À noite, em Salazen...

– Você precisa achar Alice, Stayne. – Iracebeth falou enquanto andava de um lado para o outro em seu quarto. – Sem o Jaguadarte, os seguidores da minha irmã vão querer me enfrentar. – A ruiva andou até a sacada. – Minha irmãzinha feia. Por que amam ela e me odeiam?

– Eu não consigo entender. – Stayne a seguiu. – Você é muito superior. Sempre foi.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Eu sei. – Iracebeth respondeu. – Mas eu não posso culpá-los. Mirana consegue fazer com que todos se encantem por ela. Homens, mulheres, até a mobília...

– Até o rei. – Stayne olhou para baixo, onde viu uma cabeça com coroa no fosso.

– Tive que fazer isso. – Iracebeth argumentou. – Ele teria me deixado.

– Majestade. – Stayne falou. – É muito melhor ser temida do que ser amada.

– Não tenho mais certeza. – Ela respondeu. – Mas deixe minha irmã com os rebeldes. Eu não preciso deles. Eu tenho você. – O abraçou.

Tão distraídos estavam, nenhum dos dois percebeu que Mactwisp havia roubado o Oráculo.

Alice, trazendo o chapéu de Hatter que havia achado mais cedo no jardim, entrou na sala onde o Chapeleiro estava trabalhando. Ela sabia que o ruivo a reconhecia, então não teve problemas em se aproximar dele e olhar os chapéus que fazia.

– São maravilhosos. – Ela sorriu. – Me deixe experimentar um.

– É muito bom trabalhar com o ofício da minha família novamente. – Hatter sorriu, ainda fazendo os chapéus.

– É uma pena que tenha que fazer os chapéus para ela. – Alice parou de sorrir.

Hatter imediatamente parou de trabalhar.

– Qual é o problema comigo? – Ele murmurou. – Chapeleiro.

Ele começou a andar pela sala até onde a corrente em seu pé lhe permitia, quebrando tudo o que via pela frente, até que Alice o segurou e o fez olhá-la.

– Você sabe qual a semelhança entre um corvo e uma escrivaninha? – O ruivo perguntou, parecendo aflito. – Eu estou lutando, Alice. Eu não gosto daqui. É muito lotado. Minha cabeça não para. Você acha que eu estou ficando louco?

Alice colocou a mão sobre a testa dele.

– Eu acho que sim. – Ela declarou. – Você está completamente pirado. – Viu-o ficar cabisbaixo então logo completou. – Mas eu vou lhe contar um segredo: As melhores pessoas são assim.

Hatter sorriu e Alice pegou o chapéu dele, colocando sobre a cabeça ruiva.

– Agora parece você de novo. – Ela sorriu.

Garoto dos chapéus! – Ouviram a voz de Iracebeth vinda de fora da sala. – Onde estão os meus chapéus?! Eu não sou uma monarca paciente!

Hatter se virou para Alice.

– Eu soube que ela guarda a Espada Vorpal no castelo. – Ele declarou. – O Coelho lhe ajudará. Encontre-a, Alice. Leve-a para a Rainha Branca.

– Iremos à Rainha Branca juntos. – Alice respondeu, fazendo Hatter sorrir.

– Por que você é sempre pequena demais ou alta demais? – Ele questionou, visto que a loira tinha facilmente duas vezes o seu tamanho.

Alice assentiu e saiu dali, andando pelos corredores do castelo. Acabou por encontrar os irmãos Tweedle.

– Tweedles. – Ela falou ao chegar perto deles. – Sou eu, Alice. – Ela sussurrou.

Os dois começaram a discutir sobre a aparência e o tamanho da garota, tendo então se conformado que ela havia bebido uma poção Polissuco e que havia comido aquele bolo.

– Onde está o Coelho?! – Ela exclamou, visto que eles iam começar a discutir novamente.

– Para lá. – Os dois falaram juntos, mas cada um apontou numa direção diferente.

