Amnésia

Capítulo 4 - Segredos - Parte 1


Quando Alex acordou, ele não se sentia bem. Em primeiro lugar porque a sensação que ele se sentia antes de desmaiar não havia passado por completo, logo ele não conseguia se mexer; e em segundo lugar porque tinha uma lâmpada bem no rosto dele.

– Nome? – Disse uma voz.

– O quê? – falou Alex.

– Perguntei seu nome.

– Alex...

– Seu nome completo!

– Alexander Spencer Smith...

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– Ótimo nome.

Alex percebeu que a pessoa estava anotando o que ele falava a lápis.

– Idade?

– 15... Espera, por que você está...

– Nome da mãe e do pai?

– Clara Smith... E Edward Smith...

– Muito bem, isso é tudo por enquanto.

A pessoa desligou a lâmpada que estava nos olhos de Alex. Logo quando a sua vista voltou ao normal, o garoto viu que estava em uma pequena sala aonde havia apenas a cadeira onde ele estava sentado, uma mesa a sua frente, um homem de terno sentado em um banco e uma mulher com cabelos castanhos e presos de pé do outro lado da mesa.

– Se sente melhor Alex? – Disse a moça, e o garoto percebeu que aquela voz de antes pertencia a ela.

– Mais ou menos... – disse Alex – Espera... Onde eu estou? Cadê o Chris e a Sarah? O que vocês querem de mim? Vão me prender?

– Nossa! São muitas perguntas! – Disse o homem que até agora tinha permanecido calado – as respostas seriam: você está na central da S.I.O.R.C.; os dois estão a caminho dessa sala; queremos que você se acalme e não, não vamos lhe prender. Feliz e calmo agora?

– Bem...

De repente entraram três pessoas na sala que eram Michael, Sarah e Chris. Logo Michael foi em direção a Alex e falou:

– Olá Alex! Está tudo...

Porém o garoto com raiva socou Michael no rosto, mas este não reagiu ficando parado com a cabeça virada no sentido do soco.

– Alex! Por que fez isso? – disse Sarah.

– Não se preocupe Sarah, eu estou bem – falou Michael sem demonstrar dor – Mas bem que você podia pegar leve Alex, você tem mais força do que aparenta ter sabia?

– Explique de uma vez o que está acontecendo – exigiu Alex.

Logo Michael em um suspiro começou a explicar:

– Muito bem... Tudo começou há 10 anos, a nossa organização ainda era nova e tínhamos poucos contratados...

– Mas afinal quem são vocês? – disse Chris, mas sua voz parecia fraca, como se ele estivesse um pouco abalado.

– Somos uma fundação secreta do governo que cuida de casos que os simples policiais e detetives não conseguem solucionar – falou o homem que estava sentado no banco.

– E você é...?

– Ora, não me reconhecem?

Alex deu uma olhada no homem: ele usava um chapéu, então não dava para ver seu rosto, porém sua voz...

– Tio Paul?!

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O homem se levantou e tirou o chapéu revelando ser mesmo Paul. Ele explicou brevemente que havia sido contratado há alguns tempos e que tinham o mandado observar Alex, logo o senhor Spencer inventou uma desculpa para poder ficar na casa do garoto e observa-lo de perto.

– E porque vocês iriam querer fazer isso comigo?

Michael interveio e disse:

– Tudo irá ser explicado caso me deixem terminar a minha história.

O homem olhou para os outros e eles assentiram.

– Pois bem – continuou ele – como eu dizia, há 10 anos , quando tínhamos apenas 5 anos de existência, havia um caso peculiar acontecendo, mas que, no entanto nós não demos importância no momento. O problema era que certo grupo de pessoas que estava tendo certos desaparecimentos, parecia ser em apenas uma região, então nós deixamos esse caso para os policiais do lugar.

– E foi esse nosso erro... – disse a mulher.

– Com licença Amy, estou tentando dar uma explicação aqui. Enfim; com o passar dos tempos essa história acabou se alastrando por todo o E.U.A. e as pessoas que desapareciam eram encontradas com algo a mais...

