da cozinha, segurando o copo de leite bebido pela metade.

Ele poderia acordá-la. Mas ela já havia extrapolado demais suas energias por hoje. Apenas tirou o copo de sua mão e segurou os braços da garota, pondo-os em volta de seu pescoço, virando-se para colocá-la em suas costas. Ele se abaixou e curvou-se para a menina cair sobre ele. Segurou as pernas de Levy junto a sua cintura e subiu até o quarto.

...

Lucy não falava absolutamente nada durante todo o caminho com Natsu. O rosado ainda estava curioso. Ela tratava de se esquivar de suas perguntas e ele já tinha certeza que elas falaram sobre ele e Lucy.

– Ói, Lucy.

– Se vai perguntar da conversa de novo eu já disse que—

– Não... Dessa vez é outra coisa, hehe. – A loira olhou para o lado, seu rosto estava encostado às costas do garoto. – Você está muito cansada?

– Na verdade, não... – Murmurou.

– É que eu conheço um lugar legal. – Por que quer me levar em um lugar “legal”? A loira desencostou o rosto e fitou o perfil do rosado.

– Não está um pouco tarde pra isso? – Ele deu uma risadinha.

– Bom... É que acho que ficou chateada e não quero estragar a noite. Quero dizer, nos divertimos, certo?.. Vamos apenas beber juntos! O lugar é, na verdade, bem perto da sua casa! Podemos ir andando. – Ele estacionou em frente à casa da loira. Desceu e ajudou a loira a descer da moto. – Então? – Ela parecia um pouco desconfiada.

– Não sei...

– Prometo que não pergunto mais da conversa. – Sorriu e coçou a nuca. Ela torceu a boca e pensou um pouco.

–... Tudo bem...

– Heh.

...

Gajeel sentou na cama da garota e a pôs propriamente deitada. A garota se mexeu.

– Gajeel?...

– Não, isso é um sonho. Volta a dormir. – Ele estava sentado ao lado da garota, que estava de olhos fechados.

– Se é um sonho... Como vou voltar a dormir... – Murmurou baixinho.

– Tch. Nem dormindo você economiza suas respostas. – A menina sorriu levemente, ainda sem abrir os olhos.

– Você gosta mesmo de mim, huh... Gajeel. – Murmurou a garota, baixiho. Ele a encarou em silêncio. Por que isso agora?... Ele não disse nada, não era como se ela estivesse acordada o suficiente para esperar a resposta. – Obrigada por hoje... Foi divertido... – A menina pareceu finalmente se entregar ao sono e não falou mais nada.

Ele fitou o chão e a encarou. Ela parecia leve... O moreno se levantou, a cobriu com o edredom e saiu.

...

Alguns minutos depois...

– Hey, Natsu!! Espere por mim! Aonde pensa que vai? – A menina cambaleava pela rua.

– Por que está andando tão devagar, Lucy-san? – Ele mal podia sustentar o próprio peso.

– Lucy-san? Pfff... Au... Minha cabeça está explodindo...

– Isso porque bebeu demais.

– Olha só quem fala.

– Quem?... – A loira o encarou com os olhos semicerrados.

– Isso não foi uma pergunta de verdade. – Ele coçou a cabeça. – Argh.. Como pôde deixar que eu bebesse tanto? – Ela pegou as chaves e abriu a porta, ao chegarem à sua casa. – Aposto nunca saiu com uma garota, por isso, não sabe como tratar uma dama!

– Pfff.. Claro que já! – Eles entraram e Natsu ajudou a loira a subir as escadas. Em um ponto, não se sabia se ele estava ajudando ou atrapalhando.

– Saiu, nada. Aposto que nem mesmo beijou alguém. – Ela continuou e deu uma risadinha, jogando-se nos degraus.

Os dois estavam “bebaços.”

– Quer uma prova, então?! – Disse ele.

– Tá bem! Aposto que não consegue provar nada. – Ela se sentou e ficou de frente para ele.

– Tá... – Ele pareceu pensar. Ela começou a rir. – Mas não fique chateada.

– Hm? – Ela arqueou uma sobrancelha.

