A Different Dawn Treader

Opressores opressivos geralmente são estrelas malcriadas


Depois do que pareceu uma eternidade para Raisha, elas chegaram à margem do bosque. Realmente haviam vozes vindas de lá, mas quando ela iria dar mais um passo e sair do meio das árvores, Adria a segurou.

— O que foi?

— Shhh!

Ela revirou os olhos.

— O que foi? — sussurrou.

— Olhe — Adria sussurrou de volta.

Raisha fez uma careta, mas olhou para onde ela apontava. Não muito longe de onde elas se encontravam estavam os outros; eles estavam olhando para algo no chão quando, vindas do nada, lanças caíram ao redor.

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— Fiquem parados aí ou vão morrer — ouviram uma voz falando.

De repente, todos estavam sendo desarmados e golpeados. Raisha voltou seu olhar para Adria, que estava tão confusa quanto ela.

— Mas que diabos...?

— Shhh!

— Tudo bem!

Raisha voltou a observar os outros sendo atacados por aparentemente nada.

— O que são vocês? — Caspian perguntou.

— Enormes — a mesma voz que disse para ficarem calados voltou a falar. — Com cabeças de tigre e corpo de um... um tigre diferente.

Outras vozes concordaram.

— É melhor não mexer com a gente.

— Senão...? — instigou Edmundo.

— Retalhamos vocês com as garras.

Mais vozes concordaram.

— Rasgamos vocês com os nossos dentes.

Mas, enquanto falavam, sua verdadeira forma foi se revelando. Os terríveis tigres enormes eram anões com apenas um pé gigantesco.

— Sim, com os caninos — e rosnou.

— Então vão esmagá-los com essas cabeças de abóbora mutante? — Raisha perguntou.

— Abóbora mutante? — as vozes questionaram.

— Veja bem, eles também podem fazer cócegas com esses pés de dragão deformado — Adria caçoou.

— Ahn... Cuidado!

Os tais anões estavam empilhados de três em três formando uma pirâmide e, desequilibrando-se, caíram de cara no chão.

Caspian riu abertamente.

— O que fizeram com a minha irmã, seus pestinhas? — Edmundo perguntou.

— É impressão minha ou está faltando alguém aqui? — Raisha perguntou a ninguém em especial.

— Ora, se acalme... — um deles começou, mas foi cortado por Edmundo.

— Onde ela está?

— Conte logo! — outro exclamou.

— Está bem — resmungou. — Ela está na mansão.

— Mas que mansão? — Edmundo estava ficando sem paciência.

— Acho que é aquela ali — Adria apontou para trás de si, onde uma bela mansão tomava forma.

— Ah, é claro, aquela mansão.

— Saibam que eu já estou cansado de vocês me deixarem para trás?

Eustáquio apareceu descabelado e repleto de folhas e, quando avistou as criaturas que dividiam espaço com os outros, parou.

— Esse lugar está ficando cada vez mais esquisito.

— Ah, era isso que estava faltando — Raisha fez uma careta.

— É o porco!

— O porco voltou.

— Olha só, eles já têm até um apelido pra você — Adria gracejou.

— Engraçadinha — Eustáquio bufou.

— O Opressor! — ouviram o coro de vozes e pararam para ver que as criaturas estavam fugindo de um senhor que vinha da mansão com Lúcia ao seu lado.

— Lúcia! — Edmundo sorriu.

— Majestade — o Opressor fez uma leve reverência.

— Caspian e Edmundo — Lúcia os apresentou. — Esse é Coriakin. Essa ilha é dele.

Enquanto Edmundo e Caspian faziam uma reverência a Coriakin, Raisha pigarreou.

— Eles já sabem quem você é, Raisha — Adria enfatizou.

— Realmente, você é muito engraçadinha — a outra fez uma careta.

— É o que ele pensa! — uma das criaturas exclamou. — Você nos enganou, mago.

— Eu não enganei vocês — enquanto Coriakin se aproximava, eles se afastavam. — Deixei vocês invisíveis para sua própria proteção.

— Proteção! — zombaram. — Isso é opressão! Opressor!

— Eu não oprimi vocês — Coriakin continuava a se aproximar, fazendo-os se afastarem cada vez mais.

— Mas poderia ter oprimido se quisesse.

— Vão agora! — o suposto mago jogou sobre eles flocos brancos, o que fez com que eles se desesperassem.

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— É magia! Fujam!

— O que era aquilo? — perguntou Lúcia.

— Algodão — Coriakin respondeu. — Mas não conte a eles — acrescentou.

— Quem eram? — perguntou Eustáquio, que assistiu a tudo horrorizado.

— Tontópodes — respondeu como se fosse algo óbvio.

— Mas é claro, é bobeira minha.

(...)

— Por que o senhor disse que tinha deixado eles invisíveis para o próprio bem? — Lúcia perguntou enquanto caminhavam por um dos corredores da mansão.

— Me pareceu o jeito mais fácil de protegê-los do mal.

Edmundo e Caspian trocaram olhares.

— Do nevoeiro? — o mais novo externou a pergunta que os dois se faziam mentalmente.

— Do que está por trás do nevoeiro — o senhor respondeu, dando passagem a eles para uma sala ampla.

Havia muito para se ver naquele cômodo, mas todos prestaram atenção quando Coriakin desenrolou um extenso pergaminho que se propalou como uma grande mesa. O pergaminho mostrou-se ser um mapa das águas de toda Nárnia. Ao redor podiam ser vistas imagens de toda a história, até da primeira vez em que Lúcia e Edmundo chegaram em Nárnia com Pedro e Susana.

— Até que é bem bonito — disse Eustáquio e, ao perceber que todos o estavam fitando, acrescentou: — Para um mapa de faz de conta de um mundo de faz de conta.

— Aqui está a fonte dos seus problemas — disse Coriakin, e o mapa se deslocou até mostrar uma ilha. — A Ilha Negra. É onde o mal espreita.

A tal ilha era realmente negra como o breu e dela emanava uma luz bruxuleante; a névoa verde.

— Ele pode tomar qualquer forma — ele prosseguiu. — Faz seus sonhos mais sombrios se tornar realidade. Tenta corromper toda a bondade para roubar a luz deste mundo.

— Como vencemos isso? — foi Lúcia quem perguntou.

— Quebrando o feitiço. — E então o mago se virou para Edmundo. — A espada que carrega — disse. — Existem outros seis.

— Você já viu todas?

— Já.

— Os seis fidalgos — Caspian refletiu. — Eles passaram por aqui?

— Sem dúvida.

— Para onde eles iam? — ele quis saber.

— Para onde eu mandei.

O mapa voltou a se deslocar, dessa vez mostrando uma ilha com aparência bem mais pacífica e bela.

— Para quebrar o feitiço vocês têm que seguir a estrela azul até a Ilha de Ramandu — uma pequena esfera brilhante e azulada pairou sobre a ilha. — As sete espadas devem ser pousadas na Mesa de Aslam e só então o poder mágico delas poderá ser libertado. Mas, cuidado, todos vocês serão testados.

— Testados? — Adria perguntou.

— Até pousarem as sete espadas, o mal estará com a vantagem e vai fazer de tudo em seu poder para tentar vocês — e então disse: — Sejam fortes.

Adria olhou desconfortável para os outros ao redor do mapa. O olhar do mago a havia incomodado.

— Para derrotar as trevas — ele olhou de um por um enquanto falava. — Precisam derrotar as trevas dentro de si mesmos.