Amnésia
Capítulo 5 - Segredos - Parte 2
Após a conversa, Paul dirigiu os três por uns corredores e salas. Nas janelas que mostravam o lado de fora dava para se ver várias coisas, como salas de esportes, treinamento, de tiro, entre outras coisas.
Alex achou o lugar incrível e seu tio Paul lhe dizia: “você devia ver antes do prédio sofrer um acidente um ano atrás”. Logo os quatro chegaram a uma porta que dava acesso ao lado de fora, Paul saiu e eles o seguiram. Alex olhou para trás para ver o prédio onde estavam e acabou levando um susto, afinal, o local era enorme; não pela altura (tinha apenas quatro andares), mas pelo tamanho do terreno que daria mais ou menos o de um aeroporto de primeira linha.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Alex percebeu que eles se dirigiam a um pequeno prédio, aonde se via uma placa acima da porta que dizia: “quartos”.
O homem entrou no local e pediu para os três virem com ele. Dava para ver várias portas no local, cada qual com uma plaquinha dizendo um número e um nome. “provavelmente são quartos”, pensou Alex e depois pensou “dãã”.
Paul indicou três quartos vizinhos com os números 81, 82 e 83 e disse:
– Vocês passarão essa noite aqui.
– Mas por quê? Não podemos ir para casa? – perguntou Sarah.
– Você e Chris são suspeitos de ajudar Alex no incêndio. E Alex...
– Sim, a gente sabe – Disse Alex.
– Então a polícia está atrás de nós? – perguntou Chris.
– Isso mesmo.
– Bem – Falou Sarah – É melhor ficarmos aqui mesmo, certo?
Os dois garotos consentiram e cada um dos três entrou em um quarto diferente. O de Alex tinha uma cama macia, uma mesinha com uns livros e papéis, uma cadeira no canto do quarto, uma TV, um armário, entre outras coisas. O garoto viu que tinha uma porta que dava acesso ao banheiro; ele entrou lá, lavou o rosto e se viu no espelho, seus olhos azuis estavam cansados, e seu cabelo negro estava despenteado. Alex tinha a leve impressão de que havia esquecido algo importante, mas ele não se lembrava do que se tratava, então ele foi se deitar na cama.
Nesse momento Chris e Sarah entraram no quarto
– O que diabos vocês fazem aqui há essa hora? – Disse Alex indicando o despertador aonde se marcava duas horas e vinte minutos.
– Nós achamos melhor... – Chris começou a falar, mas Sarah completou:
–... Que se a gente quiser que todos sejamos parceiros nessa “missão”, temos que revelar nossos segredos.
Alex se espantou e falou gaguejando:
– Que... Que segredos?
– Se lembra de que você viu que na ficha dizia que eu conhecia alguém envolvida no assunto? – perguntou Sarah e Alex afirmou – bem, essa pessoa era o...
– Essa pessoa sou eu – Disse Chris, e ao notar a surpresa de Alex continuou - Bem, tudo começou há um ano...
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A história que Chris contava era a seguinte:
Até onde ele conseguia se lembrar, ele acordou um dia com uma terrível dor de cabeça e com o estômago embrulhado. Ele olhou ao redor e viu que estava em um quarto desconhecido. Chris se levantou e viu que o lugar estava totalmente revirado, como se alguém tivesse dado uma tremenda festa que, após perder a graça, fez com que todos decidissem arrebentar tudo.
Chris não sabia como havia chegado lá, mas logo quando o garoto se tocou de que não se recordava qual era seu próprio nome ou quem era ele, uma mulher com uma roupa de empregada entrou no quarto com uma pá e uma vassoura. Automaticamente ela levou um susto ao ver o menino e sem querer deixou cair os instrumentos.
– Você... – disse ela gaguejando – você... Como... Onde você...
Porém, antes que ela terminasse a frase – que provavelmente iria demorar um pouco para ser terminada – uma pessoa entrou pela janela (que Chris notou que tinha o vidro quebrado). A pessoa usava uma jaqueta preta, um chapéu e uma mochila rosa – que não combinava com o resto da roupa – a voz dela era feminina e jovem.
– O que está fazendo aqui? – Disse ela – nós temos que ir, agora!
