Paraíso de Verão

O Fácil é Chato.


Acordo cedo. Quero somente ter uma boa despedida, sem choro, sem tristeza. Não quero passar meus últimos minutos com Nico pensando em como a vida é ruim e que voltar pra realidade é pior. Eu sabia que isso aconteceria antes de vir pra cá por isso não queria me envolver.

Mas nada aconteceu do jeito que eu planejava. Ainda bem.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

A casa está silenciosa, desço as escadas sem fazer barulho e quase morri ali na escada mesmo ao sentir uma respiração batendo nos meus cabelos.

Nico, é claro. O fantasma abençoado dessa casa.

Acalmo a respiração.

— Você, realmente, precisa parar com isso. - Porém, eu estou sorrindo.

— Força do hábito, desculpa. - me viro. - Então, hoje você vai embora? - meu sorriso desaparece. Ele está me encarando com aquelas orbes escuras e sinto minhas defesas ruírem.

— Sim. - desvio o olhar.

— Bom, eu planejei... - Ah Deus, abro outro sorriso e... Minha nossa! Quando foi que eu fiquei tão sorridente? - Uma despedida a altura para você. - Respirei fundo.

— Nada de jantares românticos, cantores ou música?

— Nada disso.

— Nem encontros triplos?

— Não.

— Ok. - Sim, se você acha que eu estou sorrindo de novo, você acertou. - Que horas saímos?

— Agora, espero que esteja pronta. - aceno com a cabeça e termino de descer com ele me seguindo.

Tudo o que eu mais quero é ficar aqui.

***

— Não acredito que você me trouxe para cá. - eu falo saindo do carro. Estamos no mesmo lugar que Nico me trouxe no dia do meu encontro de 4 minutos.

— Eu gosto daqui, me traz boas lembranças. - mando um olhar interrogativo. Se bem me lembro tivemos uma pequena briga aqui. - Todas com você, foi aqui que eu percebi que valia a pena lutar por você. - coro. - Nem sempre você está comigo fisicamente, mas acho que não teve um dia, desde que te conheci, que você sai da minha cabeça. - coro mais ainda e pigarreio para disfarçar.

Menina. Agarra esse garoto.

Nico, realmente, não pode sair dizendo essas coisas pra mim.

— Você não pode sair dizendo essas coisas pra mim. - ele sorri. Aquele sorriso de canto, mas ao mesmo tempo verdadeiro e gentil. Faz eu me derreter e... Oh Deus.

Para de se reprimir, você já está perdida.

A verdade é que eu soube que estaria perdida assim que vi Nico pela primeira vez, sabia que era problema, mas não pude evitar.

O fácil é chato.

O problema é sedução.

Então, joguei minhas preocupações para o alto.

E joguei meus braços em seu pescoço.

— Um dia eu vou ficar bem, só pra te querer mais.

— Cala a boca. - sufoquei seu riso quando coloquei meus lábios contra os dele. Um beijo intenso e saudoso. Ele me interrompe.

— Espero que o tempo voe para que você retorne pra que eu possa te abraçar e te beijar de novo. - comecei a rir e ele também.

— Onde você acha essas coisas?

— Eu procurei ontem na Internet.

— Para de ser ridículo e para de ficar falando essas coisas bonitinhas pra mim. Elas me enojam.

— Não Thalia, eu ainda tenho um monte, você não pode me cortar agora.

— Posso sim.

— Você não tá entendendo, eu decorei todas elas. - seus olhos estão levemente arregalados e eu começo a rir.

— Você tem que parar com isso.

— Queria ser navegador desse seu mundo estelar. - não consigo parar de rir.

— Meu Deus, Nico.

— E me beija com calma e fundo, até minha alma se sentir beijada. - paro de rir.

— Só se você parar com essas frases toscas.

— Fechado.

As horas passam e eu perco noção do tempo, a única coisa que me importa é os lábios de Nico nos meus, a maciez de seus cabelos, a sensação que sua pele deixa na minha toda vez que ele encosta, roça, toca.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Annie me manda uma mensagem.

"Está na hora de irmos."

E o nome de uma praia abaixo.

Suspiro e fecho os olhos, o braço direito de Nico está em volta dos meus ombros e eu estou deitada no seu peito, desenhando coisas no tecido de sua camiseta.

Me levanto.

— Eu preciso ir. - ele abre os olhos.

— Já? - concordo com a cabeça.

— Me deixa no hotel, eu tenho que pegar o carro da Annie. - ele concorda com a cabeça e vamos em silêncio até o hotel. Ele para o carro em frente, tiro o cinto e me viro para ele.

Eu poderia passar o resto da minha vida olhando em seus olhos e nunca me cansaria da sensação.

Me aproximo e dou um beijo rápido em seus lábios. Ele encosta nossas testas e me encara por um tempo.

— Isso não é um adeus. - ele diz.

— Não mesmo. - abro um sorriso travesso e me afasto. Pego a mala no banco de trás e desço do carro. Dou alguns passos e volto até o carro. Nico me observa com um sorriso no rosto.

— Por que você sempre faz esses encontros bizarros e diz essas fases açucaradas pra mim? Mesmo sabendo que eu não gosto. Ele dá de ombros.

— Gosto de ouvir o som da sua risada. - rio. Oh Deus, não sinto nenhuma vontade de vomitar ou me jogar do oitavo andar - como sempre imaginei que seria se um dia ouvisse isso. Me viro novamente e caminho até o hotel.