Keep it a Secret
iGuess No One Cares
PDV - Freddie
Esta será uma noite especial, mas não tão especial quanto ontem.
De longe, foi o melhor dia da minha vida. Nada de errado aconteceu e, por esse motivo, eu acho que a minha má sorte finalmente terminou.
Expliquei todos os detalhes para o Gibby, por telefone:
Eu: ... Daí entramos no cinema de San Diego. E só tenho uma coisa a dizer desse filme: O melhor de todos. Mas não prestei tanta atenção por estar bastante ocupado pensando em como desenvolver uma conversa com o meu par. Entede, Gibby?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!O "Entende, Gibby?" era uma forma para saber se ele ainda estava me ouvindo.
Embora ele sempre respondesse: "aham". Tive esperanças de que ele dissesse algo diferente. Aliás, passávamos horas no telefone - já que não posso mais acessar a Internet.
Gibby: Aham...
Eu: Então, primeiramente, peguei na mão dela... Espera, ela que pegou na minha mão, mas não conte esses detalhes para ninguém ou serei motivo de zoação na escola! Entende, Gibby?
Gibby: Aham... Sei.
Revirei-me na minha cama, de pernas para cima, pelo Gibby ter dito um simples: "Aham... Sei."
Eu: Então, na cena final do filme, me declarei profundamente. Depois olhei bem nos olhos dela e... nos beijamos (Risos). E por fim, consegui um autógrafo do ator que interpretou o Nug-Nug... Mas isso não tem importância, pois, Molly e eu estamos namorando! Dá pra acreditar!?
Silêncio.
Eu: Gibby? Tá aí?
Estranho. Ele não desligou a ligação, porém não respondeu com o cansativo 'Aham'.
Talvez eu tenha matado o Gibs com os meus desabafos amorosos e melosos. Mesmo não sendo justo a forma que ele agiu. Puxa, eu o ouvi quando me acordou de madrugada para me dizer que o Perebas, seu animal de estimação, tinha pelos no nariz. Os amigos são para essas coisas... Pelo menos deveriam ser!
Eu estava prestes a ligar para uma outra pessoa, como o Brad ou alguém do Clube AV quando o T-Bo surgiu misteriosamente no meu quarto - ainda questiono a minha privacidade!
– Ei, Freddie, sua mãe comprou biscoito? - Respondo que 'sim'.- Você pode pegar para mim?
– Por que você mesmo não vai lá pegar?
– Porque sua mãe maluca está intocada na cozinha e, certamente, não irá deixar que eu coma o biscoito de soja antes do jantar! Mas se você for lá...
Sim, haveria um jantar especial. Por isso o T-Bo se preparava psicologicamente para os seus momentos casuais.
– Tá bom. Eu pego. - Sabíamos que uma mãe faria tudo pelo filho, e ela não poderia negar comida, mesmo que este filho faça uma birra. E, Qual é, ela permitiu a minha ida para San Diego, certamente não iria negar um pacote de biscoito, certo? - Antes... Você quer ouvir sobre o meu novo relacionamento?
– Isso envolve biscoitos?
– Não, Costela!
– Então deve ser chato... - Ele fez uma careta estranha para mim. - Vai logo pegar o meu biscoito!
– Tá!
Ainda estou surpreso por ela ter dado permissão para ir até San Diego. Não sei se esse é o momento certo para agradecer, ela estava gritando com alguém no telefone, enquanto cortava uma cenoura:
Marissa: Temos um acordo, sua delinquente-de-meia-tigela! Você deve me contar tudo sobre aquela pilantra...
Daí ela rapidamente desligou a ligação quando sentiu a minha presença.
– Mãe?
– Freddie...
– Com quem estava falando?
– Com a minha psiquiatra particular. - Ela rapidamente me deu as costas para terminar o jantar. - Sabe como é essas pessoas de hoje em dia. Eu marquei uma consulta para amanhã e... Ela cancelou!
– Sei...
Os argumentos da minha mãe não faziam o menor sentido. Até onde eu sei, ela só se consultava com um psiquiatra, chamado Rick, e nunca a vi xingá-lo daquela maneira. De qualquer forma, decidi não me intrometer nos assuntos particulares dela.
– Mudando de assunto. - sorri. - Vim agradecer por ter me deixado ir para o cinema Premiere com a Molly. Nós... agora estamos namorando.
Ela deixou o facão cair no chão.
– Como é!?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Namorando, mãe.
Agora ela estava de boca aberta.
Retirei um biscoito do armário. Por incrível que pareça não recebi nenhuma reclamação por essa atitude - talvez pela minha mãe estar paralisada.
– Freddward Benson! - Ela deu um dos gritinhos estéricos. - Não! Não! NÃO! Você não vai namorar aquela tonta e ponto final! - Ela andou em voltas, ainda olhando para o telefone celular, nervosa. Ela também parecia sussurrar: "Tudo culpa daquela delinquente". - Não! Eu o proíbo de namorar qualquer outra pessoa da Internet e... E você está de castigo!
– Castigo!?
