Agora, Ronan!

~Pov Annia

Todos já estavam tinham ido embora, mas eu fiquei ajudando tia Luna a arrumar as coisas. As únicas que ainda não tinham ido embora eram Amélia – que ainda estava no quarto com Ronan, discutindo – e eu. Tia Luna me disse que ele me levaria em casa, mas eu não estou nem um pouco a fim de ir embora com os dois no mesmo carro.

—Já acabei aqui tia Luna, vou indo. –Eu dei um beijo em seu rosto.

—Obrigada querida. Por que não espera o Ronan? Ele deixa você em casa.

—Ele ainda está discutindo com a Goulartt, vão demorar e amanhã temos que acordar cedo para ir a Estação.

—Aah... Tudo bem então. Mais uma vez obrigada querida. –Ela sorriu pra mim e eu retribuí.

—De nada tia. Tchau tio Blás. –Eu o abracei.

—Tchau baixinha. –Ele continuava com o apelido de quando eu era criança. Sorri e fui em direção à porta.

—NÃO, RONAN! –Amélia descia as escadas gritando e Ronan atrás dela, também parecia bravo.

—Já está indo Annia? –Ele me perguntou.

—Já. –Falei.

—Eu deixo você em casa.

—Não precisa, não quero atrapalhar.

—Você nunca atrapalha. –Eu sorri levemente, mas Amélia passou por mim e esbarrou seu ombro no meu. –Ignora ela.

—Sempre ignoro. –Falei e ele riu.

Amélia entrou no carro dele e cruzou os braços, encarando-o com um olhar de “Se você não vier agora eu pego esse carro e vou sozinha!”.

—Tem certeza que não vou atrapalhar?

—Tenho, vem. –Ele sorriu e eu fui com ele até o carro.

Sentei no banco de trás e ela revirou os olhos.

—Como se não bastasse a Veela vadia você ainda vai levar essa aí em casa?!

—Em primero lugar: Não chame Alison de vadia, ela não fez nada. E em segundo lugar: Não chame a Annia assim. Você sabe que ela é minha melhor amiga.

—POR QUE VOCÊ É TÃO RIDÍCULO RONAN?! –Ele ligou o carro. Não que devesse dirigir, afinal ele ainda é menor de idade e ainda mais nesse estado.

—VOCÊ QUE ESTAVA BRIGANDO COM UMA GAROTA QUE NEM CONHECE SÓ POR SER VEELA E EU QUE SOU RIDÍCULO?! –A cada grito ele aumentava ainda mais a velocidade.

—ESTÁ ME CHAMANDO DE RIDÍCULA?!

—TALVEZ EU ESTEJA!

—DEPOIS DE TUDO RONAN?! DEPOIS DE TUDO O QUE NÓS PASSAMOS, DEPOIS QUE EU FUI OBRIGADA A AGUENTAR AS LOUCURAS DA SUA MÃE?!

—NUNCA MAIS CHAME A MINHA MÃE DE LOUCA, ESTÁ ME ENTENDENDO BEM?!?!

—EU SÓ EST...

—CHEGA! –Gritei e eles se assustaram, fazendo Ronan pisar no freio rapidamente e quase bater o carro em um poste. Os dois me olharam bravos. Eu saí do carro e abri a porta do motorista. Onde Ronan estava. –VOCÊ VAI SE SENTAR NO BANCO DE TRÁS ANTES QUE NOS MATE! AGORA SAI DAÍ, EU VOU DIRIGIR!

Goulartt cruzou os braços e dirigiu seu olhar para a janela.

—AGORA, RONAN! –Mandei.

—Por acaso sabe dirigir? –Ronan perguntou.

—Sei o básico. –Falei e ele cruzou os braços. –E, além disso, você tem mais chances de nos matar do que eu.

—Annia...

—Eu disse AGORA Ronan! –Ele bufou e saiu do carro, me obedecendo.

Sentei-me no banco do motorista e olhei para Amélia.

—Onde mora?

Meio a contragosto ela me falou o endereço e nós seguimos o caminho todo em silêncio. Apesar de quase bater umas três ou quatro vezes eu me saí bem, consegui deixar Amélia em casa.

—Vai me deixar dirigir agora? –Ronan perguntou alguns minutos depois que Amélia desceu.

—Depende, vai correr feito um maluco?

—Não. –Ele suspirou.

—Então tudo bem, mas se você começar a correr eu vou estuporar você. –Falei mostrando minha varinha.

—Okay. –Ele levantou as mãos como forma de rendição.

Passei para o banco do lado e ele para o do motorista. Seguimos o caminho até a minha casa tranquilamente. Ele estacionou em frente à mansão Malfoy e se recostou no banco.

—Está entregue.

—Como você está? –Perguntei virando-me para ele.

—Ela não cansa das discussões? Será que nunca vai cansar? –Respirei fundo tomando forças. –Você viu que eu não fiz nada! Alison é uma Veela, o que ela queria que eu fizesse?! Ela sabe o que as Veelas fazem com os caras, mesmo se não for a intenção delas.

—Alison não havia feito nada e eu concordo com ela, Amélia só ficou brava porque ela queria toda a atenção.

—Acha que eu tenho culpa de alguma coisa?

—Não. Nem você e nem Alison.

—Nem tive tempo de conversar com ela. A garota deve me odiar.

—Impossível te odiar. –Falei e o abracei. –Já está ficando tarde, malhor eu entrar.

—Até amanhã Annia. –Sorri e beijei seu rosto.

—Até amanhã. –Desci do carro, mas antes de fechar a porta o chamei de novo. –E é bom você dirigir devagar okay?

—Okay. –Ele sorriu e eu fechei a porta.

Quando entrei em casa vi que meus pais estavam deitados no sofá abraçados assistindo TV.

—Cheguei. –Avisei aos meus pais. –Onde está o Scorp?

—Lá em cima. –Minha mãe disse se levantando do sofá. –Ansiosa para amanhã?

—Muito. –Meu pai se levantou também e pegou a mão de minha mãe.

—Então vamos dormir. Amanhã teremos que acordar cedo. –Balancei a cabeça concordando e subi as escadas junto com os dois.

Nos despedimos na porta da frente do quarto deles e eu segui para o meu quarto, me jogando na cama assim que entrei. Amanhã será um longo dia. Uma longa viajem. Será que Ronan havia chegado bem em casa?

Peguei meu celular e liguei para o dele. Depois de alguns minutos o som de sua voz no telefone fez com que eu me acalmasse.

—Alô? Annia?

—Ainda está vivo? –Ouvi sua risada, o que me arrancou um sorriso involuntário.

—Sim, eu estou vivo.

—Chegou faz muito tempo?

—Não. Cheguei há poucos minutos.

—Então tá... –Suspirei. – Nos vemos amanhã no trem?

—Claro. Na mesma cabine de sempre? –Ele perguntou.

—Na mesma cabine de sempre.

—Okay. Ligou só pra saber se eu estava bem?

—Alguém tem que ser responsável aqui. E pelo jeito que você estava correndo, deu pra perceber que o responsável não seria você. –Ele riu.

—Eu não estava correndo.

—Com certeza não. –Falei ironica. –Vou dormir, temos um dia cheio amanhã.

—Boa noite “senhorita responsável”.

—Boa noite. –Falei com um sorriso no rosto.

—Até amanhã. –Dito isso ele desligou.

—Até... –Murmurei colocando o telefone em cima da cama e indo me trocar para dormir.