Schizophrenic

26 de março de 2015


“26 de março de 2015

Caro Christopher,

o dia hoje na escola foi... monótono, é um saco eu estar sem minhas atividades extracurriculares, tô perdendo tanta coisa, mas Bryan me garantiu que só iria de fato falar em detalhes sobre o musical quando eu voltasse. Ele ainda tá nesse teatrinho de gostar de mim?

Ao voltar para casa, a encontrei só pra mim (e os diversos empregados), gostei da ideia de ficar sozinho, pelo menos não teria ninguém para me incomodar. Joguei videogame a tarde toda, era incrível o fato de eu conseguir tirar boas notas, quer dizer, eu não estudava porra nenhuma. Lembra dos nossos estudos em dupla e nossos esquemas de cola? Saudades daquela época.

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Tem alguém na porta agora,

até mais, Chris.”

Minha mãe abriu a porta e entrou com algo em suas mãos.

–Achei. - ela jogou o álbum no meu colo.

Eu abri o álbum rapidamente e o foliei.

–Não sabia que fotos de você e Isaac lhe seriam tão importantes.

Todas as fotos, todas onde Christopher estava haviam sido trocadas, onde estavamos Isaac, Chris e eu, só havia Isaac e eu. Paracia que meu amigo havia sido apagado das fotos.

–O que fez com minhas fotos? - perguntei.

–Suas fotos? Não são suas Adam, estavam na minha estante, há muito tempo, e eu não fiz nada com elas, porque?

–Cadê as fotos onde Christopher aparece?

–Você tem tomado seus remédios?

–Sim. - menti

–Então porque continua perguntando sobre Christopher? Adam, ele não existe, nunca existiu. Você já tem quase dezoito anos, não está mais na hora de eu ficar lhe vigiando, vendo se você tomou seus remédios. Está na hora de você encarar o fato de que Christopher é só um efeito colateral da sua doença.

–Saia.

–Elas nunca existiram, Adam. Nunca.

Ela saiu, e eu joguei o álbum com força na parede.

Porque querem que eu me torne um louco, Christopher?