Não entendo a minha mãe. Uma hora ela aceita a minha saída para o cinema (numa cidade diferente) e na outra, ordena que eu desista do meu namoro.
– Não acredito que você está fazendo isso comigo!
– "Você", não! 'Senhora'...
– "Senhora!" - imitei a voz dela, enquanto fazia uma careta monstruosa. - Será que algum dia eu vou ser independente o bastante para sair da sua barriga!?
Ela não respondeu. Também me senti um pouco arrependido por ter dito isso.
O T-Bo entrou na cozinha, mesmo percebendo um clima de discussão no ar.
– Vá arrumar o seu quarto, Freddie. Sua tia e sua prima, Amanda, já devem estar chegando para o jantar!
– Droga! - Sai enfurecido da cozinha, mas voltei, mais irritado, para entregar o pacote de biscoito nas mãos do T-Bo. - Aproveite o seu biscoito.
– Pode deixar! - exclamou ele.
Fiquei trancado no meu quarto, escutando as piores músicas e lendo um livro de ficção científica. Ainda assim, pude ouvir a discussão da minha mãe com o T-Bo sobre o lance do biscoito.
É nessas horas em que sinto que estar vivendo a Segunda Geração do Romanstimo.
"Acho que ninguém se importa de verdade" - pensei. E fazia sentido já que nem o Gibby estava suportando as minhas conversas.
– Freddie, venha cumprimentar a sua tia e sua prima! - gritava a minha mãe, enquanto batia, repentinamente, na minha porta.
(***)
Todos sentados à mesa.
T-Bo usava o antigo terno, ainda eram visíveis as manchas de churros. Ao seu lado estava a minha tia Susan usando um chapéu e uma luva anti-germes e na ponta, a Amanda, como sempre... Repugnante.
– Aí está ele. - comemorou tia Susan. - Venha, Freddie, junte-se a nós.
Sentei de frente para Amanda, que mantia um forte contato visual comigo, enquanto colocava uma porção de cogumelos no prato.
– Como vai a escola, 'Fr-reddie'? - perguntou ela, curiosa.
– Vai muito bem.
Minha mãe saiu da mesa para por a minha comida, eu poderia fazer isso, se ao menos ela deixasse...
– Ah, espero que consiga passar numa boa universidade. - disse ela. - Você deve se lembrar da sua tia Jennifer... Não seja como ela. Até hoje não conseguiu um emprego descendente.
– Valeu, tia Susan.
Como se não bastasse a minha mãe, a minha tia Susan também gostava de se intrometer na minha vida. Em outras palavras: "Eu simplesmente amo a minha família!"
– Então, já escolheu a sua área?
– Ainda não... Mas estou quase lá.
Ela sorriu.
– Bem, a sua prima aqui - Ela apontou um garfo para a Amanda.- escolheu saneamento básico, não é mesmo?
Amanda parou de comer e concordou com a cabeça, ao mesmo tempo, soltou uma risada extremamente estranha.
– Isso mesmo! - disse Amanda, com a boca cheia.
Por alguma razão, isso me fez lembrar da Sam e seus incríveis modos de gentileza & formalidade.
– Acho melhor você correr atrás da sua área.
Tia Susan insistiu em manter o mesmo assunto, pelo menos era melhor do que falar sobre bactérias. Essa poderia ser a única conversar daquela noite.
Mas aí o T-Bo decidiu se socializar um pouco. Até que poderia ser legal, se ele não tentasse expressar o seu momento culto:
– Esse vinho tem grande potencial calórico, embora não expresse nenhum teor de álcool para nós, veganos deslumbrantes - observou ele, balançando a taça para o alto. - Se eu tivesse a honra de descrever essa bebida, eu diria: autêntico. - 'Coisa' que eu nunca vou ser.
Amanda abriu um sorriso.
– Ótima analise, senhor... Terrence Jeter - vulgo T-Bo.
– De nada, Susan.
Só eu percebi um clima bizarro entre os dois?
Talvez...
A minha mãe estava ocupada demais terminando de preparar a sobremesa na cozinha e a Amanda tentava chamar a minha atenção com aqueles olhares determinantes.
– "O que você quer, garota!?" - sussurro para ela.
Não obtive nenhuma resposta.
Minha mãe finalmente se fixou a mesa, mas já era tarde de mais.
– Quem vai querer sobremesa!? - perguntou ela.
Em si, o jantar 'especial' foi um saco. Ainda tive que acompanhar a minha tia e prima na saída do Bushwell Plazza.
Quando voltei ao corredor, avistei um ser de cabelos loiros quase arrombando a porta do meu prédio.
Tive então que apressar os meus passos para evitar o pior:
– Sam!? - perguntei, incrédulo. - O que faz aqui?
Pergunta estúpida, mas necessária.
Claro que ela não veio ao meu apartamento para me ver e ela não iria admitir isso.
– Não te interessa, cara. - Ela pós as mãos nos bolsos.
Puckett estava quase indo embora.
– Interessa, sim! - gesticulei, fazendo-a voltar. - O que está fazendo na porta da minha casa!?
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