Aprendendo a Ser Uma Família
Jogo de futebol
A chegada de mais uma criança foi bem mais trabalhosa do que Giane e Fabinho esperavam. Acharam que seria mais fácil cuidar de apenas um recém-nascido, esquecendo o fato de que isso seria um acréscimo ao trabalho que já tinham com Miguel e Belle.
No primeiro mês e meio, pareciam zumbis. Margot e Silvério os ajudavam com os gêmeos, mas Catarina era extremamente chorona e dengosa, e o casal se alternava para dormir e ficar com ela. Demoraram a deixá-la no berço do quarto, com medo que ela passasse a noite acordando Belle.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Mas para a surpresa dos pais, os gêmeos não reclamaram ou fizeram chiliques. Claro que sempre pediam atenção, especialmente Miguel, mas quando viam que os pais estavam dormindo ou com a irmã, simplesmente ficavam quietos no quarto de brinquedos.
Quando Giane afinal criou coragem de deixar a caçula no próprio quarto, se surpreendeu com a mudança de rotina. Ela só chorava quando tinha fome ou estava suja, e isso para os pais era estranho, sendo que no quarto deles, ela chorava a cada meia hora, por simples birra.
E uma noite Fabinho descobriu o que acontecia. Ele levantou para ver Miguel, que havia passado o dia com a barriga doendo, e ao passar pelo quarto das filhas, viu Belle cantando para a irmãzinha, tentando fazê-la dormir. Ele ficou na porta observando, vendo a filha mais velha sentar na poltrona, preocupada que a mais nova acordasse novamente. Quando ele foi colocá-la na cama, quase adormecida, ela explicou o que fazia.
_ Se a Cat domi, você e a mamãe tamém, e aí pode binca ca gente. – ela resmungou, em meio ao sono.
Tão pequena, e tão madura. Lembrava bastante a mãe e seu jeito de querer resolver tudo. E para Fabinho, aquilo era motivo de orgulho.
E então, com todas as vacinas afinal tomadas, Catarina podia começar a passear. E isso significava que iria com a mãe todos os dias buscar os irmãos, passear com eles no shopping ou no parque.
_ Mamãe, a Cat tá sorrindo. – gritou Belle, que estava na sala com a irmãzinha – Vem ver.
Baixou o fogo do jantar e foi para a sala, encontrando a filha mais velha de joelhos, quicando no lugar. Se aproximou, vendo que Catarina realmente estava sorrindo. Ela fazia isso sempre, mas para Belle, era sempre algo novo e maravilhoso.
_ Você gosta de quando ela sorri? – perguntou a corintiana, acariciando os cabelinhos da filha.
_ Ela sorri que nem eu e você. – a menininha sorriu para a mãe, que sorriu de volta.
_ Cadê as mulheres da minha vida? – Fabinho entrou em casa gritando, e o sorriso das duas meninas aumentou. Belle levantou, correndo na direção do pai – Opa, achei a primeira.
_ Fui destronada? – perguntou Giane, pegando Catarina e se levantando.
_ Tá bom, a Belle é a segunda. – ele se aproximou, com a filha no colo – Você é a primeira, e a Cat a terceira. Mas eu amo as três do mesmo jeito. – o publicitário envolveu a esposa pela cintura, lhe dando um selinho – Tá bom princesinha? Papai te ama muito. – ele beijou a cabeça de Catarina, que sorriu – Vem aqui.
Ele pegou a caçula dos braços da esposa, a aninhando de um lado, enquanto do outro Belle estava deitada em seu ombro. Giane sorriu, dando um beijo em cada um.
_ Eu vou terminar o jantar... – ela avisou – O Miguel tá lá no campinho.
_ Então vamos lá falar oi para o Miguel. – Fabinho saiu com as duas no colo, fazendo a esposa rir. Se ele conseguisse, carregaria os três no colo para sempre. Ele ainda conseguia, mas Giane já penava para carregar Miguel e Belle, os dois com quase 16 kg.
No campinho, Miguel tentava fazer embaixadinhas, falhando miseravelmente. Fabinho riu, enquanto colocava Belle no chão e deixava que ela corresse até o irmão. Ajeitou Catarina em seu colo, se aproximando das crianças.
_ Papai. – Miguel correu até ele, que se abaixou para abraça-lo. Não era mais tão fácil ficar erguendo o filho do chão, especialmente com a caçulinha no colo.
_ É filho, você puxou o pé ruim do papai. – Fabinho apontou a bola – Mas não se preocupe... Você ainda pode ser um ótimo publicitário.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!As crianças riram, porque o pai estava sorrindo. Eles não entendiam sarcasmo ou ironia, apenas riam quando viam que os pais falavam com um sorriso, porque acreditavam que eles diziam algo bom.
_ Só eu sei joga bola. – Belle sorriu, brincando com a bola.
_ Ah, discordo. – Fabinho levantou – Eu consigo ganhar de você com o bebê no colo.
_ Mentira. – a menina correu até a bola, mas o pai tinha passos mais largos e a pegou primeiro – Você e a Cat conta eu e o Miguel.
_ Fechado. Vamos dar uma lavada nos seus irmãos? – ele perguntou para a filha caçula, que quase dormia no seu colo – É essa animação que o papai gosta. Você podia ficar assim durante a noite, sabia?