– Quem... O que... – Chris tentou dizer algo, mas ele se encontrava tão chocado quanto a empregada.
A pessoa misteriosa segurou o braço de Chris e levou ele até a janela. Chris tentou protestar após ver que eles estavam prestes a pular do segundo andar da casa, mas a mulher continuava segurando Chris, então os dois pularam juntos.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Porém – para a alegria de Chris – eles caíram em uma piscina e o garoto estaria bem caso ele não tivesse notado que não sabia nadar e tivesse começado a se debater na piscina que por sinal era bem funda.
Mas quando Chris pensava que iria se afogar, a mesma mulher mergulhou na piscina para salva-lo. Chegando à superfície Chris começou a cuspir a água dos seus pulmões e a salvadora do garoto tirou o seu casaco e o chapéu que estavam ambos encharcados.
Ela era uma garota com aproximadamente 14 anos de idade, tinha cabelos ruivos, usava uma camiseta branca, jeans e seria uma menina muito bonita se não estivesse encharcada, com os cabelos bagunçados, com feridas nas mãos e um hematoma na testa.
– O que foi? – disse ela após perceber que Chris estava observando-a.
– Quem é você? – disse Chris.
– Não faça piadas logo agora – respondeu ela.
– Mas é sério! Eu não sei quem é você.
A garota pareceu espantada por um minuto, como se ela tivesse visto um fantasma, ou um zumbi, ou um bando de aranhas, mas o mais apropriado para a expressão dela seria os três de uma vez. Porém ela logo falou lamentando:
– Ah não... Você bem que disse que talvez isso tivesse de acontecer...
Chris continuava sem entender nada.
– O que... Mas do que você está falando? Espera... Você me conhece?! Pode dizer quem sou eu ou o que está acontecendo?
– Droga – disse ela com uma cara de quem ia chorar – eu não devia ter deixado você ir com ele...
Mas antes que ela pudesse continuar houve vários disparos vindos do portão do local (que Chris notou que era uma mansão) e a menina fugiu levando Chris pelo braço.
– Vamos! Temos que sair daqui, eles nos acharam!
– Quem nos achou?
A garota não respondeu. Os dois correram até o quintal da casa e pularam o muro até a casa do vizinho – que não gostou nada de dois adolescentes encharcados no seu quintal –, e depois foram pela varanda dele e correram para a rua. Porém Chris parou na calçada.
– Espera – Disse Chris ofegando.
– O quê? – perguntou a menina que se espantou (outra vez) com a reação de Chris.
– Eu não vou sair do lugar até que alguém me explique o que está acontecendo aqui!
Ao fundo, os tiros tinham parado e só tinha o som normal de uma manhã qualquer onde estranhamente dois jovens estavam discutindo na calçada. A menina pareceu indecisa, mas ela suspirou e então disse:
– Tudo bem, para começar, eu não sei qual é o seu nome de verdade, pois nós fomos apresentados um ao outro com nomes falsos, mas que eu saiba seu nome é Christopher Parker.
– Christopher... – repetiu Chris.
– E basicamente nós estamos em uma missão para encontrar...
– Espera aí, como assim uma missão?
A garota estava com um olhar angustiado, dava para perceber sua preocupação com as pessoas que estavam perseguindo eles segundos atrás.
– Escuta Chris... Posso te chamar de Chris? – o garoto assentiu – É que eu e você trabalhamos em uma agência aonde eles enviam adolescentes para certas missões aonde adultos seriam muitos suspeitos, entende?
– Hmm...
– Ótimo! Eles nos mandaram aqui para ver um caso de desaparecimento, aonde os agentes enviados foram: eu, você e um garoto que usava o pseudônimo de Jason Baker. Eu desconfiava de que ele pudesse ser um possível traidor, porém eu não falei nada até que quando nós nos separamos para investigar; ele foi com você e depois disso, durante aproximadamente um dia eu não lhe vi até que voltei aqui e... Bem, o resto você já sabe.
Chris incrivelmente acreditou naquela história absurda, afinal, ele sentia que era verdade e sentia que devia confiar nessa menina. Mas antes que ele pudesse perguntar qual era o nome dela os dois escutaram mais tiros e saíram correndo de novo.
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