Ele se apoiou nos degraus da escada beijou a loira, que estava bêbada demais para reagir... A menina pareceu resistir, mas o rosado quis prová-la que sabia o que estava fazendo. Não esqueçamos como esse garoto é competitivo. Parecia afobado, mas ela pôs as mãos nos ombros do garoto e começou a corresponder.

Eles se separaram. Ainda perto, se olhavam. O garoto demorou um pouco, mas resolveu falar algo para quebrar o silêncio.

– Viu? Heh... – Seu sorriso, aos poucos, se desfez, ao vê-la tão perto. Ele parecia confuso. Natsu se sentiu diferente assim que a garota começou a correspondê-lo. Ele deglutiu. Saiu de cima dela. – V-Você está bem, certo?

– Hm. – Ela se sentou e ajeitou a franja.

– Eu acho melhor ir... Agora.

– Eu vou te... Acompanhar até a porta. – A garota também parecia não saber o que fazer.

Os dois caminharam, ou melhor, cambalearam até a porta.

– Obrigada por hoje.. – Falou a garota à porta, com a cabeça encostada à parede.

– Que bom que não estraguei a noite, né? – Deu um sorriso.

– Hm. – Ela não se moveu, parecia cansada... E feliz. O coração do garoto acelerou. Ele se virou e começou a andar... Mas uma pressão em seu diafragma o fez parar. Ele se virou novamente, ela ainda estava lá e o observava.

Ele ficou ofegante. Deu alguns passos na direção dela e acelerou até correr e alcançá-la, beijando-a novamente, encostando-a a parede e fechando a porta da casa de Lucy.

Acho que Natsu não dormirá em casa esta noite...

...

É um novo dia. Hora de acordar, fazer o café diário, me espreguiçar na minha cam... Espera. A loira abre os olhos. Esse não é o teto do meu quarto... Ela se levanta e reconhece o lugar.

– Eu dormi na sala do ateliê?! – Perguntou a si mesma, não se lembrava de como havia chegado em casa na noite passada.

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– Hm.. Lucy? – A garota não havia percebido a presença do garoto.

– Natsu?! – Ele a fitou. Arregalou os olhos e se olhou. – Arh... – Roupas... Ao menos não fizemos o que eu estou pensando.

– ÓI! – O garoto se levantou. – Como vim parar aqui?! – Finalmente reagiu?

– Você também não sabe?! Argh. – Ela massageou a testa. – Ótimo...

A campainha toca.

Lucy arregala os olhos e fita o rosado.

– Ah não! Que horas são? – Ele coça o olho e olha o relógio.

– Droga! – Ela tapa a boca do garoto.

– Shhh! – Ele segura a mão dela tirando-a de sua boca para falar, então sussurra.

– Já são 7:00. Eu deveria ter colocado a comida do Happy!

– Aquele gato, provavelmente, só vai fugir, como sempre. – Reclamou a loira. – Droga... Estou atrasada! Deve ser a Yukino! Vai ter que sair pela janela e pular! Ela não pode saber que dormiu aqui!

– O quê? – Ouviram barulho de chave.

– Ah não! – Ela puxou o rosado em direção às escadas.

– Ói!!!

Eles subiram as escadas e a loira tentava convencer o rosado a pular.

– Nem pensar, Lucy! Se eu quebrar uma perna? Ou um braço? Como vou desfilar?

– Eu te reembolso, só sai daqui antes que—

– Luucy??

A loira parou e olhou para o garoto por um momento. Subitamente começou a empurrá-lo em direção à janela.

– Por favor, Natsu!!! Saia pela janela, ela está subindo!!!

– Não, é muito alto!!

– Lucy? Tem alguém com você?!

Eles continuaram brigando e acabaram caindo no chão e o garoto ficou em cima da loira.

– Lucy, estou entran—

A perolada arregalou os olhos.

– Oh my! – Ela tapou a boca. – Natsu-san?!

– Yo, Yukino-san... Heh... – O rosado acenou sorrindo, ainda em cima da loira.

Lucy cobriu o rosto com as mãos e fechou os olhos. Droga...