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– E o que seria isso? - Disse Alex.

– Amnésia! Eles não conseguiam lembrar-se de quem eram.

Todos ficaram calados por um tempo até que Sarah disse:

– Mas o que nós temos a ver com isso?

– Bem – Disse tio Paul – vejam aqui os motivos.

Ele entregou um papel a cada um, porém foi escutado um alarme e Michael, Paul e Amy disseram que tinham que sair, mas que voltariam logo.

Então os três adolescentes foram deixados na sala sozinhos. Eles não se falaram por um tempo até que Chris disse:

– Bem, deve haver uma saída...

– Do que você está falando? – disse Sarah.

– Estou dizendo que é melhor encontrarmos um jeito de sair.

– Cara, eles disseram que voltariam logo – Disse Alex.

– Vocês que sabem, eu vou é dar um fora daqui – disse Chris e ele entrou em uma porta que dava acesso a uma pequena sala.

Alex olhou para o papel que seu tio havia lhe entregado. Lá dizia:

Nome: Alexander Smith

Idade: 15 anos e três meses

Missão indicada: Amnésia

Data de início - término: 13/11/16 - / /

Observações - Qualificações:

Sem experiência, novato. - O agente é qualificado por ter relação com o caso e ser conhecido de agentes fixos da S.I.O.R.C.

Algumas das palavras rodaram na cabeça de Alex: futuro agente, relação com agentes, Amnésia... Mas uma frase não saia de sua cabeça: ter já relação com o caso; como teriam eles descoberto o seu “segredo”?

Era um assunto que não falava com ninguém a não ser com sua mãe (que também era envolvida). Enquanto Alex estava prestes a entrar em um “flash back” Sarah falou com ele:

– Ei, posso ver o seu? – Disse Sarah entregando o papel dela.

– Ah, claro.

Alex deu a sua fixa para Sarah e deu uma olhada na dela; tinha as mesmas coisas sem contar com a parte “qualificações” aonde tinha escrito:

A futura agente é qualificada por conhecer uma vítima no caso e por suas habilidades em caratê.

Sarah olhou para Alex e ele olhou para ela. Os dois haviam sem querer mostrado ao outro informações pessoais. Nesse instante Chris apareceu e disse:

– É, Parece que não tem como sair daqui...

Ele percebeu o ar tenso que tinha sido criado na sala e ficou meio sem jeito até perceber que os dois tinham trocado de fixa e estavam olhando o que havia na do outro. Ele se espantou instintivamente, pois eles provavelmente iriam pedir para ver a sua fixa e também porque Sarah tivera o descuidado de mostrar sua fixa para Alex; talvez por acaso ou talvez porque confiava nele.

Chris fez uma cara para Sarah como se dissesse: Como você pôde fazer isso? E Sarah respondeu com uma expressão de: Foi mal, eu não me toquei. Mas para a surpresa dos dois, Alex falou:

– Como pôde fazer o que?

Os dois olharam com espanto para Alex e Chris fez outra face que significava: Ele nos entendeu? Sarah fez algo do tipo: Impossível! Só nós sabemos fazer esse tipo de comunicação.

– Bem, então não se surpreendam, mas eu entendi sim.

Chris e Sarah ficaram parados sem demonstrar nenhuma expressão.

– Então... O que houve? – Disse Alex meio desconfortável.

– Como... – Disse Sarah – como você nos entendeu?

– Bem, eu percebi que consigo entender alguns tipos de expressões faciais, por exemplo: leitura labial.

– E como você aprendeu isso? – disse Chris.

– Não faço a mínima ideia.

– Você sabe que isso é estranho né? – disse Sarah.

– Sim eu sei, e é um pouco assustador.

Nesse momento Paul entrou na sala e disse:

– Então? Leram suas fixas?

– Sim, lemos – Disse Alex – mas pode nos explicar direito isso?

– Não entenderam ainda? Nenhum dos nossos agentes é mais experiente nisso que vocês três! Logo, Sarah, Christopher, Alexander; vocês são perfeitos!

