Amigos, ou inimigos ??

Aeroportos são uma droga!!


17 de novembro de 2014 (segunda-feira)

E lá estava toda a Argentina, tão pequena pela vidraça, e agora quase que odiada pelo adolescente de olhos verdes, que estava com cara de poucos amigos no avião. Mas a cidade não era totalmente odiada, Diego se negava descontar a sua raiva em qualquer coisa que não tivesse culpa em seu romance inesquecível, que agora era fracassado.

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– adeus Francesca _ ele murmurou como se a garota fosse ouvir, no fundo ele sentia uma angustia, mas não iria admitir, não enquanto essa história tivesse superada, bem superada.

– falou alguma coisa? ­_ o homem que estava ao lado perguntou.

– nada que ti interesse _ Diego virou a cabeça demonstrando que iria dormir, o homem riu, e era por um desses motivos que ele odiava avião, mesmo quase não os usando em sua vida. No mesmo momento pensou no dia em que Francesca voltava de viajem, e que coincidentemente ele esbarrou nela, pensar que ali foi um recomeço dos dois, e um começo para o seu próprio sofrimento, era isso que ele pensava. Definitivamente ele odiava aeroportos e tudo que era ligado aquilo, mais por algum motivo não conseguia odiá-la.

– garota, com certeza foi alguma garota, se quiser contar a história fique à vontade, o voo vai demorar mesmo _ Diego ignorou, mais depois de uns 15 minutos ele percebeu que não conseguiria dormir.

– que droga _ o companheiro de viajem desconhecido riu, abaixando o tablet de última geração, nada menos que o esperado já que estava em um voo na primeira classe, o senhor que aparentava o seus trinta e poucos anos fez um olhar sugestivo que dizia: agora aceita minha proposta?

– vamos lá, eu necessito de uma boa história, me conte logo, e desde o começo se não incomodar.

– ahgr, sabe o que me irrita? Esse seu sotaque italiano. Não dá pra tirar ele não?

– então é italiana? Isso explica a raiva, o que elas tem de calientes _ falou dando uma piscada e expondo o máximo do seu sotaque espanhol, mas que Diego logo jugou por parecer mais para mexicano _ tem uma grande atração por se meter onde não deve, e de fazer coisas idiotas. Mas não vamos perder mais tempo, conte logo.

– por que acha que vou te contar?

– pelo simples fato de não conseguir dormir. Vamos lá, se renda.

E Diego se rendeu, contou história desde o princípio, e o homem por incrível que pareça demonstrou um interesse estranho, mais ainda sim um interesse.

– ...ai a gente estava em um baile estranho, e ela toda carinhosa, e linda. A festa acabou e quando vi, ela beijando o ex-namorado, pensar que eu me jogaria na frente de um trem por aquela garota.

– você tem duas opções. 1- esquecer tudo e nem pensar o porquê dela ter feito isso, ou 2- ela descobriu que ela na verdade ama o ex, e tem a 3...

– você disse duas opções, e não três _ o homem revirou os olhos demonstrando que não havia gostado da cortada que o mesmo levou.

– e a 3- que é, ela te ama e fez isso por um motivo maior _ Diego riu.

– que diabos de motivo?

– você estaria aqui se não tivesse terminado com ela?

– não.

– então, ela deve ter feito por causa disso, se não fosse pela sua desilusão amorosa não reveria seu pai, e nem conheceria os seus avos e nem o resto da sua família.

– você não me ouviu direito? Eu disse que ela não sabia de nada.

– de acordo com você ela não sabia de nada, mas quem não me garante que ela foi esperta e não conseguiu descobrir, já ouviu a expressão, conversa se espalha rápido? Ou aquela, paredes tem ouvidos? Pois é garoto as coisas nem sempre são o que parecem _ o homem cheio de ditados se levantou e pegou uma mala pequena no compartimento acima deles e se dirigiu a saída, Diego fez o mesmo, como todos dentro do avião.

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Saindo e se dirigindo ao saguão o garoto observa várias placas com diversos nomes, e finalmente encontra uma com o nome dele, logo vendo seu pai, mais calvo do que ele se lembrava e mais sorridente, mas ainda sim seu pai, e atrás dele vê uma multidão de garotas com cadernos pedindo autógrafo ao seu companheiro que pelo visto não era tão desconhecido para espanholas. Depois de um tempo Gregório reconhece o filho, e o abraça, segurando as lagrimas vê como o menininho das fotos cresceu, era no mínimo emocionante, mesmo já tendo o visto pela webcam.

– não acredito pai, vai chorar por minha causa? _ Diego falou finalmente dando um sorriso de felicidade verdadeiro, que ele não dava desde a noite passada.

– filho não te vejo desde seus 11 anos, tenho direito de ficar emocionado, pensar que domingo você já vai completar 18, já vai virar um homem, e é por causa disso que eu quero que você tire a carteira, ai eu posso te dar um carro.

– não pai, eu não quero carro.

– mais filho...

– eu sei que você é rico e tudo mais, mas por enquanto não precisa.

– está bem, mas se você quiser, é só me pedir.

– está bem, mas me diga, o que é a daquele home lá? _ apontou para o desconhecido do avião.

– tá falando do Martino Farias? Ele é um italiano, escritor de romances e diretor de um filme do mesmo gênero que fez muito sucesso na Europa. Sabe como eu sei disso? Sua prima Érika, ela é obcecada por esse cara _ apontou para uma garota histérica de cabelos loiros encaracolados _ e lá está ela, pensar que ela já faz faculdade.