Finalmente decidindo-se por uma direção, os gêmeos guiaram Alice até onde Mactwisp estava com Mally.

– O que você está fazendo aqui? – Mally perguntou, já sabendo que era Alice, uma vez que Mactwisp lhe contara.

– Resgatando o Chapeleiro. – Alice respondeu.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Eu é que vou resgatar o Chapeleiro. – A camundongo implicou.

– Ele me disse que a Espada Vorpal está escondida nesse castelo. – Alice declarou. – Ajude-me a encontrá-la.

– Eu não recebo ordens de uma desajeitada. – Mally retrucou de mau humor, mas Alice ignorou e se virou para Mactwisp, que parecia agitado.

– Algum problema, Mactwisp? – Alice se abaixou, procurando ficar mais próxima ao tamanho do Coelho Branco.

– Eu sei onde está a Espada. – Mactwisp respondeu, parecendo aflito.

Alice assentiu e o Coelho a guiou até uma construção no pátio do castelo. Ela foi andando até lá a passos lentos.

– Eu reconheço esse cheiro. – Murmurou antes de ver por uma brecha na porta o Capturandan dormindo lá dentro. Virou-se para o Coelho. – Eu não vou lá dentro. Olhe o que aquela coisa fez no meu braço. – Retirou a faixa que Cheshire havia colocado anteriormente. O ferimento parecia vermelho e inflamado.

– Oh Merlin. – Mactwisp falou. – Por que não me falou disso antes?

– Não parecia um ferimento grave. – Alice respondeu, colocando a faixa de volta. Virou-se novamente para o Coelho a tempo de vê-lo desmaiando por causa do sangue.

Alice virou-se novamente para a brecha na porta onde viu o Capturandan e teve uma ideia. Logo adentrou novamente no castelo e encontrou Mally procurando o Chapeleiro.

– Mally, você ainda tem o olho do Capturandan? – Alice se abaixou para ficar mais próxima à altura da camundongo.

– Está bem aqui. – Mally mostrou a bolsa onde trazia o olho da fera.

– Eu preciso. – Alice estendeu a mão, mas Mally recuou.

– Então venha pegar. – A camundongo desafiou e Alice pegou a pequena bolsa sem dificuldade. – Ei! Devolve-me!

Alice foi andando pelos corredores, ocultando o olho do Capturandan por entre o vestido improvisado, até que Stayne a colocou contra a parede.

– Eu gosto de você, Hum. – O Valete declarou. – Gosto grandiosamente.

– Fique longe de mim. – Ela rebateu e se desvencilhou dele, afastando-se.

Alice seguiu até a construção onde estava o Capturandan e abriu a porta, acabando por acordar a fera. Estendeu o olho para ele.

– Estou com seu olho. – Ela declarou e deixou o olho no chão para que ele o pegasse.

Aproveitando a distração do Capturandan, Alice partiu até um baú que estava atrás da fera. Tentou abri-lo, mas estava trancado. Continuou tentando insistentemente até que uma dor aguda e uma súbita fraqueza se abatessem sobre ela, fazendo-a se sentar no chão. Alice retirou a faixa do braço e fitou o corte no braço que agora doía como nunca. Viu o Capturandan fitá-la, mas não se importou, perdendo completamente a consciência alguns segundos depois.

Em Marmoreal, Jack, Jacky, Mirana, Elsa, Elena, Soluço, Rapunzel e Merida se assustaram ao ouvirem um grito estrondoso a qual reconheciam.

– Como ela consegue gritar tanto? – Jacky tapou os ouvidos, reconhecendo que o grito era de Iracebeth.

– Só sei que o Stayne está frito. – Jack respondeu, também tapando os ouvidos.

Eles tinham razão. Uma das súditas da Corte Vermelha havia visto Stayne com “Hum” e delatara à Iracebeth, que não ficou nada feliz.

Alice acordou subitamente pela manhã. Seu braço ainda doía bastante, mas já não era algo que não pudesse ignorar. Olhou e viu o Capturandan fitando-a, parecendo... Preocupado?

