P.O.V RENATA

Ágata ultimamente só andava com Gustavo e só falava dele o tempo todo, isso já estava ficando irritante.

Terminei minha prova de matemática, provavelmente eu havia rodado, estava fácil de mais pra ser verdade. Peguei meu celular e meus fones de ouvido, que era um milagre que o professor Fabiano havia nos deixado usar e fui embalada pelo ritmo de Legião Urbana, até Pablo o garoto que senta na minha frente terminar a prova e se virar para trás para conversar comigo, Sabrina e Ágata vivem dizendo que ele está caidinho por mim e não duvido, sou uma pessoa muito bonita e interessante, tá parei. Fiz sinal pra ele, indicando meus fones de ouvido e ele desistiu de tentar conversar comigo, sabia que quando estou com fone, não presto atenção nas pessoas.

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Ágata já havia tido uma “quedinha”, perdão um “penhasco” por Pablo, mas depois de ele a ignorar tanto tempo ela desistiu. Acho que de vez em quando, ás vezes quando ela me pega conversando com ele ainda sente ciúmes, só não sei se é dele ou de mim.

Normalmente não escuto música muito alto, sendo que o volume máximo é 15, escuto só no 4 ao 6, mas hoje estava no 12, tanto que mal escutei o sinal bater.

Fui correndo para a escada, afim de conseguir chegar até Sabrina e Ágata que deveriam estar quase no pátio, pela quantidade de fome que elas tem. Mas me surpreendi vendo elas um pouco a minha frente, até que me dei conta que eu havia saído igual a um tornado da sala de aula.

– Cadê a Renata?- escutei Sabrina dizer.

É sério, ela precisa de óculos urgente, eu estava praticamente do lado dela.

– Aqui pateta - disse para ela.

– Ah...tá bom.

– Será que as duas podem andar mais rápido - disse Ágata, quase nos derrubando escada a baixo.

– Ok. - respondemos eu e Sabrina em coro.

Chegando à cantina, já demos de cara com o homem do caixa, a respeito daquele cara:

a) ele deve fazer cosplay.

b) ele é estranho pra caramba.

c) ele sempre dá troco a mais pra gente, esses dias o troco que ele devia me dar era de cinquenta centavos, ele me deu dois reais.

Acordei de meus pensamentos, vendo a horda cruel, chegando na cantina, era assim que eu chamava os meus colegas, que não simpatizavam comigo, entre eles estava Eduardo meu melhor amigo, o dia que ele cair na real, com o tipo de gente que ele está andando vai ser tarde demais.

Ágata vive dizendo que isso é ciúmes, mas não é não, ele é apenas um amigo, meu melhor amigo, meu irmão, que apesar de não ser de sangue é de coração pra mim.

Me admiro que ele se impressiona e os idolatra tanto, se não fosse minha bondade, olha, ele já teria se ferrado muitas vezes.

Esses dias, um dos integrantes da horda cruel, combinou de fazer um trabalho com ele, e avisou em cima da hora, que não ia mais fazer com ele, por sorte, a professora deixou formar trio e eu coloquei o nome dele no trabalho meu e de Ágata.

Ele está criando uma ilusão, que só vai poder ser desfeita por ele mesmo, o que é uma pena.

Mas, isso não é o mais importante agora, tenho um branquinho delicioso para comer de lanche, pensei, saindo novamente do meu “mundinho”.

Fui caminhando até a quadra, tentando achar Sabrina e Ágata, quando meu mundo desmorona.

Fui correndo até o banheiro. Péssima hora para fazer isso, a horda cruel, Sabrina e Ágata viram isso, a diferença é que as gurias foram atrás de mim.

Entrei correndo na cantina e fui até o pátio da frente, onde tinha uma espécie de observatório onde eu poderia ficar em paz.

Aquilo não podia ter acontecido, ai meu deus, eu vou matar o Eduardo.

Comecei a xingar o vento, as árvores, até mesmo uma pequena pedra, que logo chutei e mandei para longe de meu olhar.

Você pode perceber que eu:

a) deveria me importar menos com o Eduardo, somos só amigos...

b) quando fico braba, não se meta no meu caminho.

c) quando tenho problemas e você me interfere pra falar dos seus, saiba que nunca mais vou desabafar com você e vou te olhar atravessado.

d) nunca choro, apenas xingo, brigo e grito para o ar, para não ofender ninguém, porque mesmo braba, eu penso nos outros.

– Renata, o que houve que você veio correndo pra cá, a escola inteira ficou te olhando, deu a louca? - disse Sabrina, aparentando estar preocupada.

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– Pergunta pro Eduardo, que beijou aquela loira falsificada, melhor amiguinha da líder da horda cruel...- respondi.

– Já está na hora de admitir que você se importa demais com ele... - disse Ágata.

– Como assim? - respondi quase chorando já, minha raiva já havia passado, depois dela vem o choro.

– Esse ciúmes todo não é coisa de amigo Renata. Você sabe muito bem do que eu estou falando...

– É coisa de amigo sim...eu só... só fiquei chocada...

– E ficar chocada, é sair correndo no pátio da escola, sem rumo definido, fugir de todo mundo, pra poder pensar?

– É!

– Não, não é - disse Sabrina calmamente - Você gosta dele admita, nenhuma melhor amiga, fica tão mal, ao ver seu melhor amigo se dando bem com alguma garota...

– Ela é da horda cruel, foi só por isso...

– Rê, admita, você está apaixonada por ele...

– Não, eu não estou poxa!

– Ele te trata com tanto carinho... são quase irmãos, só você não vê que os dois gostam um do outro - disse Ágata.

– Exato! - concordou Sabrina.

– Ele não gosta de mim, que nem vocês disseram, somos quase irmãos tá?

– Eu desisto de tentar de entender. Você nega o que queria que fosse verdade Renata... Tem que começar a dar mais esperanças pra si mesma, parar de pensar um pouco na horda cruel... Eles não merecem a atenção de uma pessoa tão especial...- falaram as duas quase em coro, deveriam estar ensaiando a semanas.

– Obrigada pelo apoio, mas a única pessoa que eu queria conversar agora era...

– RENATA, FINALMENTE TE ACHEI- disse um Eduardo, quando tendo um infarto, deveria ter corrido e caminhado bastante atrás de mim.- tenho que te contar uma coisa...

– Ai Eduardo, volta para aquela loirinha lá, se casem tenham 10 filhos e me esqueçam- e sai correndo, tão rápido, que nem o aluno mais rápido de minha turma me alcançaria, pelo menos era o que eu pensava, até ver Eduardo do meu lado.

– PARA RÊ, DEIXA EU EXPLICAR POXA!

– Não tem nada para ser explicado, eu vi com meus próprios olhos, poxa Edu... será que você podia levar em conta que...

– Que?

– Que eu posso estar gostando de você?- parei de correr, tinha acabado de admitir algo, que nem eu sabia se sentia direito, sai correndo, deixando ele ali...sozinho, me olhando e fui atrás de Sabrina e Ágata.