Todos estavam no interior de suas devidas cabines individuais. Um microfone direcionado frente os lábios modificava a voz dos integrantes, tornando-os irreconhecíveis.

Dentro de cada cabina, um monitor mostrava a velha diretora Shermansky sentada em sua cadeira executiva. Com suas mãos enrugadas, acariciava em seu colo o cão apelidado “Totó”.

— Sejam todos muito bem-vindos, killers. – sorriu como uma generosa senhora.

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Todos agradeceram simultaneamente com as vozes robotizadas.

— Eu gostaria de recitar algumas regras novamente para que tudo fique o mais claro possível. – respirou fundo, tomando fôlego. – Vocês foram selecionados, pois tiveram reconhecimento de atos passados, por nós. E agora, o objetivo de vocês é ser o ÚNICO a restar entre os participantes para ganhar o grande prêmio. Lembrando que a recompensa pode ser qualquer coisa que o vencedor escolher. O que torna o desafio mais árduo, é o fato de não saberem quem são seus adversários, pois estes estão embaralhados entre alunos comuns, assim como vocês mesmos. Dentro de suas cabines há um envelope com 5 cartões vermelhos, conhecidos como “Cartão de Homicídio”. Caso suspeitem de que alguém seja um dos killers, mandem um cartão a ele e terá 72horas para matá-lo. Se não conseguir matá-lo dentro deste prazo, será automaticamente desclassificado. Não há nada escrito nos cartões, “personalize-os” do modo que bem quiser.

— E se... Eliminarmos um aluno comum? –perguntou uma das vozes.

— Matar alguém que não está entre os killers não há punição, porém, não podem executá-los sem enviar o cartão. Que fique claro que eu serei a única a saber de cada passo de vocês, incluindo todas as suas vítimas.

— O que acontece se os Cartões de Homicídio acabarem? – questionou outro com o tom de voz firme.

— Vejo que alguém está animado. – riu brandamente. – Se entre os cartões utilizados, NENHUMA das vítimas foi um killer, será desclassificado. Caso contrário, pode simplesmente, pedir uma reposição de cartões. Mais alguma pergunta?

Ninguém pronunciou uma única palavra.

— Certo, prosseguimos. Para encerrar, quero falar sobre o dispositivo “keypass”. Estes também estão em suas cabines, assemelham-se a telefone-celulares. Podem pegá-los, não sejam tímidos.

Os integrantes apanharam o aparelho para examiná-lo.

— Este colégio é conhecido por sua grande tecnologia. Todos vocês, assim como os estudantes normais, possuem este utensílio. Ele permite a entrada do estudante em diversos locais. Também é uma espécie de “chave” para seus dormitórios. Ele controla basicamente tudo. Suas notas ficam disponíveis nele, assim como seu rendimento escolar, o cardápio do dia, entre outras engenhocas. Não o tratem como um aparelho, mas sim, como um documento; uma identidade.

Shermansky respirou fundo, umedeceu os lábios e completou com um sorriso de sortilégio:

— Boa sorte. Por hoje estão dispensados.