Alice percebeu que a coleira da fera trazia a chave do baú, então estendeu a mão para pegá-la. Como o Capturandan não fez nada, ela trouxe a chave para si e para sua surpresa, o animal lambeu seu braço machucado, que pareceu instantaneamente melhor depois daquilo.

– Agora estamos quites. – Ela sorriu para ele, que fez que sim com a cabeça e se deitou.

Alice logo se virou para o baú e o abriu. Lá dentro, havia uma espada prateada, com cabo prateado e pedras brancas cravejadas na lâmina, a qual ela logo pegou. Logo, a jovem saiu dali, porém olhou para trás antes de ir, vendo o Capturandan acenar com a cabeça, mandando-a ir embora, a qual ela logo obedeceu, indo até Hatter.

Quando chegou à sala onde o ruivo estaria, viu que Mally tentava libertá-lo.

– Afaste-se, Mally. – Ela pediu, aproximando-se. – Que tal isso para uma Grifinória? – Ela se lembrou do que Hatter uma vez lhe dissera.

– Não. – Ele negou. – A Espada não é para ser usada para qualquer coisa... – Foi interrompido pela entrada repentina de Stayne, que trazia alguns guardas-cartas consigo.

– Prendam essa menina! – O Valete apontou para Alice.

– Leve isso para a Rainha Branca. – Hatter falou e se virou para os guardas, abatendo-os com alguns pedaços de tecido bem utilizados.

Stayne logo se aproximou de Hatter e sacou sua varinha. Mally jogou uma para o Chapeleiro e os dois começaram a duelar, porém Alice não saía dali. Vendo isso, Mally gritou:

– Fuja, Alice...! – Tapou sua própria boca ao perceber o que havia feito.

Stayne se virou para Alice e sorriu.

– Alice. – Repetiu.

– Corra. – Hatter pediu e começou a duelar novamente com Stayne enquanto Alice fugia dali.

Rapidamente, o Valete derrotou o Chapeleiro e seguiu com dezenas de guardas até o pátio, por onde Alice tentava fugir. A loira agora estava cercada e os efeitos da poção Polissuco começavam a passar, uma vez que seus cabelos estavam ficando mais claros.

– Claro. – Stayne se aproximou dela. – Como eu não notei? É claro que fica difícil reconhecer uma pessoa que tomou uma Poção Polissuco. Dê-me a Espada. – Ordenou, mas a loira permaneceu em seu lugar, apontando a Espada para o s guardas. – A Rainha ficará muito contente e terá o imenso prazer em cortar-lhe a cabeça, algo que ela devia ter feito há muito tempo, se me permite dizer.

Dois guardas pegaram a loira e estavam prontas para levá-la ao castelo quando o Capturandan saiu de sua prisão e afastou os guardas. A loira montou na fera, que logo partiu o mais rápido que podia dali. No caminho, encontraram Bayard observando-os.

– Bayard, para Marmoreal! – A loira exclamou e eles partiram para lá.

Em Salazen, Stayne se dirigiu à Sala do Trono, onde Iracebeth esperava.

– Majestade. – O Valete se aproximou. – Alice escapou. – Disse, recebendo uma tapa no rosto logo em seguida. – E levou o Capturandan. – Levou outra tapa. – E a Espada Vorpal.

Já completamente vermelha de raiva, Iracebeth sacou sua varinha e apontou para ele.

– CRUCIO! – Ela gritou e o rapaz caiu no chão, gritando e contorcendo-se de dor.

Depois de alguns minutos, Iracebeth guardou sua varinha e Stayne se levantou.

– Como deixou isso acontecer?! – A ruiva gritou.

– Eu a subestimei, majestade. – Stayne respondeu. – Mas pegamos os conspiradores dela: O Chapeleiro e a Dormidongo.

– CORTEM AS CABEÇAS! – Iracebeth gritou.