Os três se olharam em um espanto: Teriam eles que revelar seus segredos por serem necessários? Paul percebeu o que havia feito e disse:

– Ah! É isso, nenhum de vocês sabe o que o outro sabe certo?

Os adolescentes baixaram as cabeças.

– Bem, não vamos ir muito rápido. Como vocês devem ter percebido na data da missão ela só terá inicio daqui a um mês, de cá para lá dá para vocês...

– Espera aí, e quem disse que queremos participar? – disse Sarah.

Chris olhou para ela e fez com o rosto: Não se preocupe, essa pode ser minha chance!

Mas Sarah parecia preocupada e Alex percebia isso.

– Vocês não têm escolha – disse Paul – ou vocês nos ajudam ou são envolvidos nisso permanentemente.

– Desculpe tio, mas até agora você falou e falou, mas não nos explicou claramente oque está acontecendo – falou Alex.

O homem logo viu seu erro.

– Certo... Bem, como o Michael já disse, tem esses desaparecimentos por aí, porém a policia americana percebeu certo padrão nos locais em que as pessoas começavam a perder a memória. Primeiro: elas ficavam desaparecidas durante precisamente 32 horas, segundo: elas reapareciam do nada no mesmo lugar onde foram vistas pela última vez...

– O que você quer dizer ao falar “do nada”? – disse Sarah.

– Eu quero dizer literalmente do nada – continuou Paul – porém elas já ressurgiam sem se lembrar de nada, de como chegaram lá, onde foram parar e quem eram eles mesmos.

Paul foi em direção a um quadro pendurado na parede que ninguém havia percebido até aquele momento.

– Recentemente, um “Douglas Stan” desapareceu e, como eu expliquei, reapareceu exatamente no caminho que dava de sua casa até a escola.

Paul pegou o quadro, mostrou a todos e continuou:

– Este é Douglas.

Os adolescentes olharam para o quadro que o homem os mostrava, nele havia um garoto com aproximadamente 13 anos, com cabelos castanhos e olhos cinzentos.

– E o que quer que nós façamos? – disse Alex.

– Bem, vocês irão lá e simplesmente interrogarão o garoto e sua família.

– E por que vocês mesmos não vão? – disse Sarah – Afinal seria bem mais seguro mandar adultos, certo?

– Se mandássemos nossos próprios agentes, com certeza alguém iria desconfiar; nós já mandamos adultos uma vez, porém quando eles iam entrando na casa... – Paul fez uma pausa.

– O que houve depois? – falaram os três ao mesmo tempo.

– Nós não sabemos, eles nunca voltaram para a central.

Todos fizeram silêncio por um momento.

– Então isso quer dizer que você está mandando três crianças para uma missão que é perigosa demais para adultos?

– Porém de uma maneira calculada para que não aconteça nada de ruim com vocês. Ninguém irá desconfiar de crianças, Então, irão participar?

Ninguém respondeu por alguns instantes.

– Eu vou – disse Chris.

– Você Chris? – disse Sarah.

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– Sim, eu. Se ele está dizendo que somos a única solução para esse mistério, quem somos nós para negar?

– Se você vai, eu também vou – falou Alex.

– Já vi que você está com uma dose de heroísmo hoje cara.

– É, acho que sim – os dois sorriram.

Os dois ficaram de pé e disseram:

– NÃO FALHAREMOS!

Porém eles olharam para Sarah, que não havia se decidido.

– Vamos Sarah – Disse Chris – Você tem que ir.

Os dois se comunicaram de novo, porém não pela linguagem facial, mas por uma feita pelas mãos que magicamente Alex entendeu de novo. Eles “falaram”:

É a minha única chance – fez Chris.

Já que é assim... – fez Sarah.

Sarah se levantou e disse:

– Muito bem, eu irei, afinal de contas alguém terá de botar esses dois na linha – ela colocou a mão à sua frente e continuou – Ficaremos juntos?

Chris colocou a mão em cima da dela e disse:

– Juntos.

Alex fez o mesmo e falou:

– Todos juntos.

Então todos jogaram as mãos para cima.