– de que?

– arquitetura, mais você pode ver que ela parece mais criança do que uma mulher, mas a garota ainda é jovem, acabou de completar 20 _ o tal Martino saiu com ajuda de seguranças, e Diego ficava se perguntando em que mundo um escritor era tão famoso assim.

– consegui!! Consegui!!_ a garota loira pulava.

– ótimo, seu pai vai se orgulhar _ falou sarcástico.

– muito engraçado tio, espero que não seja tão carrancudo quanto ele _ ela apontou para o pai dele.

– Diego _ ele estendeu a mão se apresentando, ele tinha gostado da garota, era no mínimo divertida.

– Érika _ ela segurou a mão dele o cumprimentando _ tomara que não odeie o meu irmão mais novo, quer dizer pelo seu estilo não deve se dar bem com o mauricinho do Tomás _ falou e ele olhou para sua simples camisa branca e jaqueta de couro.

– Érika! _ Gregório a reprimiu.

– o que é? O Tomás é irritante.

– não ligue para ela. Tomás é o típico garoto popular do colégio, mas não significa que ele seja uma má pessoa, tem a sua idade e faz aniversario uma semana depois de você, fazendo com que vocês sejam colegas de turma. De qualquer maneira tem que se dar bem.

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21 de novembro de 2014 (sexta-feira)

Fran, não chora _ Camila falava afagando os cabelos da amiga.

– e se ele nunca me perdoar? E se me desprezar quando voltar? _ falou se levantando do colo da amiga _ acho que pensando melhor, essa ideia não era tão boa _ falou fungando, e limpando as lagrimas que lutavam para cair.

– sério Francesca!! _ a italiana voltou a chorar _ olha se acalma, eu não queria ser tão dura mas...

– não Camila, você não vai falar aquela frase.

– eu te avisei.

– eu disse pra você não falar _ deitou na cama de forma brusca, mas logo se levantou com o barulho da porta.

– como é que tá a minha prima preferida? _ Federico entrou com vários potes de sorvete, já sabendo da situação ficou indignado e quase ligou para Diego contando a verdade, mas depois do chororô de Francesca ele desistiu da ideia, decidiu não se meter na vida amorosa da garota _ trouxe vários sabores, não sabia qual vocês iriam escolher _ falou os colocando no pequeno criado mudo _ mais e ai o que vai fazer?

– eu ainda não sei _ falou fazendo cara de quem iria chorar mais, porem se segurou _ no momento me enterraria em um buraco e só sairia de lá quando tivesse certeza de que ele ainda poderia me amar como antes, por que sei que ele já não me ama, não depois do que fiz.

– mas você não deu aquela cartinha a Lola?

– é, antes do baile eu escrevi uma carta de despedida pedindo o perdão dele e dizendo que ainda o amo e que não podia explicar o motivo de tudo, entreguei segunda de manhã antes dele partir para a Lola, mas eu não tenho esperanças, entregar uma carta de amor a uma garota de 8 anos é meio clichê, e mesmo ela tendo feito tudo direitinho e colocado na mala, quem não me garante que Diego não vai rasga-la antes mesmo de abrir.

– esperanças amiga, esperanças.

– é só o que me resta Cami.

– olha eu entendo e tudo mais _ Federico falou sendo o único homem naquela conversa _ mas o que tá feito, tá feito, e não dá para voltar a trás. Fran, não fica parada ai vegetando parecendo um cadáver, isso só te faz mal, a tia Pietra não gostaria nada de ver a filha dela nesse estado horrível _ falou apontando para o cabelo desgrenhado e os lábios rachados, sem falar nas olheiras e a palidez por não sair do quarto desde segunda.

– e o que é que você quer que eu faça? O cara que eu amo me odeia Fê!!

– que você saia desse quarto que já fede a mofo, e viva, só estou pedindo arrego Fran!! Já não aguento mais essa depressão, quando cheguei na argentina descobri que você não era sincera com as pessoas ao seu redor, fingia sua personalidade, e não te juguei por ver você feliz com um namorado, mesmo com essa montanha de mentiras que te acompanha, fico até pensando se isso não te cansa? Fingir ser o que você não é.

Ela abaixou a cabeça se sentindo envergonhada, sabia que ele estava certo.

– do jeito que você está agora precisa se agarra ao único fio de felicidade que te resta até ele chegar, que é você mesma. Ou você acha que era feliz sendo a falsa que era? _ ela negou com a cabeça _ pois é, mesmo com sua amiga ainda não conseguia um sentimento bom que fosse. Eu só te peço para seguir em frente, não estou pedindo para esquecer o Diego, mas sim se tornar uma mulher forte e que não liga o que os outros pensão, e quando ele chegar não vai ver uma Fran como algo quebrado que ele teve que concertar no passado, mas sim uma mulher forte, que é tão apaixonante quanto era.

Ela não falou nada só o abraçou, era aquilo que precisava ouvir, ela precisava voltar a ser a Francesca de antes, não a garota antes de namorar Diego, mas a garota antes mesmo de namorar Axel, alguém que era forte e sabia o que tinha de fazer e quando fazer.

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E do mesmo modo que o antigo Diego estava de volta, a antiga Francesca também estava. E como ela dizia antes:

Que se dane todo mundo, pois eu tenho o direito de ser feliz, e é isso que vou ser, uma garota feliz que não se abate por nada, vou ser simplesmente Belline.