_ Para de fala e joga papai. – gritou Miguel, correndo para o pai. Fabinho riu, passando a bola para trás e driblando o filho. Depois de quase sete anos junto com Giane, ele teve que melhorar no futebol, pelo menos para não fazer feio para os filhos.
O problema era driblar os dois filhos com Catarina no colo. Percebia que havia sido uma péssima ideia, mas por sorte, sua salvação chegou.
_ Acho que tá injusto esse jogo. – Giane veio correndo – Vocês dois ainda tem um pouco da habilidade da mamãe, mas o papai não tem nada.
_ Para de ofender e me ajuda aqui tranqueira. Eu e a Cat estamos levando uma surra. – pediu Fabinho, fazendo a mulher rir. Ela correu, tirando a bola deles – Pronto, agora esse jogo tá ganho.
_ Crianças... Peguem o carrinho da Cat lá dentro. – Giane tinha um sorriso que Fabinho conhecia bem. Já sabia o que vinha por aí.
As crianças correram para dentro, logo voltando com o carrinho. Fabinho foi até eles, colocando Catarina no interior, com o apoio levantado, para ela ficar sentada. Ele caminhou até a esposa, que brincava com a bola.
_ Muito bem... Quantos gols? – perguntou ele, enquanto via os filhos sentando ao lado do carrinho, sorrindo animados.
_ Quem fizer 10 gols primeiro, ganha. – ela explicou, fazendo embaixadinhas.
_ E qual o prêmio? Sorvete? – ele debochou.
_ Bom... Meu resguardo terminou 10 dias atrás. – ela sorriu para ele, vendo os olhos do marido brilharem – Se você ganhar, eu ligo para nossos pais virem ficar com as crianças hoje.
_ E se eu perder? – perguntou ele, se aproximando.
_ Vai ter que tentar a sorte com os choros da sua filha. – ela riu, vendo-o fechar a cara. Sabia que isso significava que não fariam nada. Porque sempre que as coisas esquentavam, algum dos três dava o ar de sua graça.
_ Comecem logo. – gritaram os gêmeos, e os pais riram, começando a correr um atrás do outro.
Giane marcou dois seguidos, mas logo Fabinho marcou o primeiro. Conseguiu fazer o segundo, o terceiro e o quarto, mas ela virou, fazendo quatro seguidos. Ele marcou mais um, ela outro, ele fez mais dois e empatou em sete. Ela fez um, ele outro. Mais um dele, outro dela. Quem fizesse o próximo ganharia.
Giane dominou a bola, correu para o gol. Fabinho correu para cima dela, a erguendo pela cintura quando estavam perto do gol. Giane gritou, enquanto ele chutava a bola e marcava o décimo gol.
_ Ganhei. – ele gritou, a virando de frente para si.
_ Isso não valeu. – ela gargalhou, enlaçando o pescoço dele.
_ Para de fazer graça que se você não quisesse, tinha me vencido. – ele sorriu – Vem, vou ligar para a minha mãe. Hoje a noite, você é só minha.
~*~
_ Vocês tem certeza que vão deixar as crianças? – perguntou Margot.
_ Mãe, não dá ideia pra pivete. – pediu Fabinho – Quando os gêmeos nasceram, eu tive que esperar cinco meses. Agora, ela concordou em deixar a Cat depois de dois meses e meio.
_ Tá bom meu filho. – riu a mulher, beijando o rosto do homem – A Giane vai deixar leite?
_ Vai... – ele concordou – Ela tá amamentando a Cat e contando história para os gêmeos. Eu já vou subir colocar o Miguel na cama dele. A Cat só mama uma vez a noite, mas ela normalmente acorda mais umas duas ou três.
_ Parece a Giane quando bebê. E você também. – Silvério se aproximou deles – A Giane fazia birra a noite toda, para eu e a Isabelle ficarmos com ela no colo. Ela odiava o berço. E a Salma sempre reclamava que você chorava a noite toda.
_ Te garanto que ainda fazemos birra a noite, mas por outro motivo sogrão. – o mais velho negou com a cabeça, enquanto Fabinho subia.
Parou em frente ao quarto das filhas, observando Giane com Catarina adormecida nos braços, Belle e Miguel adormecidos em suas pernas. Ele se aproximou, vendo que ela estava entretida em contar uma história.
_ Já capotaram. – ele avisou, atraindo a atenção da mulher. Ela sorriu, estendendo Cat para ele – Já pego o Miguel.
Ele arrumou Catarina no berço, voltando para a cama e pegando Miguel. Giane arrumou Belle na cama, enquanto o marido levava o garoto para a cama. Conferiu se as duas filhas estavam bem arrumadas, acendeu o abajur e apagou a luz, encontrando Fabinho no corredor.
_ Pronta para irmos? – ela concordou – Achei que cê ia tá mais pilhada.
_ Já perdi a neura de mãe de primeira viagem. – ela riu, enquanto eles desciam as escadas – Mas voltamos para cá às 7h em ponto.
_ Maloqueira, amanhã é sábado. Eu não vou acordar às 7h nem ferrando. E se acordar, vai ser para te pegar mais um pouquinho. – ele mordeu a bochecha dela, que riu.
_ Vamos logo fraldinha... Temos muitas paredes para batizar.
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