Na sexta-feira

Na sexta-feira, Lia acordou antes de seu despertador tocar, a agitação não a deixou dormir, mas também não estava com sono. Se levantou e foi até a janela admirar o sol enquanto contemplava o silêncio.

Depois de um bom tempo na mesma posição, pegou sua agenda de autógrafos para ver os da quinta da semana passada. Por mais que soubesse exatamente como era cada assinatura, vê-las a fazia feliz.

Quando abriu, o marcador já estava na página dos últimos autógrafos. Na agenda era possível ver cinco assinaturas: a de Anderson, Daniel, Tauszig, Andrei e Pimenta, ou seja, todas estavam lá, menos a de Elídio. Ele não tinha autografado, mesmo ela tendo entregue a agenda. Sentiu que precisava de uma explicação, e era atrás disso que ela estava indo, abriu a conversa e, sem dar importância para a mensagem dele, foi logo perguntando.

Você: Por que você não autografou a minha agenda?

Logo depois foi tomar banho, já estava quase na hora de ir trabalhar.

...

Quando chegou seu horário de almoço, foi para o refeitório com o celular em mãos. Viu que ele tinha respondido, mas não ficou feliz como das outras vezes.

Elidio: Até que enfim você percebeu, já estava demorando! Não autografei para poder ter um pretexto para te ver de novo.

Ficou um tanto desconcertada e sentiu seu rosto esquentar, mas não quis que isso transparecesse em suas palavras.

Você: Talvez pareça meio bobo, mas é uma tradição de fã, sabe? Essa agenda vai me acompanhar em todos os espetáculos, até que todas as paginas fiquem cheias de autógrafos.

Elidio: Vamos fazer o seguinte: você aceita sair comigo e eu autografo quantas paginas você quiser. O que acha?

Naquele momento ela não era capaz de achar nada, sentiu um arrepio percorrer todo seu corpo como se sua temperatura tivesse despencado, era incapaz de acreditar no que lia. Tentou escrever diversas vezes mas nada parecia apropriado. Por fim, encerrou a conversa:

Você: Parece que temos um encontro.